sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O rei está nu. Lula estará nu fora da Presidência.

Em 1974, o cartum de Laerte denunciava a ditadura militar.
Hoje, 36 anos depois o mesmo cartum tem outro sentido.
A ditadura não é mais militar, é a ditadura do populismo.


Lula lutou tanto para chegar à Presidência que talvez vá demorar o mesmo tempo para dela se despedir. Uma das provas disso é que ele colocou uma neófita em eleição para ganhar os votos que só seriam dele. Talvez enxergando em Dilma uma Presidência efêmera, fraca, sem poder de sustentação, nem política, nem administrativa, nem popular, sobretudo. 


Lula lutou tanto, empurrado pela imprensa que o endeusava na figura folclórica que sempre foi para, agora, ele lutar com mais determinação ainda na tentativa de tirar da imprensa sua principal característica: a liberdade. 


Lula lutou tanto para combater - dentro de sua ética - a corrupção na política que, agora, encerra seus oito anos de mandato como o mais corrupto da recente história brasileira. 


Lula lutou tanto para ser o Lula, o filho do Brasil, para tornar-se, no apagar do seu governo como Lula, o padrinho dos interesses mais perversos, o patrono de toda sorte de aloprados e o filho pródigo que reduziu a pó uma herança de democracia, de respeito às leis, às instituições e, sobretudo a todos os princípios que a sociedade entende como éticos, válidos e necessários. 


Aqui vai um lembrete: ao retirar a casaca presidencial, aquela faixa embotada e com nódoas, não do tempo, mas da alma de quem a usou, Lula deve lembrar-se de que não há figurino de ex-presidente. O rei está nu e Lula terá toda sociedade consciente a lhe esfregar essa verdade em sua cara.


(O cartum de Laerte foi o primeiro premiado no I Salão de Humor de Piracaba, em 1974. Amigos meus do jornalismo em Piracicaba organizaram este primeiro salão. O segundo salão eu fui um dos organizadores. Está na história do salão. Sobre ele podem acessar o site. Para entender um pouco mais sobre a questão do poder e da perda do poder foi publicado o artigo científico "O rei está nu. Contrapoder e realização de desejo, na piada e no humor" de Joel Birman, Psicanalista; Professor Titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Leia o artigo publicado aqui.)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Lulla-cacatua-cefalópode, Lula, o crustáceo psitacista

Lula Crustáceo ou "lulla-cacatua-cefalópode"
Sobre notícia e comentário publicado no site da Veja pelo jornalista Reinaldo Azevedo - Lula Molusco - enviei o seguinte comentário:

Reinaldo, pela primeira vez em sua fala Lula está mesmo correto.O Lula crustáceo é ele mesmo. Lula “casca grossa”. Lula, o molusco, é palatável e uma iguaria. O Lula crustáceo, não. Ele é aquele ser que, com o passar do tempo foi endurecendo sua carapaça - seu disfarce, seu lombo, sua casca - para esconder no fundo quem verdadeiramente ele é. Misto de anta com jegue, filhote de urubu com cágado, cruzamento de cobra com borboleta, aranha com antúrio, lagarto com cácto, papagaio com jaca, Lula, o crustáceo é uma abominável criação que evoluiu ao seu atual estágio graças aos efeitos do “mensalão”: o crime deletério que a oposição quis e tratou como mera contravenção. Lula, o crustáceo que foi atacado pela doença do psitacismo, realmente deve morrer pela boca. E por sua boca decretou que o tal “campo de Lula” não existe, já que a biologia marinha não reconhece existir a espécia “lulla-cacatua-Cefalópode”, ele mesmo, o único representante da espécie lula crustáceo. Espero que a Justiça impeça mais essa boçalidade que a Petrobras quer transformar em “homenage”.


Só faltam poucas horas para eu me ver livre do "lulla-cacatua-cefalópode"... Eu já não aguento mais tanta falação, tanta besteira, tanta bobagem, tanta corrupção, tanta cara de pau, tanta falta de vergonha! Acorda Brasil. Vem aí um novo ano... 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"Triste Inventário de Perdas" - um homem, dois homens, três homens...

