sexta-feira, 14 de maio de 2010

Olhe para a frente

O tempo é mesmo implacável. Agorinha mesmo eu tinha
duas horas pela frente. Agorinha mesmo elas se foram.
Foi num piscar de olhos. Um só piscar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Coração de Congelador


A Súbita Companhia de Teatro volta ao cartaz
com o espetáculo CORAÇÃO DE CONGELADOR.

“Por um instante resolveu tirar seu coração do congelador. Tirou.”


O espetáculo Coração de Congelador busca compreender nas relações humanas cotidianas o encontro sutil ou bruto entre a dor e o amor. Trata-se deste lugar do meio, do entre, onde há amor, mas ainda assim dói, ou dói porque o amor é demais, onde falta amor e dói, onde dói e continua amando, enfim, onde dor e amor convivem juntos.



Serviço

Coração de Congelador

De 14 a 23 de Maio | Sextas, sábados e domingos - 20h.
Ingressos R$20,00 e R$10,00 (meia entrada e bônus).

Espaço Cultural Pé no Palco - Rua Conselheiro Dantas n.20, Rebouças
(em frente à Churrascaria Paiol).
Informações: 3029-6860 | 9996-4100

Súbita Companhia de Teatro
http://subitacompanhia. blogspot.com

SOBRE A COMPANHIA

A Súbita Companhia de Teatro é o coletivo por afinidades e interesses de sete artistas curitibanos que tiveram sua formação na Escola de Teatro Pé no Palco, com o objetivo de criar um ambiente próprio para a profusão de idéias e criação de espetáculos.
Composta por Maíra Lour, Janaina Matter, Juliana Adur, Otavio Linhares, Alexandre Zampier, Daniel Kleiber e Ariana Dias, a Súbita Companhia acredita na força do teatro de grupo e pretende, por meio de intensa pesquisa do fazer teatral, criar uma linguagem contemporânea e autoral. É de interesse desses artistas o diálogo com outras expressões artísticas como as artes gráficas e visuais, a música e a dança contemporânea.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Intensa programação no Espaço Cênico

O Espaço Cênico (ex ACT) tem nova parceria na ocupação do seu espaço físico. Nena Inoue e Felipe Hirsch estendem sua parceria nas produções teatrais e unem-se na manutenção deste espaço cultural existente há 13 anos no Bairro São Francisco, em Curitiba, e que desde final de 2009, abriga as sedes da Sutil Companhia de Teatro e do Espaço Cênico.

Com programação alternada entre as duas companhias, em maio, dando continuidade a atividade de formação teatral do Espaço Cênico, acontece a Oficina Intensiva de Teatro para iniciantes, ministrada por Andréa Obrecht, que tem como principal objetivo promover o contato direto e prático do público em geral com o universo do teatro. A programação desta oficina intensiva de teatro, propõe aulas e exercicios dinâmicos que tem como base, o jogo (the play) e as improvisações cênicas, sendo o conteúdo proposto dividido em três partes: Corpo do Ator em Cena (Consciência corporal e vocal), Ator Criador (jogos de improvisação no espaço), Ator e Publico (elaboração de cenas teatrais).

Ainda na programação prevista para o ano, Oficina para Atores, com Carlos Simioni (Grupo Lume,/Campinas); Economia Criativa e Desenvolvimento Sustentável, com Ana Carla Fonseca Reis, da Garimpo de Soluções (SP), especialista em Economia da Cultura; Oficina do Samba, com Babaya (BH), além da retomada do projeto “Faço com Gosto!” , um propositivo encontro de idéias e gastronomia, que em sua primeira edição em 2009, reuniu o arquiteto Jaime Lerner, o diretor teatral Felipe Hirsch e o cozinheiro e agitador cultural Beto Batata.

Situado no bairro do São Francisco, onde no passado funcionava a estufa de bananas da Familia Schnneper, este espaço cultural independente, criado há 13 anos, de comprovada vocação para realização de encontros, mantem desde seu inicio uma programação multiárea direcionada à formação e intercãmbio de artistas e publicos, compartilhando com a comunidade interessada, seus processos de criação.

O que?

Oficina Livre de Teatro - Intensivo de Iniciação

Ministrante: Andrea Obrecht.

Quando?

