sábado, 31 de outubro de 2009

Uma novela de rádio

Neville orienta Lucas Komechen, o ascensorista João

Patrícia Kamis e Lucas Komechen ensaian sua cena

O diretor prepara a gravação no elevador

Komechen, Cláudia Brito e Eberson Galiotto ensaiam

Neville grava o ensaio da cena de Eliane Karas e Lucas Komechen

Últimas orientações aos atores antes de gravar

A gravação da última cena da novela no elevador

O diretor David Ian Neville fez, hoje, um exercício com os participantes do Workshop de Dramaturgia e onde foi criada uma novela para rádio a partir dos personagens criados no exercício proposto por ele ontem.

Os personagens escolhidos foram: João, ascensorista; Branca, funcionária de um escritório; Keli, estagiária de um escritório; Rafael, office-boy de um escritório; Arlete, faxineira do edifício.

Local da ação: um dos elevadores do edifício.

O dia em que o ascensorista
desceu do elevador para subir na vida

O enredo: João fica sabendo naquele dia que havia ganho 25 milhões na Mega Sena. Resolve que vai abandonar o emprego e, antes, começa a "cantar" algumas das passageiras do seu elevador. Tenta, primeiro, com Branca e é rechaçado imediatamente, mesmo quando diz que ganhou a "bolada". Branca deixa João sozinho no elevador. Dentro do elevador, João assiste aos insistentes pedidos de Rafael para que Keli o namore. Keli esnoba Rafael e não aceita namorá-lo. Mesmo pedindo a ajuda de João, Rafael não é aceito por Keli. João, então, decide insinuar-se para Keli. Ela não leva nada a sério e despacha João com um sonoro "não". Decidido abandonar seu posto de trabalho antes do final do dia, uma sexta-feira, véspera de feriado, apressados funcionários das empresas do edifício pedem para que João os transporte rapidamente para baixo. Dentre os passageiros está Arlete, a faxineira do prédio. João nega-se a atender os pedidos e revela que não vai mais trabalhar como ascensorista pois acabara de ganhar uma bolada de 25 milhões na Mega Sena. Nenhum dos passageiros acredita. A sonhadora Arlete, que quer ser cantora de música "gospel" diz que acredita em João e que ele é o homem que ela tanto esperou. João deixa todos no elevador e, Arlete corre atrás dele. No corredor do edifício, João se vinga das recusas de todas as mulheres em cima da sonhadora Arlete. Ele a destrata, a chama de "baranga" e diz que com 25 milhões na conta vai poder escolher melhor as mulheres que quiser.

O autor e diretor escocês orientou os improvisos dos atores que participaram das cenas e gravou, dentro de um elevador, os diálogos entre os personagens. Tudo foi feito com toques de humor.

Elenco: João - Lucas Komechen; Branca - Patrícia Kamis; Keli - Cláudia Brito; Rafael - Eberson Galiotto (Pretto); Arlete - Eliane Karas. Passageiros - Douglas Daronco, Paulo Renato Oliveira e Cynthia Becker.

Fotos e versão do enredo aqui apresentados: Rogério Viana

Exercício "A vida num dia"

O diretor e autor David Ian Neville pediu, ontem, dia 30 de outubro, que os participantes do Workshop de Dramaturgia do SESI Paraná escrevessem um texto com 500 palavras contando A VIDA NUM DIA tendo como personagem alguém que trabalhasse no prédio do SESI onde o evento acontecia.

Ele se inspirou para a formulação do exercício na publicação inglesa THE SUNDAY TIMES, de Londres, que publica uma coluna com o título "A Life in the Day", onde focaliza um dia na vida de personalidades, artistas, atores, políticos. Na edição do dia 4 de outubro, o focalizado foi o ator Dominic West. O texto, escrito por Ria Higgins tem 986 palavras e 5036 caracteres.