"Triste Inventário de Perdas", uma citação de Ernesto Sabato.
Um personagem chamado Ernesto em três épocas de sua vida.
Um homem em três épocas de sua vida conta - narra, dialoga, monologa - coisas de sua vida, fatos acontecidos, outros só imaginados. E o tom, algumas vezes engraçado, outras vezes tristes, muitas vezes insólito ou exagerado é o conjunto de vivências que o personagem Ernesto (representado por três atores de idades diferentes, que são de épocas diferentes, de situações diferentes) vai revelar.

Utilizei uma parte de uma frase do Ernesto Sabato, do seu livro "A Resistência" para tirar o título da peça que acabei de escrever hoje, agorinha mesmo: "Triste Inventário de Perdas". E o nome de Ernesto - que também é o nome do meu neto, a quem chamo de Picolino e que tem quase dois anos - veio como uma homenagem ao escritor argentino que em 2011 fará 100 anos e é uma homenagem a quem, em várias fases de sua vida tem o que registrar e, muitas vezes, não tem como fazer com que esse registro seja exteriorizado, mostrado, contado, revelado, apresentado de alguma forma. A peça é formada por quadros. São 12 quadros e o personagem é apresentado por três ou duas fases de sua vida, por três ou duas visões de sua vida e, boa parte, é apenas apresentado por uma visão do personagem em uma determinada ocasião, idade ou situação.

"Triste Inventário de Perdas", registros do cérebro, do coração e do fígado...

Quem desejar conhecer o texto, é só me enviar um e-mail, solicitando que encaminharei a peça no formato PDF.

E-mail: rogeriobviana@yahoo.com.br

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Nosso "Messias Flex" ou, se preparem, vem aí "Lula II - o retorno do pai eterno"

Nosso "Messias Flex" vai para a rua comandar a massa.
Antes do gole, uma pro santo!
Publiquei um comentário no site do "Estadão" e o reproduzo aqui. O comentário foi feito em cima de notícia sobre a aparição de Lula, ontem, na TV, despedindo-se da Presidência. O que escrevi foi:

A despedida de Lula na TV tem, para mim, aquele mesmo sentido de certos filmes que, quando terminam, dão a impressão de que voltarão em outros filmes, criando assim as famosas séries. Tubarão foi um desses filmes. Depois veio Duro de Matar. O tom messiânico de Lula, na parte final de sua fala indica isso. Ele disse: onde houver uma mãe e um pai com desesperança quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto, onde houver um jovem que queira sonhar grande, peço-lhe que olhe a minha história e veja que na vida nada é impossível. Colocar-se, assim, como um Novo Messias, para mim, é demais! Lula, após o Mensalão, quando livrou-se de ser cassado pela omissão da oposição claudicante e imbecil, aproveitou o tempo da sua quaresma política para renascer e se transformar - com a maior cara de pau - não mais e tão somente no Pai do Povo, nem no Salvador da Pátria, mas no Mestre de Todas as Caras e Poderes, o Messias Flex, tocado pelo combustível de uma aprovação recorde, do pré-sal, da cachaça mesmo e da ilusão que ele tem de se transformar, daqui a poucos dias, no mais execrável e mais aplaudido dos ex-presidentes. Se preparem, vem aí: Lula II -O retorno do pai eterno.


