terça-feira, 26 de outubro de 2010

Coleção "Aplauso" lança novos títulos

Lançamento conjunto das obras será nesta quinta-feira (28 de outubro), a partir das 19 horas, no Shopping Frei Caneca, e contará com a presença de artistas biografados e autores. Entre as novas publicações estão “O Teatro de Marici Salomão”, com textos de Marici que é a coordenadora de dramaturgia da SP Escola de Teatro, em São Paulo e que também coordena o Núcleo de Dramaturgia SESI São Paulo.
Uma grande festa da cultura vai agitar o Shopping Frei Caneca nesta quinta-feira, dia 28 de outubro, como parte da programação da 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Atores, atrizes, cineastas, dramaturgos e diretores de tevê estão entre os biografados dos novos títulos da Coleção Aplauso, pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Também integram a seleção roteiros de filmes e peças de teatro e livros sobre dança e televisão. O evento acontecerá a partir das 19 horas, no 4º andar do shopping, em São Paulo – Rua Frei Caneca, 569.


Marici Salomão

Jornalista e dramaturga, é coordenadora de dramaturgia da SP Escola de Teatro, em São Paulo. Aperfeiçoou sua formação em Dramaturgia com Luís Alberto de Abreu (Núcleo dos Dez) e com Antunes Filho, como coordenadora do Círculo de Dramaturgia do CPT (Centro de Pesquisa Teatral – Sesc/SP). Como jornalista, colaborou nas áreas de teatro e literatura do Caderno 2 (O Estado de S. Paulo) e da revista Bravo!. Atualmente, é jurada do prêmio Shell de Teatro e coordenadora do Núcleo de Dramaturgia Sesi-British Council. Teve encenadas as peças "Atos de Violência", "Impostura" (projeto "E se fez a Praça Roosevelt em 7 Dias"), "Bilhete", "O Pelicano", "Maria Quitéria" e "Retiro dos Sonhos" (premiada no Concurso Nacional de Textos Inéditos do Sesi – 1995).
  
Ítalo Rossi, Tonico Pereira, Laura Cardoso, Jece Valadão, Paulo Hesse, Antônio Petrin e Miguel Magno figuram entre os novos biografados da coleção.Também têm sua vida contada em livro os cineastas Ozualdo Candeias, Jeremias Pereira e Ana Carolina. Há, ainda, textos de peças do dramaturgo Rodolfo Garcia Vasquez e críticas de teatro de Jefferson Del Rios; os roteiros dos filmes “Jogo Subterrâneo” e “Feliz Ano Velho” e a história da TV Excelsior.

“A seleção deste ano está bastante interessante. Além da história de artistas consagrados, como Ítalo Rossi – por incrível que pareça, ele nunca teve sua biografia publicada em livro anteriormente –, Tonico Pereira e Jece Valadão, também publicamos biografias de cineastas como Jeremias Moreira e Ana Carolina e a de um ícone da dança, Luis Arrieta. Sem contar as críticas de Jefferson Del Rios e Inácio Araújo. E um livro que faz justiça às grandes vedetes do nosso teatro”, afirma Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial.

Confira os lançamentos deste ano

Série Especial

• As Grandes Vedetes do Brasil (Neyde Veneziano)
• Dicionário de Astros e Estrelas do Cinema Brasileiro (Antonio Leão da Silva Neto)
• Italo Rossi – isto é tudo (Antônio Gilberto)
• Marcos Flaksman – universos paralelos (Wagner de Assis)

Série Perfil

• Analy Alvarez – de corpo e alma (Nicolau Radamés Creti)
• Antônio Petrin – ser ator (Orlando Margarido)
• Aurora Duarte – faca de ponta (Aurora Duarte)
• Bivar – o explorador de sensações peregrinas (Maria Lucia Dahl)
• Carmem Verônica – o riso com glamour (Cláudio Fragata)
• Dionísio e Flora – uma vida na arte (Dionísio Jacob)
• Ednei Giovenazzi – dono da sua emoção (Tania Carvalho)
• Haydée Bittencourt – o esplendor do teatro (Gabriel Federicci)
• Jece Valadão – também somos irmãos (Apoenan Rodrigues)
• Laura Cardoso – contadora de histórias (Julia Laks)
• Marlene França – do sertão da Bahia ao clã Matarazzo (Maria Do Rosário Caetano)
• Miguel Magno – o pregador de peças (Andréa Bassitt)
• Muitas Vidas – vida e carreira de Norma Blum (Norma Blum)
• Paulo Hesse – a vida fez de mim um livro e eu não sei ler (Eliana Pace)
• Tania Alves – Tania Maria Bonita Alves (Fernando Cardoso)
• Tonico Pereira – um ator improvável, uma autobiografia não autorizada (Eliana Bueno-Ribeiro)

Série Cinema

• Ana Carolina Teixeira Soares – cineasta brasileira (Evaldo Morcazel)
• Candeias – pedras e sonhos do Cineboca (Moura Reis)
• Cinema de Boca em Boca – escritos sobre cinema (Juliano Tosi)
• Jeremias Moreira – o cinema como ofício (Celso Sabadin)
• Radiografia de Um Filme – São Paulo Sociedade Anônima (Ninho Moraes)
• Roberto Gervitz – Brincando de Deus (Evaldo Mocarzel)

Roteiros:

• Antes que o Mundo Acabe (Ana Luiza Azevedo)
• É proibido fumar (Anna Muylaert)
• Feliz Ano Velho (Roberto Gervitz)
• Jogo Subterrâneo (Roberto Gervitz)
• Leila Diniz (Luiz Carlos Lacerda)