Acessar o texto em:



O exercício que fiz é o que apresento abaixo: (o personagem é fictício, claro)

A vida num dia

Personagem:

Lúcia dos Anjos Moreira, 25 anos, morena, de cabelos à altura dos ombros e bem cacheados é alta e discretamente fora do peso. Trabalha como recepcionista da entidade, solteira, faz o último semestre da faculdade de Letras (com Inglês), mora com a mãe (aposentada) e com o irmão que é viciado em crack. Não conviveu com o pai que abandonou a mãe assim que soube que ela estava grávida pela segunda vez. Seu irmão é mais velho dois anos. Ela corresponde-se pela internet com um homem mais velho (de 45 anos) que mora em Portugal e que diz ser engenheiro de uma construtora na cidade do Porto. Só teve um namorado na adolescência, com quem viveu sua única experiência sexual. Prefere mais livros a sair na balada. Prefere mais vídeos em casa a teatro. Prefere mais jazz, blues a baladas sertanejas e músicas que ela chama de “brega”.

Depoimento ao jornalista Rogério Viana

O despertador do celular nem precisou disparar seu irritante som. Automaticamente o desligo segundos antes dele assinalar que são 6h15. Hoje eu acordei com os primeiros raios de sol invadindo meu quarto. Manhã incomum em Curitiba. Nos últimos dias desta primavera chuvosa e com dias nublados e frios, o despertador até disparou algumas vezes. Hoje, não. Foi diferente. Fez calor durante a noite e eu acabei dormindo só com o short do meu pijama. A blusa eu retirei, ainda na madrugada, e ficou em baixo do meu travesseiro.

Pés no tapete. Sentada na cama faço um alongamento. É sábado e tenho que trabalhar. É meu plantão. Uma vez por mês trabalho num sábado, até o meio dia só, felizmente. Ligo a TV. Está num canal de notícias. Em toda a região sul vai fazer calor hoje, mas é possível, que no final do domingo o tempo mude e o feriado tenha chuva. Quem foi para a praia poderá voltar frustrado. O sol pode não dar as caras e a primavera ficará mais com aparência de outono. Mas isso não é de espantar quem mora aqui.

Como dormi bem e já estava na cama mais cedo, não amanheci com os olhos inchados. O óculos escuro hoje será necessário. Também, com um sol desse tão forte! Já sinto que minha mãe está fumando. Ainda bem que o cheiro desagradável do cigarro dela seja agora substituído pelo aroma daquele café que está sendo feito. Café forte, como gostamos de tomar.

O aquecedor ficou ligado a noite toda e a água morna escorre por meu corpo. Vou aproveitar e lavar meu cabelo. O sol da manhã e o calor que vai fazer hoje vai ajudá-lo a secar mais rapidamente e não vou precisar ligar o secador. Gosto de sentir o cabelo molhado. Estão dizendo que os cabelos cacheados estão novamente na moda. Sempre gostei dos meus cabelos.

O António diz que meus cabelos são maravilhosos. Sim, ele se chama António, com um improvável acento agudo que aqui não adotamos. Ele é mesmo António. Meu português do Porto.

Minha mãe não estava com aquela cara entristecida. Sorriu e disse: Ele dormiu em casa, voltou cedo. Meu irmão é nosso grande problema. Não há o que façamos que o deixe bem. Se tentamos ajudar, ele nos agride. Se fingimos não dar importância, ele nos cobra atenção. Perdeu o emprego, agrediu seu chefe. Brigou com dois vizinhos, amigos de infância. Foi fichado na polícia, como usuário de crack. Não quer ser internado numa clínica de reabilitação. Não quer. Nem conversar. Não mais procura sua namorada. Parece que já a esqueceu. Hoje, sua grande paixão é um vício maldito que nos tira o pouco dinheiro que temos e a alegria que nos restava.

Hoje conheci dois homens diferentes. Informaram que são autores, diretores escoceses que vieram ministrar um workshop sobre dramaturgia. Um deles, de olhos azuis, sorriu para mim. O outro, que tem mesmo cara de escocês, falava com alguém daqui com um sotaque que lembrava meu António.