Na Folha de São Paulo, no blog do Josias de Souza, mandei esse comentário sobre a despedida lulista. Vai:


Lula, nosso Messias Flex, despediu-se na TV, no horário gratuito. Agora, como disse que será um homem comum, nas ruas, vai ter espaço gratuito para exercer sua megalomania, onde? Ou será que os jornais vão pautar cada passo do ex-presidente na mesma intensidade que faziam quando Lula era apenas o presidente de um sindicato de metalúrgicos que não conhecia a dimensão da "gula" lulista pelo poder e a glória. Lula sai do governo como nosso "Messias Flex" mesmo. Sim, aquele que é movido pela aprovação recorde, pelo pré-sal, pela cachaça e pela certeza que ele tem de que sucederá Dilma, não pela possível incapacidade que ela terá de tocar um "PAC real" chamado Brasil, mas pelo seu simples desaparecimento, quer político, quer físico. Lula fará de tudo para não permitir que Temer e o sempre presente PMDB comandem o País. E será, assim, nas ruas, que ele pretende voltar, caso Dilma não dê conta do recado. Lula preparará seu retorno a partir do dia 1 de janeiro. Nas ruas, ao lado do povo. Como Deus!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Cartão do Grupo Galpão

Cartão do Grupo Galpão (Belo Horizonte) aos seus
amigos, admiradores, divulgadores, espectadores...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um monólogo sobre "A Arte do Monólogo"

O texto "A Arte do Monólogo" que dediquei ao Mauro Zanatta
No dia 9 de dezembro fui a Ponta Grossa com o Mauro Zanatta onde a Cia. do Ator Cômico, que ele dirige, apresentaria, à noite, no Cine Teatro Ópera, a peça "...ouoqqserdes", inspirada no texto "Noite de Reis", de Shakesperare. No caminho, falando sobre planos para 2011, Zanatta disse-me que tinha vontade de trabalhar num tipo de espetáculo-aula que pudesse ser apresentado em festivais, em escolas de teatro, enfim, que pudesse estimulá-lo a voltar aos palcos, no seu trabalho de ator. Eu disse ao Zanatta que tinha uma ideia de trabalhar com um texto, um monólogo, que trataria do tema monólogo mesmo. Algo que tivesse um viés "metalinguístico". O tema trataria do próprio tema. O monólogo falaria do próprio monólogo. Nele, o ator falaria como professor e o professor falaria como ator. Uma aula prática de teatro e uma prática teatral sobre o monólogo na escola. Algo assim.

Andei pesquisando algumas temas de monólogos. Por coincidência, recebi nos últimos quinze dias, dois pedidos de professoras de duas universidades brasileiras - uma da Bahia e outra do Rio de Janeiro, que queriam que eu lhes enviasse o arquivo do texto "A Arte do Monólogo", do autor, diretor e professor de teatro espanhol José Sanchis Sinisterra, que eu traduzi no ano passado. O texto de Sinisterra - que recentemente esteve no Brasil para um evento em comemoração aos seus 70 anos - trata, teóricamente, de como o monólogo pode acontecer e traça um mapa sobre os caminhos possíveis do monólogo dentro da atual dramaturgia.

Ligando uma coisa a outra - a conversa com o Mauro Zanatta e o texto sobre monólogos que sempre alguém me pede - decidi por a mão na massa e escrever um "monólogo" sobre o tema "monólogo". Então me veio a ideia de fazer um professor atuar e o ator falar como professor. Nos últimos dois anos eu andei escrevendo alguns pequenos monólogos e, então, juntei as informações teóricas do Sinisterra e intercalei nelas seis monólogos. Assim nasceu a "A Arte do Monólogo", peça que dediquei ao Zanatta e ao Sinisterra. Os dois que me inspiraram a escrever a peça.

No texto, os seis monólogos são apresentados após o prólogo, que é teórico e que delineia o que se seguirá na prática, no que os monólogos apresentarão. É esta a sequência, com seus títulos (temas):
1 - Prólogo - De que falamos quando falamos do monólogo?
2 – O locutor se interpela a si mesmo - A carta, o testamento a um Ernesto
3 – Me dá dois real, doutor?
4 - Uma receita insólita, quiçá indigesta
5 - O locutor interpela a outro personagem - Um nome, eu, você, quem sou?
6 - Nem Romeu, nem Julieta...
7 - O locutor interpela ao público - A província dos Senza Culus


Quem tiver interesse em conhecer o texto, basta me escrever pedindo. Enviarei por e-mail, no formato PDF. Meu e-mail é: rogeriobviana@yahoo.com.br

