segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Não esperem resultados certos se não fizerem a coisa certa

Um dos segredos do sucesso em qualquer área é trabalho duro, qualidade do trabalho, acessibilidade - por parte dos consumidores e usuários finais - ao produto ou serviço, preço justo, pessoas certas e qualificadas e comunicação de qualidade com precisão e "timing". A comunicação está dentro do que se convencionou chamar de "promoção". Não tem erro. Se o "mix" for dentro do que está acima, é sucesso mesmo. Tudo equilibrado, misturado bem, é tiro e queda. Melhor dizendo, atinge-se o alvo e não se provoca efeitos colaterais.

Muitas vezes a equação não está equilibrada. Pode-se ter um bom produto, ele estar acessível e com um preço adequado, as pessoas podem ter produzido algo inesquecível, de qualidade, bom mesmo, mas - e sempre há um mas, nestes casos - a coisa não anda, não rola, não atrai, portanto, não faz sucesso (no sentido de atingir a meta estabelecida). Onde está o furo? Faltou, claro, aqueles ingredientes fundamentais da comunicação. Se não comunicar corretamente e com eficácia e eficiência, não vai dar certo.

Escrevi um "post" no meu blog sobre o trabalho de comunicação do Festival de Curitiba.

Está aqui, no link:


Não vou falar aqui sobre alguns problemas que vi no Festival do ano passado. Um deles dizia respeito à organização mesmo. Mas foi um dos pontos mais criticados por muita gente, não é mesmo? Então. A direção do Festival de Curitiba, este ano, deu uma evidente mostra de que organização é algo que ela está deixando meio de lado. Não é concebível que, quem detém a massa de informação sobre o "produto" que vai vender, o faça de modo "desorganizado". Explico: o Festival de Curitiba tem um blog e um site. Os dois instrumentos, super importantes, se prestam para divulgar os "produtos" - toda a programação dos espetáculos que serão realizados naquele determinado período do mês de março. Se internamente o Festival de Curitiba não faz uso adequado das informações que detém - a tal programação - o que é algo básico no tal "mix", o que esperar de aspectos bem mais complicados que é, no todo, o gerenciamento de toda a programação efetivamente sendo realizada?

Se houve falhas na comunicação, não se pode esperar melhorias no que é mais complicado, é o resumo da conversa do que ilustrei no tal "post".

Então vai um alerta aos meus colegas que promovem seus espetáculos de teatro, dentro ou fora do festival e antes e depois do festival, durante todo o ano. Tenho notado que muitos fazem boas produções (algumas carecem de mais grana, com certeza), ótimos textos (nem todos o são, claro), ótimos atores (muitos, nem tanto), direções primorosas (alguns deixam a desejar, também), figurinos e cenários espetaculares e criativos (alguns, claro, passam longe disso), a iluminação e o som são fantásticos (alguns, infelizmente, não são assim...). Bem, onde está a falha? Na questão da comunicação, cartazes bonitos e bem criados graficamente, o material de mão - os volantes, os tais flyers, os cartões promocionais etc, tudo muito legal e de qualidade -, os blogs, os sites, enfim tudo isso feito como é possível, mas muito, ou quase todos, se esquecem que é preciso, então, não descuidar de uma competente assessoria de imprensa. Não que isso vá garantir uma divulgação espontânea junto a mídia especializada, claro. Longe disso. Assessoria de imprensa ajuda, porém não faz mágica, nem milagre. Mas comunicar é, antes de mais nada, dizer a coisa certa na hora certa e com as informações certas. Para quem? Para o público certo, concordam? Não dá para ter sucesso na comunicação se essas regras básicas da comunicação não forem seguidas.

Assim, finalmente, recomendo. Quando forem montar um futuro projeto teatral, não se esqueçam que também é importante, além da produção, do texto, da direção, dos atores, do cenário e figurinos, da iluminação e do som, que vocês não se esqueçam de colocarem os custos com uma assessoria de comunicação profissional. Sem ela, o risco de não dar certo é quase certo. Ah, uma dica. Se não tem dinheiro para contratar um diretor bom, apela-se para um diretor iniciante ou ainda sem muita experiência, não é? Mas, se não tiver alguém, no grupo, na montagem, que pense em encontrar alternativas eficazes e eficientes para comunicar corretamente o espetáculo a ser promovido, bem, não preciso dizer que a falta de público nos espetáculos não é algo que se possa jogar na conta da concorrência de outros espetáculos na mesma hora, não é? Ou até jogar a culpa na "Gazeta do Povo" ou na TV Paranaense de não terem dado nenhuma "notinha" sobre o espetáculo que todos tanto trabalharam duro e pesado em vários meses.

Fiquem atentos. Utilizem todas as ferramentas de comunicação possíveis (sites, blogs, press-releases, entrevistas, fotografias, Twitter, Facebook e outros meios da comunicação social gratuita). Mas não deixem isso por conta do diretor, do produtor ou do ator principal. Em comunicação, quem deve responder por ela tem que ser uma pessoa que tenha o mesmo peso que as das demais - e importantes - peças da engrenagem do espetáculo, da arte. Quem dirige atores, é o diretor. Quem dirige comunicação, é um comunicador. Um não pode fazer o papel, ou cumprir a função do outro.

É isso. Recado dado.

Depois não chorem quando seus espetáculos tiverem uns quatro ou cinco gatos pingados e, dentre eles, uma mãe, a tia solteirona, um namorado ou namorada. OK?

Não esperem resultados se não fizerem a coisa certa. Tem uma máxima que julgo oportuna: Ninguém pode esperar mudanças se não promover mudanças.

Mudem e fiquem atentos, nunca é demais alertar.

Abraços

Rogério Viana

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