(500 palavras – 2830 caracteres)

Escoceses ministram Workshop de Dramaturgia

Os participantes do Workshop de Dramaturgia

David Neville, professora Margie Rauen e Chris Dolan

David Ian Neville

Chris Dolan e Fernando Bonassi


Com as presenças dos premiados diretores britânicos Chris Dolan e David Ian Neville, e do brasileiro Fernando Bonassi, teve início, ontem em Curitiba, o Workshop sobre Dramaturgia, evento organizado pelo Núcleo de Dramaturgia Sesi Paraná, em parceria com British Council.

No período da tarde, com a presença de 13 participantes, Dolan e Neville realizaram vários exercícios, falaram sobre suas experiências com dramaturgia na Escócia, comentaram sobre as dificuldades que lá também vivenciam e contaram como escrevem, produzem e dirigem textos dramatúrgicos para rádio. No período da noite, os escoceses participam com o autor brasileiro Fernando Bonassi da mesa-redonda "Autores Múltiplos: do teatro ao cinema, rádio e televisão". Os eventos aconteceram no auditório do Sesi Paraná em Curitiba.

Chris Dolan e David Ian Neville vão ministrar, hoje, do segundo encontro do Workshop de Dramaturgia, promovido com exclusividade para os participantes da Oficina Regular do Núcleo de Dramaturgia que é mantido pelo SESI Paraná com apoio do Teatro Guaira e do Britishi Council. A oficina de dramaturgia tem encontros quinzenais e é coordenada pelo premiado autor e diretor Roberto Alvim que nesta semana ganhou, em São Paulo, o prêmio BRAVO! Prime, como melhor montagem teatral com o espetáculo O QUARTO, de Harold Pinter, apresentado no final do ano passado na capital paulista. A coordenação do Núcleo de Dramaturgia é do autor e diretor Marcos Damaceno.


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Raduan Nassar e Maria Esther Maciel no Projeto Brasis Leituras Plurais

Leitura no Teatro da Caixa, dia 4 de novembro (quarta-feira)

A CAIXA Cultural Curitiba apresenta, na próxima quarta (dia 4), leituras dos textos de Raduan Nassar e Maria Esther Maciel, na edição de novembro do projeto Brasis Leituras Plurais. O músico Fabio Mazzon e os atores Eduardo Giacomini Martins, Fernando Eugênio de Proença e Elenize Meiry Dezgeniski atuam sob a mediação de Paulo Soethe e a direção de Olga Everan Carvalho Nenevê.


O projeto Brasis Leituras Plurais é um ciclo de leituras cujo foco é a palavra, a vocalização do texto à época em que foi escrito, inclusive com sotaques regionais, melodias e ritmos próprios. Para valorizar ainda mais a função auditiva todas as noites serão acompanhadas por um músico, um diretor teatral como maestro e um mediador para amealhar informações.


Raduan Nassar – O filósofo nasceu em Pindorama/SP, em 1935. “Menina a Caminho” (1960) foi sua estreia na literatura. Lançou o romance “Lavoura Arcaica” (1975). A novela “Um Copo de Cólera” (1970) só apareceria em 1978, quando o escritor já havia abandonado a literatura. Em 1984, depois de ter exercido diversas atividades, Raduan comprou a fazenda Lagoa do Sino e passou a se dedicar integralmente à produção rural, atividade que exerce até hoje.


Maria Esther Maciel Poeta, ensaísta e ficcionista vive em Belo Horizonte. Compõe o corpo docente da UFMG e ocupou o cargo de pesquisador visitante na Universidade de Londres. Dentre suas obras estão: “Dos haveres do corpo” (1985), “As vertigens da lucidez: poesia e crítica em Octavio Paz ” (1995), “A dupla chama: amor e erotismo em Octavio Paz ” (1998), “Triz (1999), “Vôo Transverso: poesia, modernidade e fim do século XX” (1999), “A memória das coisas” (2004) e “O livro de Zenóbia” (2004).