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

VIDA deu cinco prêmios à Companhia Brasileira de Teatro

Rodrigo Ferrarini e Ranieri Gonzales ganharam dois dos cinco prêmios
dados a peça "Vida" que levou também o prêmio de melhor montagem,
melhor direção e melhor texto de Márcio Abreu
(foto de Rogério Viana - ensaio de Vida)

"Sobrevoar" ganhou o prêmio de melhor cenário
(foto de Lauro Borges)

A Companhia Brasileira de Teatro, com o espetáculo VIDA ganhou cinco prêmios, ontem, dia 15 de dezembro de 2010, na entrega dp 31º Troféu Gralha Azul, em cerimônia de premiação que foi realizada no Guairinha, em Curitiba. 
Os premiados foram:
Vida
Melhor espetáculo;
Direção: Marcio Abreu;
Texto original: Marcio Abreu;
Ator: Ranieri Gonzalez;
Ator Coadjuvante: Rodrigo Ferrarini;
Troféu Epidauro, concedido pelo Consulado da Grécia entre os espetáculos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 
Lendas Japonesas
Melhor espetáculo para crianças;
Direção de espetáculo para crianças: Preto.
Coração de Congelador
Atriz: Juliana Adur.
Os Invisíveis
Atriz coadjuvante: Maureen Miranda.
Metaformose – Reflexões de Um Herói Que Não Quer Virar Pedra
Iluminação: Beto Bruel.
M.M.M. – A Montanha do Meio do Mundo
Sonoplastia: Edith Camargo.
Mentira
Figurino: Paulo Vinícius.
Sobrevoar
Cenário: Marcelo Scalzo e Blas Torres.
Habituè
Revelação: ao diretor Alexandre França.
Prêmio Especial
Manoel Kobachuk Filho.

Um exercício de dramaturgia e construção de cena


Ontem, na sede da cia brasileira de teatro, em Curitiba, e utilizando o espaço onde está montado o cenário para a apresentação da peça "Oxigênio", Márcio Abreu, diretor e autor, iniciou a oficina de Dramaturgia e Construção de Cena, que integra o projeto do espetáculo que será apresentado até este final de semana.
A cena contemporânea, experiências, trabalhos de linhas distintas, no Brasil e no exterior. O teatro que a cbt realiza, relatos. Um pouco disso tudo e, depois de comentários, reflexões, uma pausa para o café. Após, Márcio Abreu propôs a realização de um exercício. Um exercício com as características e as premissas que se seguem.

Oficina de Dramaturgia e Construção de Cena
Com Márcio Abreu – cia brasileira de teatro – Curitiba - PR

Exercício – dia 16 de dezembro de 2010

Premissas/condições

Conversar com um companheiro e perguntar, basicamente, qual o trajeto feito a partir do ponto onde estava até chegar à sede da CBT.

Escrever um texto – em 10 minutos – observando ter:

a – um fato inventado
b – um diálogo
c – algo que seja fuga da realidade

Autor: Rogério Viana

Café catalão

(...)

Fazia um frio incomum nesta manhã de primavera. Marta queria conhecer um pouco mais desta desconhecida Curitiba e de muitos de seus enigmáticos moradores.

- Você escreveu enigmáticos?
- Sim. Ou você não vê ou percebe que os curitibanos, todos eles são enigmáticos?
- Não os vejo assim...
- Mas os curitibanos são enigmáticos, sim. Pode acreditar...

Marta não acreditou que enquanto seu marido preparava o café ela estivesse pensando numa nova história.

O cheiro do café sempre a fascinara. Fascinara, sim... E o que ela mais gosta, além do seu sabor, é seu aroma. O café brasileiro é bem mais forte que seu café espanhol. Seu café de Barcelona. Seu café catalão...

- Mas preparam aqui com muito açúcar. Não quero muito açúcar, mi amor...

- Usted...

- Por favor... Menos, Sérgio!