Série Teatro

• A Carroça do Sonho e os Saltimbancos – memória da carroça de ouro (Roberto Nogueira)
• Antônio Bivar – as três primeiras peças
• Em busca de um teatro musical carioca (Eduardo Rieche & Gustavo Gasparani)
• Isto é besteirol – o teatro de Vicente Pereira (Luiz Francisco Wasilewski)
• Jefferson Del Rios – críticas teatrais
O Teatro de Marici Salomão (Marici Salomão)
• Pequeno poema infinito (Antonio Gilberto e José Mauro Brant)
• Rodolfo Garcia Vázquez: quatro textos e um roteiro (Rodolfo Garcia Vázquez)

Série TV

• Gloria in Excelsior (Álvaro de Moya);

Série Dança

• Luis Arrieta – poeta do movimento (Roberto Pereira)

Sobre a Coleção

Criada em 2004, a Coleção Aplauso registra a trajetória dos principais nomes da dramaturgia nacional. Escritores com experiência em jornalismo cultural fazem entrevistas, há pesquisas de documentos e imagens e os resultados geralmente ultrapassam os simples registros biográficos, revelando facetas que caracterizam o artista e seu ofício dentro de um contexto histórico. Há ainda o ineditismo da publicação de roteiros originais de filmes que de alguma forma marcam a nossa história.

Aplauso na Internet

Desde os primeiros lançamentos, em 2004, até os mais recentes, cerca de 200 livros da Coleção Aplauso podem ser acessados gratuitamente pela Internet. Com roteiros, peças, histórias de emissoras de tevê e biografias de artistas, cineastas e dramaturgos, os títulos estão disponíveis para download em pdf e txt. Basta acessar o site www.imprensaoficial.com.br/colecaoaplauso.

Mais informações para a imprensa com: Fabio Bahr (fabiobahr@lufernandes.com.br)

Início da peça "Bilhete" de Marici Salomão


BILHETE

Marici Salomão


Montagem patrocinada pelo Centro Cultural Banco do Brasil (2002). Temporadas no teatro do Banco do Brasil (2002) e no Centro Cultural São Paulo (2003). Direção: Celso Frateschi.

                      ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE UMA PEQUENA CIDADE. VÊ-SE APENAS UM BANCO DE MADEIRA E UM POSTE DE LUZ TREMULANTE. ENTRA MULHER, CERCA DE 30 ANOS, BEM VESTIDA, MAS COM APARÊNCIA CANSADA. À CABEÇA, UM CHAPÉU, COM QUE SE DEFENDE DOS INSETOS. PORTA UM CASACO COMPRIDO E UMA MALETA. DEPOIS DE LIMPAR O BANCO, SENTA-SE PARA AGUARDAR O TREM. CHECA A HORA QUE CONSTA NA PASSAGEM E GUARDA-A NO BOLSO DO CASACO. APESAR DA OSCILAÇÃO DA LUZ,  FOLHEIA SEU LIVRO - CARTAS A THÉO - E TENTA CONCENTRAR-SE NA LEITURA. SUA FIGURA CONTRASTA DE FORMA GRITANTE COM A INOSPITALIDADE LOCAL. ERGUE OS OLHOS, SOBRESSALTADA, QUANDO A LUZ DO POSTE AMEAÇA APAGAR.

MULHER      (LENDO, DIDATICAMENTE. DEPOIS REPETINDO.) “Esquecer-se de si, realizar grandes coisas, atingir a generosidade e ultrapassar a vulgaridade na qual se arrasta a existência de quase todos os indivíduos.”
(SURGE UMA MULHER VELHA, VESTIDA COM ROUPAS PUÍDAS E ESCURAS. APROXIMA-SE DE MULHER, QUE EM PRINCÍPIO NÃO PERCEBE SUA PRESENÇA.)
VELHA         Posso me sentar um pouco? (MULHER OBSERVA-A) Aí, onde a senhora está. (SENTANDO-SE) Os outros estão ocupados, de cachorro ou titica de passarinho. Ai, ai, a velhice é como erva daninha, traiçoeira: primeiro um nozinho aqui, depois outro mais acima e vai subindo, subindo... Mas a senhora não sabe do que estou falando; na sua idade o sangue ainda é quente. (PAUSA) Parte hoje, filha?
MULHER      Sim, hoje mesmo.
VELHA         De volta pra casa?
MULHER      Não, ainda não. Infelizmente.
VELHA         Por que infelizmente?
MULHER      Por nada.
VELHA         Não está a passeio?
MULHER      Não senhora.
VELHA         A trabalho?
MULHER      Também não.
VELHA         Então vou adivinhar. Quer adivinhar alguma coisa sobre mim?
MULHER      Não, obrigada. Meu trem vai chegar daqui a pouquinho.
VELHA         E daqui a pouquinho é quando?
MULHER      Já era para estar aqui.
VELHA         Mas nossos trens não cumprem horário, são independentes. Chegam a hora que querem, vão a hora que querem. E dizem que isso é vida moderna.
                      (MULHER BUSCA OLHAR PARA O RELÓGIO DE PULSO) Não faça isso!

Um comentário:

  1. Oi Rogério!

    Vim retribuir sua visita e dizer que adorei seus blogs! Repletos de cultura e arte, que delícia.

    Fiquei feliz em saber que você conheceu minha pequena "vila", seus personagens e histórias. Minha mãe é muito amiga da Dona Olinda, e conheceu a sua mãe, a quem ela chamava de "Landa".
    Adoro histórias... histórias antigas e causos... Uma boa prosa, não tem coisa melhor.

    Beijos

    Carla

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