Serviço:


Projeto Brasis Leituras Plurais: Textos de Raduan Nassar e Maria Esther Maciel


Local: Teatro da CAIXA

Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro – Curitiba

Data: 04 de novembro de 2009

Horários: quarta 20h

Ingressos: 01 (um) livro não didático

Bilheteria: (41) 2118-5111 (de terça a sexta, das 12 às 19h, sábado e domingo, das 16 às 19h)

Classificação etária: Não recomendado para menores de 14 anos

Lotação máxima do teatro: 125 lugares (02 para cadeirantes)


www.caixa.gov.br/caixacultural

Laboratório de autoria - básico

Os participantes serão levados a exercitar e beneficiar-se da expressão escrita a partir de investigações de autoconhecimento, relacionamento interpessoal e histórias de vida. Fundamentada em teorias da Leitura, da Literatura, da Comunicação e da Psicologia Social, e utilizando técnicas da pesquisa qualitativa, da reportagem e do teatro, a orientadora promoverá releituras e estímulos inéditos para experiências criativas de escrita. O método utilizado permitirá ao próprio grupo decidir sobre as prioridades do processo de aprendizagem – que será construído, avaliado e redirecionado, se necessário, no decorrer do curso para atender às necessidades da maioria dos integrantes.


Coordenação:Joanita Ramos

- Jornalista (UFPR), com mais de 20 anos de experiência na escrita profissional de textos de diferentes características (jornalísticos, literários, empresariais e científicos), tendo atuado em organizações como Gazeta do Povo e Caixa Econômica Federal.

- Atriz profissional, com atuação em teatro e vídeo.

- Docente convidada da Academia Brasileira de Jornalismo Literário (ABJL).

- Membro da Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos (SBDG).

- Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná.

- Pesquisadora e consultora nas áreas de Leitura e Literatura, Dinâmica dos Grupos, Comunicação e Educação.

Período: terças e quintas, de 17 de novembro a 17 de dezembro, em duas opções de turno.

Diurno: das 13h30 às 16h30.

Noturno: das 19h às 22h.

Preço: R$ 390,00 à vista ou em duas parcelas sem acréscimo.


Consultoria individual complementar (opcional): R$ 80,00, sendo uma hora dedicada à análise em profundidade do(s) texto(s) do participante e outra à apresentação de feedback particular.

Requisitos: ensino médio, completo ou não, e interesse em aperfeiçoar a expressão escrita, aprimorando simultaneamente as relações interpessoais.

Local: Núcleo de Psicologia Clínica

R. Pe Anchieta, 164

fone 3079-5596 3232 6185



www.nucleopsi.com.br

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Roberto Alvim ganha o prêmio BRAVO! Prime de Cultura

"É inacreditável. Só a indicação já é um prêmio", disse Roberto Alvim

Roberto Alvim ganha o prêmio BRAVO! Prime

Roberto Alvim, que coordena a oficina de dramaturgia do Núcleo de Dramaturgia do SESI Paraná, ganhou, na noite de segunda-feira, em São Paulo, na categoria Teatro, o V Prêmio BRAVO! Prime de Cultura, com a peça O QUARTO, de Harold Pinter.

Leia a matéria integral da revista BRAVO! no link:



"O Brasil é o país dos festivais e para BRAVO! é uma alegria e um desafio fazer a crônica dessas revoluções". Foi com essa frase, dita pelo presidente-executivo da editora Abril, Jairo Mendes Leal, que foi aberta a cerimônia do 5º prêmio BRAVO! Prime de Cultura, com o patrocínio do Bradesco Prime e apoio da CPFL Energia e da Claro. O evento aconteceu nesta segunda-feira, 26 de outubro, e foi realizado na Sala São Paulo, com a presença de grandes nomes da cultura do pais, como Chico Buarque, Selton Mello, Milton Hatoum e Danilo Santos de Miranda.