Sérgio atendeu ao pedido e, desta vez, não colocou as três colheres de açúcar que normalmente colocava no pequeno bule de café. Marta ficou observando a dança da fumaça saindo do bule e que perfumava toda a casa. Ela começou a dançar ao ritmo da fumaça do café quentinho. Preparado do modo brasileiro.

Beijou Sérgio.

Seguindo a orientação de seu amigo Rodolfo, foi para a avenida esperar o ônibus amarelo da Barreirinha. Todos os ônibus amarelos passavam pelo parque São Lourenço e iam direto parar na praça Tiradentes. Sim, perto da Catedral. Bem próximo, muito próximo mesmo onde fica a sede da Companhia Brasileira de Teatro para onde ela ia.

Fazia um frio incomum e nesta manhã de primavera Marta, segurando-se como podia dentro do ônibus amarelo da Barreirinha observava as pessoas que, ainda sonolentas, iam para o trabalho. Homens e mulheres com caras entristecidas estavam ao seu redor. Fazia um frio incomum e algumas gotas de chuva começavam a aparecer no vidro lateral do ônibus onde Marta apoiava sua cabeça e olhava, pensativa, para fora.

O ônibus parou num semáforo. Marta olhou para fora e viu que no carro ao lado um homem sorria. O homem sorria e ela pode ler – sem dificuldades – o que os lábios daquele homem dizia:

- Querida, a médica me disse que pode não ser câncer... que o tumor pode ser benigno. Sim, querida... pode ser benigno, sim, benigno...

O sinal ficou verde. O carro avançou rapidamente. Enquanto o ônibus movimentava-se lentamente, Marta sentiu que, ali, naquele instante, ela tinha um motivo para escrever outra de suas histórias. Uma história de esperança. De superação. De vida!

- Quem estava vivo naquela manhã?

- Ela, ou seu personagem?

Marta apenas sorriu naquela incomum e fria manhã de primavera.

- Sérgio, por favor, quero mais café...

(Exercício de Rogério Viana depois de ouvir algumas respostas dadas por Marta López Garcia, jovem professora de Letras, catalã de Barcelona, que está em Curitiba há dois meses e que mora com seu marido, o brasileiro Sérgio Ricardo, e com dois amigos, atores, no Parque São Lourenço. Marta adora café. E toma sem açúcar. Quando muito, um pouquinho só de açúcar. Depois do café, quando é permitido, ela prepara um cigarro com um fino tabaco. Ontem ela não podia fumar na sede da cbt. Em Curitiba não se permite fumar em ambientes fechados. É lei.)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O plano de patrocínio do musical caipira "Arco, Tarco ou Verva?"

Cornélio Pires (de terno escuro) patrocinou os cinco primeiros discos
de música caipira no Brasil em 1929 e inaugurou a indústria da
música caipira, regional, sertaneja, de raiz.
Está em fase de captação de recursos pela Lei Rouanet (Pronac 102549) o projeto do musical-caipira "Arco, Tarco ou Verva? Paixão e Alegria de Um Barbeiro Caipira que foi proposto e será produzido pela UniCultura - Universidade Livre de Cultura, de Curitiba. A atividade de captação está a cargo da Trento Comunicação Integrada.

As empresas interessadas em conhecerem o projeto para futuro apoio pela Lei Rouanet poderão manter contato com Ricardo Trento e sua equipe na Trento:


Trento Comunicação Integrada 
41.3023.2008
trento@trento.com.br 
R. Alferes Ângelo Sampaio, 1794, conj. 02
www.trento.com.br


A inspiração: o circo-teatro-caipira

"Circo-teatro", "teatro musical", personagens, causos e música caipira são temas que inspiraram o jornalista, poeta e autor teatral Rogério Viana a escrever a peça de teatro musical "Arco, Tarco ou Verva? Paixão e Alegria de  Um Barbeiro Caipira", cuja montagem é o objetivo que ensejou este projeto. Nascido em Santos, este caiçara logo virou caipira ao mudar-se, nos idos dos anos 50, para uma pequena cidade do interior do Paraná - Paranavaí. Ainda menino, pôde assistir a vários espetáculos de teatro e de música, nestes circos que, anos mais tarde, ele teria outro tipo de contato, quando atuando como jornalista teve oportunidade de retratar em matérias para jornais da cidade de Piracicaba, onde morou durante mais de 32 anos, a vida destes personagens reais do "circo-teatro". 

