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Fiandeira, Olhos nos dedos - lã, lã, lã, espetáculo que vem de Portugal |
A atriz portuguesa Isabel
Fernandes Pinto (Vila Nova de Gaia – Porto – Portugal), que também é autora e
diretora, apresenta dois espetáculos para crianças e adolescentes no Teatro Eva
Herz, na Livraria Cultura (Shopping Curitiba): “Fiandeira” (31/03 e 1, 2 e 3/03
e “Histórias de animais para outros que tais”( 4, 5 6 e 7/04/2013).
Fiandeira
É uma peça de teatro-dança para
contadora e guitarra, um espetáculo feito de voz, palavra, imagem, movimento e
som. Tal como a saia que a contadora veste, este é um espetáculo de múltiplas
camadas, uma reunião de linguagens que se debruçam sobre uma memória comum: o
ciclo da lã.
Sinopse
Era uma vez uma fiandeira que era
uma montanha que girava e tudo via.
Era uma vez gotas de água que
subiam e desciam devagar, transformando-se em nuvens e em orvalho.
Era uma vez uma ovelha baledora
lírica que, contra a impassibilidade de um rebanho, a atrabile de uma
ovelha-mor, o diz-que-disse de dois cães moucos e a tesoura friorenta de um
tosquiador, baliu até escorraçar o abocanhador lobo para outras paragens.
Era uma vez dois cães que viviam
a comentar a vida das ovelhas.
Era uma vez uma ovelha que foi ao
cabeleireiro e pintou o seu belo velo de cor-de-rosa.
Era uma vez uma ovelha-mor que
trocou uma marcha por canções líricas.
Era uma vez um rebanho que
descobriu que era mais importante do que aquilo que pensava.
Era uma vez um abocanhador lobo
que tinha medo de balidos líricos.
Era uma vez a mecha que se tornou
fio e casaco para aquecer uma ovelha que doou a sua lã mas não queria perder a
sua voz.
Era uma vez um fuso a girar entre
os dedos.
Memória descritiva
Várias histórias começam e
acabam, são vistas e escutadas. Várias camadas, vários casacos que cada um pode
escolher e vestir. Este é um espetáculo dirigido a todas as pessoas. Não
selecionamos apenas um público-alvo, dirigimo-nos a crianças, jovens, adultos e
idosos. São múltiplos os públicos e as leituras, múltiplas as perspectivas e
possibilidades de fruição do espetáculo. Almejamos interlocutores livres, que
criem em si uma “Fiandeira” nova e única, de cada vez que a visitarem.
Partimos de uma das atividades
mais antigas e belas da nossa cultura: a fiação, integrada no ciclo da lã.
Pretendemos que este trabalho estabeleça uma ponte entre esse passado longínquo
em que as vestes eram feitas em casa, vinham das mãos das mulheres de cada
família, e este presente de “pronto a vestir” onde o trabalho manual se resume
aos botões das máquinas. Não queremos criticar nem cobrir o presente pelo véu
da saudade, mas celebrar o valor essencial desse trabalho demorado, exaustivo e
cheio de fé, que confere às coisas o estatuto de obra de arte através do
ofício.
E tudo isto acontece no campo,
esse lugar onde tudo se transforma a tempo certo, onde não existe velocidade
excessiva nem voltar atrás, apenas o escoar visível e o brotar sonhado. Por
isso as imagens, por isso a guitarra, por isso a dança.
A obra musical
A Fiandeira, obra musical
composta para guitarra solo divide-se em 10 andamentos. Cada andamento foi
pensado para além do material estético, levando o processo de escrita às
dificuldades técnicas mais proeminentes da guitarra no ensino artístico ao
nível do secundário. Assim, procura-se com esta obra não só escrever a abstração
sonora do mundo onde se desenrola a acção mas contribuir com cada andamento
para o desenvolvimento musical nomeadamente na vertente instrumental (guitarra)
transformando cada andamento num estudo.