Como no ano anterior, a festa da entrega foi apresentada pelo bem-humorado ator Lázaro Ramos. As apresentações artísticas principiaram com a presença do cantor e compositor Tom Zé, que subiu ao palco com uma meia no rosto. "Eu sou Tom Zé, não é um assalto ainda", disse, arrancando risadas do público. A piada deu seqüência a uma série de divertidas apresentações, com músicas que lembravam a Era dos Festivais, tema do prêmio esse ano. O primeiro número do cantor foi uma paródia de sua própria composição, "São, São Paulo Meu Amor", vencedora da quarta edição do Festival da TV Record, em 1968. "Saí de casa a rigor na esperança de um prêmio BRAVO! e agora vem um cantor" e "antes dessa opereta, me dá logo a estatueta" foram alguns dos versos que alegraram os ansiosos concorrentes das diversas categorias do prêmio.

Chico Buarque foi o vencedor na categoria literatura e seu prêmio foi entregue pelo autor de Cinzas do Norte, Milton Hatoum, a quem abraçou fortemente antes de receber a estatueta. A cena da dupla de escritores sorridentes repetiu a dobradinha de sucesso vista na edição do Festival de Literatura de Parati (FLIP) desse ano, na qual dividiram uma concorrida mesa. O compositor, músico e também escritor dedicou o prêmio a Hatoum, seu amigo, e deixou o palco após abraçar o apresentador Lázaro Ramos, que não perdeu a oportunidadde de exclamar: "Sou seu fã, Chico!". Em homenagem ao premiado, a apresentação seguinte teve um pout-pourri dos primeiros lugares do festival de 1967, Ponteio (Edu Lobo), Roda Viva (Chico Buarque), Domingo no Parque (Gilberto Gil) e Alegria, Alegria (Caetano Veloso), interpretados pela cantora Andréia Dias, acompanhada de uma orquestra de 12 músicos e um regente.

O bom-humor e a animação marcaram toda a festa. Destaque para Jair Rodrigues que, em plena forma aos 70 anos, sambou e cantou ao lado de Lázaro Ramos "O samba da minha terra", do baiano Dorival Caymmi, e chegou a pegar Chico Buarque no colo depois da foto com todos os vencedores. Selton Mello, eleito Artista Prime do Ano pelo júri popular, depois de abraçar fortemente o irmão Danton Mello subiu ao palco e fez um divertido discurso, no qual agradeceu "a indústria farmacêutica e a psicanálise". Com uma folha de papel sacada do bolso, o ator leu citações de cada um de seus concorrentes na categoria. Arrancou aplausos da platéia ao citar Nelson Freire, Ferreira Gullar, Chico Buarque e Fernanda Montenegro, esta tendo dito que "viveu sem tempos mortos" - menção à peça de teatro que encenou esse ano, no papel da filósofa Simone de Beauvoir.

Na categoria Teatro, cujo prêmio foi entregue pelo parlapatão Hugo Possolo, o vencedor foi Roberto Alvim, pela peça "O Quarto". "É inacreditável", disse no momento da entrega. "Só a indicação já é um prêmio. São três espetáculos escolhidos numa cidade com uma forte cena teatral", afirmou. Nos agradecimentos, incluiu sua mulher, a atriz integrante do elenco Juliana Galdino.

O cinema foi bem representado por Terra Vermelha, uma produção que, embora pouco exibida nas salas nacionais, fez uma grande carreira por festivais. O produtor Fabiano Goulani e o roteirista Luiz Bolognesi receberam o troféu no lugar do diretor Marco Bechis. O filme é fruto de anos de pesquisas entre a comunidade dos índios de Dourados (MS). "Esse filme é Guarani-kaiowá e amplifica o sofrido canto desse povo", disseram. Bolognesi chegou a lembrar a cena em que cinco atores índios atravessaram o tapete vermelho do festival de cinema de Cannes. "Quatro deles estavam entrando num cinema pela primeira vez", disse o roteirista. "Chorei porque na semana seguinte eles iam pegar um caminhão e cortar cana nas fazendas de quem matou seus pais e seus irmãos", arrematou, concluindo com um convite para que o público conhecesse o filme.