Amigo do jornalista e escritor piracicabano Cecílio Elias Neto, autor do "Dicionário do Dialeto Caipiracicabano", que nasceu, em 1988, com o nome de "Arco, Tarco, Verva - As delícias do refinado dialeto caipiracicabano", Rogério Viana, em 2005, iniciou uma pesquisa sobre "musicais caipiras" e a importância  da música caipira nos "circosteatro" que conheceu. Apropriou-se, então, da piada do barbeiro caipira que perguntava aos seus fregueses se estes queriam "arco, tarco ou verva" após a barba (álcool, talco ou Acqua Velva) e, homenageando seu  amigo jornalista, criou o personagem do barbeiro Elias, amante da música e da poesia, para o musical caipira "Arco, Tarco ou Verva? Paixão e Alegria de Um Barbeiro Caipira", texto a ser encenado dentro deste projeto. 

O espetáculo que está sendo proposto vai prestar homenagens a vários personagens que promoveram a "música caipira" à sua real condição cultural de relevância. Assim, o autor colocou na sua peça, o musical-caipira, a figura do grande Cornélio Pires, como também do Palhaço Veneno e sua esposa Dalila (na peça esta faz o papel de Zurmira, a fofoqueira do vilarejo). Presta uma homenagem, também, a Inezita Barroso na personagem Inezinha, esta, amiga de Mocinha, outra donzela do vilarejo e o grande amor do barbeiro Elias. Outro personagem é o dono do serviço de "artofalante", o Dorfinho. O rival de Elias, o barbeiro, é o dono da vendinha, e este é o comerciante e agiota Cróvis. Aparecem como personagens o sanfoneiro Zé do Fole, o violeiro Curió e o violonista Passarinho. A música do espetáculo será apresentada ao vivo por um grupo formado por seis instrumentistas e cantores e mais três vozes femininas no coral. 

Todos os personagens cantam os grandes clássicos da música caipira dentro do espetáculo que vai mostrar a história da paixão do barbeiro Elias pela Mocinha, as fofocas e a inveja de Zurmira e Cróvis e o apoio que os enamorados recebem do Palhaço Veneno, de Dorfinho, Inezinha e de Cornélio Pires, na peça  aparecendo como padrinho de Elias, o barbeiro caipira. Este musical vai resgatar os principais clássicos do cancioneiro caipira e de raiz do Brasil, bem como pretende mostrar uma singela trama em que os personagens ganham corpo, voz e graça num certo vilarejo perdido por esta terra de tantos causos e cantares. 


Acesse o plano de patrocínio abaixo:
Plano de Patrocínio do musical caipira "Arco, Tarco ou Verva? Paixão e Alegria de um Barbeiro Caipira"

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

De mãos dadas é melhor para todos

Ninguém faz nada melhor sozinho. E de mãos dadas podemos fazer muitas coisas boas e importantes.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Projeto Oxigênio oferece oficina gratuita de dramaturgia com Márcio Abreu

Estão abertas e até o dia 13 de dezembro de 2010, na seda da CBT - companhia brasileira de teatro, em Curitiba, as inscrições gratuitas para a Oficina de Dramaturgia e Construção da Cena, com Márcio Abreu, dentro do projeto Oxigênio. O número de vagas é limitado e os interessados deverão encaminhar para a produção da CBT um currículo resumido: contato@companhiabrasileira.art.br a/c de Cássia Damasceno.