Estes estudos depois de editados
em conjunto com o texto permitirão ao aluno, espectador, contador de estórias
montar um espetáculo cênico de câmara onde a palavra e a música transformam a
linguagem individual numa complementaridade que permitirá a fruição das várias
formas de comunicação como um todo.
Existirá um cd de acompanhamento
interpretado pelo compositor e escritora, que não só servirá de guia, mas num
grau de maior importância permitirá uma primeira abordagem à interpretação da obra,
permitindo uma base para outras ideias e formas de comunicação.
Ficha técnica:
Direção
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Isabel Fernandes Pinto
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Assistência de Direção
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Andrea Gabilondo
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Cenografia
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Américo Castanheira, José Pinto
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Coreografia
|
Andrea Gabilondo
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Figurino
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Tucha Martins
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Música Original
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Joaquim Pavão
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Músico
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Joaquim Pavão
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Preparação Vocal
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Mónica Pais
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Duração: 50 minutos – Livre – 33 lugares
– Ingressos: R$ 20,00
Teatro Eva Herz – Livraria Cultura
– Shopping Curitiba
31/03 – 12h00
01/04 – 20h00
02/04 – 12h00
03/04 – 16h00
Histórias de animais para outros
que tais
Espetáculo de contador de
história
Texto, direção e interpretação de
Isabel Fernandes Pinto conta quatro histórias de animais que, além de
racionais, são também emocionais. Animais que amam, que odeiam, que descobrem,
que deprimem, que desejam, que andam para a frente e para trás, bulindo
interminavelmente. Quatro animais que se evadem de si próprios, ultrapassam a
vida e a morte e vêm dar aos outros o que julgam ter encontrado. Um peixe
solitário vive num aquário, preterido pela sociedade e sonhando em conhecer o
mar, ao qual ele vai chegar por um percurso sinuoso… Um galinheiro é transformado
num aviário, mas os pintos revoltam-se… Uma vaca que produz leite achocolatado
para uma fábrica de bolos é despedida quando se descobre que o chocolate
provoca alergia, mas ela não se fica…Um elefante abandonado pela sua
manada crê que poderá conseguir
que os outros voltem a gostar dele se ficar mais elegante, o que não será bem
verdade… Moralistas ou subversivas, as suas histórias são um alimento psíquico
de forte valor nutritivo.
Ficha técnica:
Direção
|
Isabel Fernandes Pinto
|
Assistência de Direção
|
Andrea Gabilondo
|
Assistência de Produção
|
Maria Mata
|
Operação de Luz
|
Joaquim Pavão
|
Preparação Vocal
|
Mónica Pais
|
Duração: 50 minutos – 12 anos –
33 lugares – Ingressos: R$ 20,00
Teatro Eva Herz – Livraria Cultura
– Shopping Curitiba
04/04 – 12h00
05/04 – 16h00
06/04 – 20h00
07/04 – 19h00
Isabel Fernandes Pinto
Atriz, contadora de histórias e
autora de contos e textos para teatro. Desde 1998 tem colaborado com várias
companhias de teatro: Teatro Regional da Serra de Montemuro, Teatro Art’Imagem,
Centro de Criatividade da Póvoa de Lanhoso, EntreTANTOteatro, CAIR-TE, Terra na
Boca e La Marmita.
Trabalhou com encenadores como
João Mota, Rogério de Carvalho, Lee Beagley, José Barbieri, Rui Spranger, João
Paulo Costa, Júnior Sampaio, William Gavião, Thomas Bakk, Luciano Amarelo e
Renata Portas; na área do teatro-dança trabalhou com Adam Darius, Kasimir Kolesnik
e Andrea Gabilondo.