16 a 20 de maio de 2010 – Módulo 1

22 a 26 de maio de 2010 – Módulo 2

Segunda a Sexta (19h30 as 22h30) e Sáb e Dom (14h30 as 17h30)

R$ 180,00 e R$150,00 para ex-alunos

Onde?

Espaço Cênico

R. Paulo Graeser Sobrinho, 305. São Francisco.

Informações: 41 3338 0450 .

E-mail: espacocenico@espacocenico.art.br

Quem?

Andréa Obrecht é atriz profissional desde 1998. Trabalhou ao lado de importantes diretores e atores da cena teatral brasileira, e integrou vários grupos de teatro de Curitiba. Atualmente é atriz e produtora da Pausa Cia de Teatro voltada à pesquisa em linguagem contemporânea no teatro. É formada pela Faculdade de Artes do Paraná em Educação Artística com habilitação em Artes Cênica. E em 2003 ganhou uma bolsa de estudo na Casa Hoffmann, quando deu inicio a uma pesquisa voltada ao Corpo e Movimento. Ministra oficinas de teatro para crianças, adolescentes e adultos. Trabalhou na Cena Hum Academia de Teatro. E também participou como idealizadora e ministrante de projetos educativos promovidos pelo: SESI/SENAI; SESC Brasil; Canal Futura/Fundação Roberto Marinho; Fundação Cultural de Curitiba; e MR Produções Culturais.

A bola, jogadores, políticos e a grana


Os meninos que não correm mais atrás da bola

Hoje, faltando 30 dias para a abertura da Copa do Mundo da África, o técnico Dunga vai anunciar a lista com os 23 jogadores da Seleção Brasileira. Eu ia escrever a "nossa seleção", mas a Seleção deixou de ser nossa, pois não tem mais jogadores brasileiros. Tem, sim, jogadores expatriados que nem sabem cantar "nosso" hino e que vivem como reis ou príncipes em vários países espalhados pelo lado rico do mundo.

Hoje eu faço uma reflexão - vou tentar fazer. Ao refletir sobre a bola, o mundo do futebol, jogadores, tenho que incluir no que escrevo a questão da política e da grana, sim, do dinheiro.

Todo menino, um dia, sonhou em vestir a camisa de um grande time de futebol. Mesmo os mais improváveis um dia sonharam em ser jogador de futebol. Sonharam em, pelo menos, entrar em campo com a camisa do seu time do coração. A suprema glória de vestir, um dia, a camisa da ex-nossa Seleção era motivo de orgulho, de alegria de toda a família e de júbilo de toda a nação. O talento sempre era reconhecido, mesmo pelos torcedores de outros times, o craque da hora, se fosse para a Seleção Canarinho, era reverenciado pelas torcidas de todos os times. E se trouxesse o "caneco", então... Uma loucura.

Há quarenta anos, poucos eram os jogadores brasileiros que iam para o exterior. Muito poucos. Parecia que aqui a reserva de talentos não era exportável. Era para consumo próprio. E os talentos surgiam aos borbotões. Cada craque melhor que o outro. Mas, depois da decepção de 50 e das glórias de 58 e 62, o povo brasileiro - e os craques - somente foram valorizados pela maravilhosa seleção de 70. Aquela de Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelino, Félix, Clodoaldo, Carlos Alberto (o Capita), e tantos outros que vou omitir mas com dor no coração. Em meados dos anos 70, Pelé vai para os Estados Unidos. E o futebol, lá, explode com os investimentos e com a importação de craques como Beckenbauer, por exemplo.

Hoje, times que querem ser campeões, em qualquer lugar do mundo, tem que ter, pelo menos, um brasileiro. E esses brasileiros que surgiram após Pelé, Garrincha, Zico, Sócrates, Júnior, Falcão, Romário... integram, até, seleções de outros países e, sempre são, os jogadores que dão, no toque da bola, um charme especial a elas.

Vai jogador para o exterior e, pouco depois, ele fica milionário. Passa a falar com sotaque, aprende línguas - do holandês, ao ucraniano, do japonês, ao inglês, francês, uzbequis... (o que mesmo?).

Fazendo sucesso na Europa, principalmente, sendo reconhecido, ganhando os troféus internacionais de melhores jogadores, a fama e a fortuna ficam tão evidentes quanto ficam evidentes o desinteresse e a falta de gana de defender a "nossa" Seleção Brasileira. Vestir uma vez mais a camisa amarelinha não vai agregar mais nenhum valor às milionárias carreiras dos meninos que aqui despontaram e que se tornaram estrelas galácticas, midiáticas, celebridades desse esporte que encanta e engana.