Quem é Márcio Abreu

Márcio Abreu é ator, diretor e dramaturgo, integrou a EITALC – Escola Internacional de Teatro da América Latina e Caribe e o Lusco-Fusco Teatro Laboratório. Fundou o Grupo Resistência de Teatro e a Companhia Brasileira de Teatro. Principais trabalhos como ator: Woyzeck, O Tempo e o Lugar, A Vida é Cheia de Som e Fúria, A melhor parte do homem. Principais trabalhos como diretor: Paredes de Vento, Adeus, Robinson!, Volta ao dia… , Projeto Ópera Ilustrata, O Empresário, Suíte 1, Daqui a duzentos anos, Apenas o fim do mundo, O que eu gostaria de dizer.  Coordenou o Grupo de Estudos sobre Tchekhov, ao lado de Luis Melo, no ACT – Ateliê de Criação Teatral em 2004. Em 2009 coordenou o Projeto de Pesquisa VIDA a partir da vida e obra de Paulo Leminski pesquisa que resultou na premiada montagem teatral VIDA. Atualmente trabalha com o projeto Oxigênio, do qual a Oficina de Dramaturgia e Construção da Cena está integrada.

Inscrições abertas até 13 de dezembro de 2010 na CBT

sábado, 4 de dezembro de 2010

Feliz Natal

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A aguda contemporaneidade de Márcio Abreu

Márcio Abreu mostra outra vez sua aguda
contemporaneidade em uma Curitiba e suas idiossincrasias.
(foto Rogério Viana)
Envei ao Márcio Abreu o seguinte texto e sobre a estreia, ontem, de "Oxigênio", da Companhia Brasileira de Teatro.

Querido Márcio, 

Parabéns por mais um inspirado e belíssimo trabalho.

O samba não atrapalhou a estreia. Gostei muito da montagem. Atores, figurinos, cenário (surpreendente aquela rampa CWB-Fashion-Uik, surpreendente aquele jardim de flores e vegetação ressequidas de falta de água e de oxigênio que o Fernando Marés criou e que tem até o cheiro de coisas sem vida), da música do sempre competente Gabriel, da iluminação precisa e sem truques/artificialismos da Nadja Naira e da sua direção segura e com sua indelével marca de aguda contemporaneidade. 

Fiquei feliz e honrado de ter recebido seu convite e de ter assistido a estreia. A decisão de se criar uma atmosfera intimista, espaço pequeno, pouca gente, traz o texto muito mais perto da plateia e surpreende pelo modo direto, cara a cara mesmo, como os Sachas se revelam pelos atores e como os atores se revelam pelos Sachas. 

O texto de Ivan Viripaev é forte e avança sobre questões não muito comuns - eu diria que até são um tipo de tabu - na dramaturgia que se faz no Brasil e que você e seus colaboradores dão a ele aquele caráter universal - que o texto tem, claro - e que é universal por poder se situar/contextualizar também em Curitiba, ela, a cidade e suas idiossincrasias. 

Não conhecia o Bolzan. Ele faz o Sacha com uma certa ironia e isso me agradou muito. A Patrícia - a ex Nationarukida e seu jeito de general japonês que não me agrada(va) nada - me surpreendeu. Mas eu vejo que você soube explorar outros potenciais nela e dela. Talvez os ancestrais toques do "Taiko" que nela estão impregnados pela ascendência nipônica, talvez pela cultura exótica do Japão que se aproxima e se funde pelo lado "dominador" do tom soviético/russo/nipocolonialista, ela tenha sido uma escolha necessária e precisa para você. Rodolfo e Kamis formaram um casal de Sachas harmonioso. Ele, frágil quando necessário. Ela, explorando sua força natural e uma meiguice que sempre vem como provocação, nunca como carinho, afeto, amor.

Parabéns a todos e especialmente a você pela coragem de sempre inovar. E de surpreender a cada nova montagem.

Abraços

Rogério Viana

Rodrigo Bolzan, ao fundo, Gabriel Schwartz
e Patrícia Kamis em "Oxigênio"
(foto de Elenize Dezgeniski)

Entre nós - uma comédia da vida real, hoje no "Era só o que faltava..."