Duas grandes cantoras abocanharam os prêmios de melhor CD e DVD. Balagandãs, de Ná Ozetti, é uma homenagem da cantora à intérprete Carmen Miranda. O prêmio foi entregue pelas mãos de Tom Zé com quase todos os músicos no palco. Fernanda Takai recebeu pelo DVD Luz Negra o troféu das mãos da cantora baiana Daniela Mercury. "Minha filha de seis anos sempre reclama das viagens e diz que não quer ser cantora porque tem de viajar muito. Dessa vez posso dizer que foi por um bom motivo", disse, apontando a estatueta.

Danilo Santos de Miranda, diretor do SESC São Paulo, subiu pela segunda vez ao palco do prêmio (em 2007 o SESC foi eleito a Melhor Programação Cultural) para ser eleito Personalidade Cultural do ano. O premiado reiterou seu compromisso com a cultura: "Ela é a única saída efetiva que temos para transformar nosso país num lugar melhor para todos". Ele recebeu o troféu das mãos do presidente de energia da CPFL, Augusto Rodrigues, que o anunciou como "ministro da cultura permanente do país".

Nas Artes Plásticas, o vencedor foi o artista plástico e também escritor - ele concorria também na categoria literatura com seu livro Ó - Nuno Ramos, pela instalação Mar Morto. O prêmio de música erudita ficou com Rosana Lanzelotte e Ricardo Kanji por Neukomm no Brasil. Jairo Mendes Leal voltou ao palco para agraciar o Instituto Moreira Salles como a melhor programação cultural do ano. Na categoria Dança, o prêmio foi entregue pela coreógrafa, diretora e produtora artística Dalal Achcar, fundadora da Associação de Ballet do Rio de Janeiro a Bruno Beltrão, do Grupo de Rua de Niterói, por H3.

Após a entrega do Prêmio de melhor artista Prime, Andréia Dias, Jair Rodrigues e Tom Zé voltaram ao palco para uma grande festa ao som de A Banda, de Chico Buarque. Como dizia a letra, a marcha alegre se espalhou e o público todo cantou junto no encerramento de uma das edições mais animadas da premiação.


Roberto Alvim, vencedor na categoria Teatro pela peça "O Quarto":

"Minha sensação foi de torpor. Achei de muita coragem o júri ter premiado

uma peça considerada difícil e até hermética por alguns".


Veja fotos da entrega do prêmio BRAVO! Prime


http://bravonline.abril.com.br/conteudo/assunto/5-premio-bravo-prime-cultura-508476.shtml


Veja as fotos da entrega do prêmio BRAVO! Prime na revista CONTIGO


http://contigo.abril.com.br/foto/evento/5-premio-bravo-prime-de-cultura-508468.shtml?ft=13p


Leia matéria sobre O QUARTO publicada na revista BRAVO! em novembro de 2008


http://bravonline.abril.com.br/conteudo/teatroedanca/teatroedancamateria_397843.shtml?pagina=1


Leia críticas sobre O QUARTO que foram publicadas no site da revista BACANTE e as respostas que o próprio Roberto Alvim deu no ano passado, logo após a estréia do espetáculo que foi ganhador do prêmio BRAVO! Prime, este ano.


http://www.bacante.com.br/revista/critica/o-quarto/comment-page-1#comment-2620


Eu deixei meu comentário lá e reproduzo aqui:


Meus caros, um ano depois da estréia de O QUARTO, a peça que “revolucionou” a encenação de textos do Harold Pinter no Brasil – foi a primeira peça escrita pelo autor britânico e pela primeira vez encenada por aqui – ao contrário do que diz o título da música usada na peça “I’ll never smile again”, Roberto Alvim, o diretor pode, sim, continuar sorrindo e, no fundo, até está dando discretas gargalhadas já que arrebatou o prêmio BRAVO! Prime de melhor espetáculo teatral na quinta edição que aconteceu no último dia 26 de outubro, em São Paulo. Roberto Alvim já se considerava vitorioso ao ser indicado para o cobiçado prêmio e disse estar muito surpreso com a conquista. Alvim quebrou várias regras do nosso teatro e sua ousadia lhe deu mais que um prêmio. Ele ganha, a cada nova montagem, o reconhecimento de que seus espetáculos vão muito além de um simples sorriso ou de aplausos gratuitos.