Os jogadores mais experientes e que, com certeza, hoje, formarão a base da Seleção que será convocada por Dunga, a eles não interessa se a Copa vai ser na África de Mandela ou num gramado climatizado de um moderno estádio europeu. Tanto faz. Eles, milionários, não se importam com um pouco mais de dinheiro que a participação no maior torneio esportivo do mundo possam lhes trazer. Já ganharam o suficiente para, mais tarde, torrarem com loiras, divórcios, carrões e famílias ávidas por um pouco mais de conforto e de ilusão que somente o mundo da bola oferece.

A ilusão que o mundo da bola oferecia, a bem da verdade. Oferecia.

Nos últimos anos os meninos que queriam ser jogadores e não conseguiram, correram para outros campos. Alguns, até com relativa capacidade para dribles e chutões, viraram cantores, integram duplas sertanejas. Cantando e levando muita alegria, não com gols, mas com canções e emoção, outros meninos também viraram milionários. E, muitos deles, fazem fortuna aqui mesmo, vendendo muito pouco no Exterior. Dinheiro conquistado aqui, com talento e uma certa dose de persistência e de sorte. Que digam Zezé di Camargo, Xitãozinho, Chororó, Daniel, Leonardo...

Se o menino não for jogador, nem cantor, se não consegue estudar, ou arrumar um emprego, talvez ter uma pequena empresa, o que ele poderá fazer em nosso país de flagrantes desigualdades?

Se quer ganhar muita grana mesmo e não correr o risco de ser preso ou levar um tiro no meio da cara, morrendo antes de completar 20 anos, ele pode se infiltrar num partido político. Pode até ser um partido pequeno, desses nanicos que vendem caro seus tempos de rádio e televisão para partidos maiores e melhores estruturados. Pode, com um pouco de esforço e uma relativa habilidade - não precisa falar bem, ou escrever bem - ser candidato a vereador. Se der sorte, pode, aos poucos, fazer um jogo duro como vereador e vender caro a aprovação de projetos importantes para a cidade onde mora. Não vai deixar barato... Se o prefeito quer que tal lei seja aprovada, uma graninha por fora, ou por mês, ou o emprego de uns parentes na máquina pública... E o dinheiro vem fácil. Sem muito esforço.

Depois de ser vereador, o ex-menino que desistiu de correr atrás da bola ou de ser cantor, pode se candidatar a ser deputado estadual. Uns, até, vão logo para a Câmara Federal. E o jogo com o poder Executivo - estadual ou federal - fica mais acirrado. E muito mais lucrativo, claro!

Ao contrário dos meninos que viraram craques, que ganharam milhões, que vestiram a camisa da "nossa" seleção e que não tem tanto interesse mais em irem ou não para outra Copa do Mundo, os meninos que não correram nos campos com camisas de times, mas que vestiram cores partidárias e defenderam discursos insustentáveis em termos de ética e de moral, esses querem, a cada dia mais, vestirem camisas e roupas caras, de grifes famosas. Não querem mais seus velhos "fuscas". Se não tiverem um carro possante de uma marca japonesa ou alemã, pode ser uma marca coreana, até, embora as marcas italianas sejam as mais desejadas - aquela do cavalinho é imbatível - eles não se contentam. Seguem em frente, fazem de tudo, do que a gente imagina e do que a gente sequer tem a mais remota noção. E, gulosamente, querem mais, muito mais, bem mais, sempre mais, mais, mais... um desejo de acumulação sem precedentes.

Os meninos não querem mais dinheiro por estarem na Seleção Brasileira de Futebol. Dinheiro eles tem e o suficiente. Hoje, os meninos, aqueles pouco habilidosos ou de talento para o esporte ou a arte que não deram certo, querem ser políticos. E, como os meninos do futebol e da música, são muito apoiados por suas famílias. E é através de suas famílias - do mesmo ramo familiar ou de agregados - que os meninos de menos talento ficam milionários. Viram donos de negócios, de emissoras de rádio, de jornais, de mandatos intermináveis em Câmaras de Vereadores, Assembléias Legislativas, na Câmara Federal, no Senado... depois, uns melhores aquinhoados por estudos, viram Ministros de Tribunais, os de Contas são os mais interessantes... e não querem nem mais saber se algum torcedor mais fanático vai chamá-lo de "perneta" ou de "ladrão". Não lhes importam. Já fizeram os pés de meia e, milagrosamente, todos se transformam em centopéias... e haja grana - dos outros, a minha, a sua - para eles colocarem nas meias que se multiplicam a milhares, a milhões...