"O que você já fez na vida que ninguém imagina?".
As respostas são muitas, nas muitas mulheres que responderam.
Saiba mais hoje no "Era só o que faltava..."
Dani encontra a melhor amiga, Rita, para sua despedida de solteira. A conversa se transforma numa intensa discussão sobre relacionamentos onde cada uma defende o seu ponto de vista. As duas desabafam histórias íntimas e divertidas que revelam aspectos importantes e até mesmo secretos da vida das mulheres atuais. Nessa noite intensa, elas aprendem uma com a outra, e também se surpreendem com suas próprias atitudes diante dos acontecimentos: Dani vive uma última aventura antes de se casar e Rita revela o lado conservador de sua personalidade. “O que você já fez na vida que ninguém imagina?” Várias mulheres responderam a esta pergunta. O texto da peça foi criado a partir de histórias reais. Com certeza você vai se identificar, mas não se preocupe, fica... Entre Nós.

Entre nós

Com Andressa Portugal e Anna Martha Sá

Texto e concepção: Andressa Portugal
Local: Era só o que faltava...
Sexta 03/12 às 21h
R$20,00 e R$10,00 (meia)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Novelas Curitibanas lança livros sobre teatro, hoje

Programa de hoje no teatro "Novelas Curitibanas"
Hoje, a partir das 20 horas, no Teatro Novelas Curitibanas acontece o coquetel de lançamento de vários livros, distribuídos gratuitamente aos presentes: "Dramaturgias Curitibanas" - onde estão publicados os textos "O Cavalo Branco de Muriah", de Renato Perré e "Reivalino e Dagobé - ambos os dois assassinos contratados", de Enéas Lour, que foram vencedores do edital Oraci Gemba (2009/2010) da FCC - Fundação Cultural de Curitiba. Na oportunidade também será lançado o "Anuário do Teatro Curitibano / 2009" e "Memórias do Teatro de Pavilhão", de autoria do jornalista Zeca Correia Leite. Os autores estarão presentes para autografar os livros. 


Parte do texto "O Cavalo Branco de Muriah", de Renato Perré será lido por integrantes da ADFPR - Associação de Deficientes Físicos do Paraná.





"Reivalino e Dagobé - Ambos os dois assassinos contratados" 
 

Esse texto de autoria de Enéas Lour, tem como fonte referencial o "universo rosiano", ou seja, trata-se de uma imersão no fantástico universo do grande João Guimarães Rosa, sem no entanto, tratar-se especificamente de uma adaptação de qualquer uma de suas obras.
Dando importância especialmente à criatividade no trabalho de construção da linguagem e também observando o trato na relação dos temas e das personagens rosianas, o dramaturgo curitibano utilizou, na construção vocabular das suas personagens, muitos neologismos, arcaísmos, mudanças de posição dos termos da frase, tentando manter uma dicção poética diversa daquela característica da literatura acadêmica propriamente dita, mas, adequada às características da obra dramatúrgica de cunho popular e regionalista.
Reivalino e Dagobé são personagens comuns de "brasis indescobertos"; brasis que existem ainda neste século 21, por incrível que isto possa parecer. Personagens que vivem imersos num mundo rude, cruel e ao mesmo tempo poético, que os acolhe como acolhe aos seres humanos de todos os tipos – sobretudo os mais desvalidos – atribuindo-lhes valor, conceito e qualidades.
O foco da criação dessas personagens, segundo o autor, "está centrado em elementos ligados à religiosidade popular, à espiritualidade mestiça apreendida, absorvida e transmitida por gerações na busca de dar-lhes coesão a partir de uma ética comum, na qual as duas personagens se compreendessem e se completassem. Uma ética porém, alheia à ética do senso comum, de todos nós, visto tratar-se de uma ética própria de dois matadores de aluguel, contratados que são para dar cabo de um estrangeiro de nome Giovâne".
“Reivalino e Dagobé” (ambos os dois assassinos contratados) é uma obra que busca a experimentação na linguagem cênica, com simplicidade e aprofundamento na pesquisa das temáticas brasileiras.