sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O rei está nu. Lula estará nu fora da Presidência.

Em 1974, o cartum de Laerte denunciava a ditadura militar.
Hoje, 36 anos depois o mesmo cartum tem outro sentido.
A ditadura não é mais militar, é a ditadura do populismo.


Lula lutou tanto para chegar à Presidência que talvez vá demorar o mesmo tempo para dela se despedir. Uma das provas disso é que ele colocou uma neófita em eleição para ganhar os votos que só seriam dele. Talvez enxergando em Dilma uma Presidência efêmera, fraca, sem poder de sustentação, nem política, nem administrativa, nem popular, sobretudo. 


Lula lutou tanto, empurrado pela imprensa que o endeusava na figura folclórica que sempre foi para, agora, ele lutar com mais determinação ainda na tentativa de tirar da imprensa sua principal característica: a liberdade. 


Lula lutou tanto para combater - dentro de sua ética - a corrupção na política que, agora, encerra seus oito anos de mandato como o mais corrupto da recente história brasileira. 


Lula lutou tanto para ser o Lula, o filho do Brasil, para tornar-se, no apagar do seu governo como Lula, o padrinho dos interesses mais perversos, o patrono de toda sorte de aloprados e o filho pródigo que reduziu a pó uma herança de democracia, de respeito às leis, às instituições e, sobretudo a todos os princípios que a sociedade entende como éticos, válidos e necessários. 


Aqui vai um lembrete: ao retirar a casaca presidencial, aquela faixa embotada e com nódoas, não do tempo, mas da alma de quem a usou, Lula deve lembrar-se de que não há figurino de ex-presidente. O rei está nu e Lula terá toda sociedade consciente a lhe esfregar essa verdade em sua cara.


(O cartum de Laerte foi o primeiro premiado no I Salão de Humor de Piracaba, em 1974. Amigos meus do jornalismo em Piracicaba organizaram este primeiro salão. O segundo salão eu fui um dos organizadores. Está na história do salão. Sobre ele podem acessar o site. Para entender um pouco mais sobre a questão do poder e da perda do poder foi publicado o artigo científico "O rei está nu. Contrapoder e realização de desejo, na piada e no humor" de Joel Birman, Psicanalista; Professor Titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Leia o artigo publicado aqui.)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Lulla-cacatua-cefalópode, Lula, o crustáceo psitacista

Lula Crustáceo ou "lulla-cacatua-cefalópode"
Sobre notícia e comentário publicado no site da Veja pelo jornalista Reinaldo Azevedo - Lula Molusco - enviei o seguinte comentário:

Reinaldo, pela primeira vez em sua fala Lula está mesmo correto.O Lula crustáceo é ele mesmo. Lula “casca grossa”. Lula, o molusco, é palatável e uma iguaria. O Lula crustáceo, não. Ele é aquele ser que, com o passar do tempo foi endurecendo sua carapaça - seu disfarce, seu lombo, sua casca - para esconder no fundo quem verdadeiramente ele é. Misto de anta com jegue, filhote de urubu com cágado, cruzamento de cobra com borboleta, aranha com antúrio, lagarto com cácto, papagaio com jaca, Lula, o crustáceo é uma abominável criação que evoluiu ao seu atual estágio graças aos efeitos do “mensalão”: o crime deletério que a oposição quis e tratou como mera contravenção. Lula, o crustáceo que foi atacado pela doença do psitacismo, realmente deve morrer pela boca. E por sua boca decretou que o tal “campo de Lula” não existe, já que a biologia marinha não reconhece existir a espécia “lulla-cacatua-Cefalópode”, ele mesmo, o único representante da espécie lula crustáceo. Espero que a Justiça impeça mais essa boçalidade que a Petrobras quer transformar em “homenage”.


Só faltam poucas horas para eu me ver livre do "lulla-cacatua-cefalópode"... Eu já não aguento mais tanta falação, tanta besteira, tanta bobagem, tanta corrupção, tanta cara de pau, tanta falta de vergonha! Acorda Brasil. Vem aí um novo ano... 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"Triste Inventário de Perdas" - um homem, dois homens, três homens...

"Triste Inventário de Perdas", uma citação de Ernesto Sabato.
Um personagem chamado Ernesto em três épocas de sua vida.
Um homem em três épocas de sua vida conta - narra, dialoga, monologa - coisas de sua vida, fatos acontecidos, outros só imaginados. E o tom, algumas vezes engraçado, outras vezes tristes, muitas vezes insólito ou exagerado é o conjunto de vivências que o personagem Ernesto (representado por três atores de idades diferentes, que são de épocas diferentes, de situações diferentes) vai revelar.

Utilizei uma parte de uma frase do Ernesto Sabato, do seu livro "A Resistência" para tirar o título da peça que acabei de escrever hoje, agorinha mesmo: "Triste Inventário de Perdas". E o nome de Ernesto - que também é o nome do meu neto, a quem chamo de Picolino e que tem quase dois anos - veio como uma homenagem ao escritor argentino que em 2011 fará 100 anos e é uma homenagem a quem, em várias fases de sua vida tem o que registrar e, muitas vezes, não tem como fazer com que esse registro seja exteriorizado, mostrado, contado, revelado, apresentado de alguma forma. A peça é formada por quadros. São 12 quadros e o personagem é apresentado por três ou duas fases de sua vida, por três ou duas visões de sua vida e, boa parte, é apenas apresentado por uma visão do personagem em uma determinada ocasião, idade ou situação.

"Triste Inventário de Perdas", registros do cérebro, do coração e do fígado...

Quem desejar conhecer o texto, é só me enviar um e-mail, solicitando que encaminharei a peça no formato PDF.

E-mail: rogeriobviana@yahoo.com.br