O jogo hoje não é defender a pátria, o país, as cores do Brasil correndo atrás da bola e de velhos sonhos. O jogo hoje é roubar a pátria, o país, vestir as cores da corrupção, do seu partido correndo atrás da "bola", sim, a "bola", aquele suborno que enriquece e que faz velhos sonhos virarem fortuna e poder.

Torça para que meninos de talento joguem apenas futebol. Ou cantem.

Aos políticos, pau neles!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Espaço Outro...

Uma grande caixa de acrílico em duas praças...

Espaço Outro é uma peça de teatro de estrutura peculiar, realizada pela ACRUEL Companhia em duas praças públicas de grande movimento na cidade de Curitiba. O público é convidado a entrar em uma grande caixa de acrílico transparente onde uma narração em off orienta o olhar. As cenas acontecem fora, espalhadas pela praça. Algumas são pequenas e infiltradas entre as pessoas comuns, outras intervêm no movimento natural do lugar. Assim, enquanto os espectadores da caixa têm uma orientação objetiva e subjetiva sobre as ações, os passantes têm uma percepção espontânea das mesmas. Estes últimos observam, ainda, a grande caixa de acrílico com indivíduos encerrados, que acaba por se transformar em uma obra das artes visuais.


São muitas as possibilidades de se relacionar com a peça, mas Espaço Outro privilegia o público da caixa. A maior característica do trabalho é dar a este o poder de Onisciência. A narração lhe permite saber mais sobre o presente, e até um pouco sobre o passado e futuro, do que as pessoas que observam de fora. Estabelece-se um jogo que permite novas visões sobre o espaço público, mais atentas e sensíveis. Mas, como todo jogo, trata-se de um desafio. O espectador deve ir descobrindo a melhor forma de lidar com a narração.


Ficha técnica: Criação Cênica: Ana Ferreira, Emanuelle Sotoski e Rubia Romani. Interpretação: Ana Ferreira, Emanuelle Sotoski, Rubia Romani, Alessandro Ferreira, Cláudia Souza, Eduardo Walger, Elton Krug, Renato Sbardelotto, Roger Batista, Verônica Rodrigues, Vida Santos, Vivian Schmitz. Texto: Ana Ferreira, Emanuelle Sotoski e Rubia Romani. Narração: Lui Riveglini, Vivian Schmitz, Ana Ferreira, Luiz Bertazzo, Emanuelle Sotoski e Cleydson Nascimento. Produção Sonora: Daniel Starck. Colaboração em dramaturgia: Lígia Oliveira. Equipe de apoio: Jaqueline Lira, Isadora Terra e Pamela Stival. Adereços: Saulo de Almeida. Cenotécnica: Sérgio Richter. Assessoria de Imprensa: Daniel Starck. Design Gráfico: Jean Snege. Produção: Bia Reiner. Realização: ACRUEL Companhia e Bia Reiner.


SERVIÇO:


Praça Santos Andrade: de 4 a 15 de maio. Praça Rui Barbosa: de 18 a 29 de maio. De terça a sábado, às 16h30.


A entrada neste Espaço Outro é franca.

Informações: www.acruel.com.br

domingo, 9 de maio de 2010

Oficina Livre de Teatro - Curso Intensivo - Andrea Obrecht

Do menino para sua mãe

O menino, longe de sua mãe, pegou aquele retrato
de quase 60 anos e sorriu, agradecido:
Mãe, muito obrigado por tudo.
Eu sou um menino feliz. Eu mantenho
velhos sonhos. Eu já tomei meu café da
manhã, comi tudo, direitinho. Depois
tomei meu banho, fiz a barba - agora
eu faço a barba - penteei meu cabelo,
vesti minha melhor roupa. Passei perfume
e, daqui a pouco, vou abraçar outras
mães que agora fazem parte de
minha família. Depois vamos
comer uma comidinha bem gostosa.
Hoje eu não posso abraçá-la. A senhora
mora tão longe daqui, mas sinta-se
abraçada por mim. E receba todo o
meu amor e carinho.