É licenciada em Estudos Teatrais
pela ESMAE-IPP, tendo complementado a sua formação de atriz no Laboratoire de
Recherches Théâtrales, sediado em Estrasburgo, com os conceituados professores
da Escola de Arte de Moscou Vladimir Ananiev, Irina Propovna e Grigory
Auerbakh. Frequentou ainda oficinas de formação com Eugénio Barba, Marcia
Haufrecht, Hanna Schygulla, Tamar van den Dop, Alfredo Calvazzoni, Szabolcs
Hajdu, Alex Navarro, Caroline Dream e Ricardo Rizzo.
É também licenciada em Arquitetura
pela FAUP, tendo colaborado em gabinetes nacionais e franceses, como o Atelier
de Laurent Beaudoin e o Gabinete de Arquitetura de Jorge Gonçalves, e
participado em duas exposições com trabalhos plásticos da sua autoria: “Olhar,
Ouvir” (’99) e “Frissões” (’04).
Colaborou com projetos de teatro
independentes, nomeadamente o projeto
"Apalavrado", encenado
por Renata Portas, onde interpretou o monólogo de Pedro Eiras "Bela
Dona".
Integrou os elencos de vários
curtas-metragens, entre as quais Berço de Pedra, de Nuno Rocha, galardoada com
o Prêmio para Melhor Elenco “ALEXIS DAMIANOS” no Festival de Naoussa, Grécia.
Em 2005 criou o Projeto Faunas –
teatro portátil, onde escreve, encena e interpreta que tem levado a várias
escolas, bibliotecas e auditórios peças de teatro dirigidas ao público jovem.
O músico
Joaquim Pavão, guitarrista,
compositor, nasceu em 1975 no Porto. Como intérprete tem tocado em Portugal,
Espanha e Bulgária. Para além inúmeros de recitais-solo fez parte do trio Arsis
e Duo Amabile, acompanhou o ator Vítor de Sousa (Poesia), o violoncelista Jan
Kuta e a violinista Elitza Mladenova. Gravou para a RTP e Antena 2. Apresentou
a primeira apresentação pública em Portugal da obra completa de N. Paganini
para Guitarra e Violino na sua versão “facsmile”. Gravou obras de E. Gismonti,
A. Piazzolla e L. Brouwer. Estreou obras de compositores, tais como Michel
Bert, Andrey Diamandiev e Philip Houghton.
Como compositor escreveu para
teatro, cinema e concerto. Foi editado pela Universidade de Aveiro/Academia de
Artes Digitais um DVD com a obra “Quatro Elementos” para orquestra de cordas,
interpretado pela Filarmonica das Beiras, inserida num filme de Janek Pfeifer
que mereceu um prêmio no Festival Ecovision de Palermo. Escreve para o mesmo
realizador (re)Volta e Meia – Guitarra e Instantes – Narrador e Guitarra.
Gravou a banda sonora do Filme “A Sesta” de Olga Roriz inserido na instalação
premiada Arquiteccturas de Palco de João Mendes Ribeiro. Gravou para a Antena 2
a estreia da obra “Uma Ilha na Lua” para Narradores, Soprano, Baixo, Guitarra e
Orquestra. Escreveu várias peças para teatro, tais como, Animais Nocturnos –
Acordeão Solo, Hypomnemata – Coro para a encenadora Renata Portas, A História
de uma estória – Opera para três sopranos, um baixo, Coro e Orquestra, Medeia –
Guitarra Solo, Electra – Flauta Solo, Três Poemas e um Copo de Vinho para o
encenador José Geraldo, Uma Ilha na Lua – Coro, Guitarra, Contrabaixo e
sonoplastia para a Companhia Efémero. Foi júri no XI Encontros Internacionais
de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimidia de Avanca. Realiza e assina a banda
Sonora do Documentário Avenida – Guitarra. Escreve variadíssimas obras para
concerto destacando-se Concerto para Cesariny – Guitarra e Orquestra,...de um
Fado – Orquestra de Câmara, 7 miniaturas – Soprano Solo, 10 estudos – Guitarra,
Setúbal – Guitarra, Aveiro – Guitarra. A sua obra é publicada pela Ava Musical
Editions.