sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Nosso "Messias Flex" ou, se preparem, vem aí "Lula II - o retorno do pai eterno"

Nosso "Messias Flex" vai para a rua comandar a massa.
Antes do gole, uma pro santo!
Publiquei um comentário no site do "Estadão" e o reproduzo aqui. O comentário foi feito em cima de notícia sobre a aparição de Lula, ontem, na TV, despedindo-se da Presidência. O que escrevi foi:

A despedida de Lula na TV tem, para mim, aquele mesmo sentido de certos filmes que, quando terminam, dão a impressão de que voltarão em outros filmes, criando assim as famosas séries. Tubarão foi um desses filmes. Depois veio Duro de Matar. O tom messiânico de Lula, na parte final de sua fala indica isso. Ele disse: onde houver uma mãe e um pai com desesperança quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto, onde houver um jovem que queira sonhar grande, peço-lhe que olhe a minha história e veja que na vida nada é impossível. Colocar-se, assim, como um Novo Messias, para mim, é demais! Lula, após o Mensalão, quando livrou-se de ser cassado pela omissão da oposição claudicante e imbecil, aproveitou o tempo da sua quaresma política para renascer e se transformar - com a maior cara de pau - não mais e tão somente no Pai do Povo, nem no Salvador da Pátria, mas no Mestre de Todas as Caras e Poderes, o Messias Flex, tocado pelo combustível de uma aprovação recorde, do pré-sal, da cachaça mesmo e da ilusão que ele tem de se transformar, daqui a poucos dias, no mais execrável e mais aplaudido dos ex-presidentes. Se preparem, vem aí: Lula II -O retorno do pai eterno.


Na Folha de São Paulo, no blog do Josias de Souza, mandei esse comentário sobre a despedida lulista. Vai:


Lula, nosso Messias Flex, despediu-se na TV, no horário gratuito. Agora, como disse que será um homem comum, nas ruas, vai ter espaço gratuito para exercer sua megalomania, onde? Ou será que os jornais vão pautar cada passo do ex-presidente na mesma intensidade que faziam quando Lula era apenas o presidente de um sindicato de metalúrgicos que não conhecia a dimensão da "gula" lulista pelo poder e a glória. Lula sai do governo como nosso "Messias Flex" mesmo. Sim, aquele que é movido pela aprovação recorde, pelo pré-sal, pela cachaça e pela certeza que ele tem de que sucederá Dilma, não pela possível incapacidade que ela terá de tocar um "PAC real" chamado Brasil, mas pelo seu simples desaparecimento, quer político, quer físico. Lula fará de tudo para não permitir que Temer e o sempre presente PMDB comandem o País. E será, assim, nas ruas, que ele pretende voltar, caso Dilma não dê conta do recado. Lula preparará seu retorno a partir do dia 1 de janeiro. Nas ruas, ao lado do povo. Como Deus!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Cartão do Grupo Galpão

Cartão do Grupo Galpão (Belo Horizonte) aos seus
amigos, admiradores, divulgadores, espectadores...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um monólogo sobre "A Arte do Monólogo"

O texto "A Arte do Monólogo" que dediquei ao Mauro Zanatta
No dia 9 de dezembro fui a Ponta Grossa com o Mauro Zanatta onde a Cia. do Ator Cômico, que ele dirige, apresentaria, à noite, no Cine Teatro Ópera, a peça "...ouoqqserdes", inspirada no texto "Noite de Reis", de Shakesperare. No caminho, falando sobre planos para 2011, Zanatta disse-me que tinha vontade de trabalhar num tipo de espetáculo-aula que pudesse ser apresentado em festivais, em escolas de teatro, enfim, que pudesse estimulá-lo a voltar aos palcos, no seu trabalho de ator. Eu disse ao Zanatta que tinha uma ideia de trabalhar com um texto, um monólogo, que trataria do tema monólogo mesmo. Algo que tivesse um viés "metalinguístico". O tema trataria do próprio tema. O monólogo falaria do próprio monólogo. Nele, o ator falaria como professor e o professor falaria como ator. Uma aula prática de teatro e uma prática teatral sobre o monólogo na escola. Algo assim.

Andei pesquisando algumas temas de monólogos. Por coincidência, recebi nos últimos quinze dias, dois pedidos de professoras de duas universidades brasileiras - uma da Bahia e outra do Rio de Janeiro, que queriam que eu lhes enviasse o arquivo do texto "A Arte do Monólogo", do autor, diretor e professor de teatro espanhol José Sanchis Sinisterra, que eu traduzi no ano passado. O texto de Sinisterra - que recentemente esteve no Brasil para um evento em comemoração aos seus 70 anos - trata, teóricamente, de como o monólogo pode acontecer e traça um mapa sobre os caminhos possíveis do monólogo dentro da atual dramaturgia.

Ligando uma coisa a outra - a conversa com o Mauro Zanatta e o texto sobre monólogos que sempre alguém me pede - decidi por a mão na massa e escrever um "monólogo" sobre o tema "monólogo". Então me veio a ideia de fazer um professor atuar e o ator falar como professor. Nos últimos dois anos eu andei escrevendo alguns pequenos monólogos e, então, juntei as informações teóricas do Sinisterra e intercalei nelas seis monólogos. Assim nasceu a "A Arte do Monólogo", peça que dediquei ao Zanatta e ao Sinisterra. Os dois que me inspiraram a escrever a peça.

No texto, os seis monólogos são apresentados após o prólogo, que é teórico e que delineia o que se seguirá na prática, no que os monólogos apresentarão. É esta a sequência, com seus títulos (temas):
1 - Prólogo - De que falamos quando falamos do monólogo?
2 – O locutor se interpela a si mesmo - A carta, o testamento a um Ernesto
3 – Me dá dois real, doutor?
4 - Uma receita insólita, quiçá indigesta
5 - O locutor interpela a outro personagem - Um nome, eu, você, quem sou?
6 - Nem Romeu, nem Julieta...
7 - O locutor interpela ao público - A província dos Senza Culus


Quem tiver interesse em conhecer o texto, basta me escrever pedindo. Enviarei por e-mail, no formato PDF. Meu e-mail é: rogeriobviana@yahoo.com.br