quinta-feira, 15 de abril de 2010

Abril de Shakespeare


A quinta edição do "ABRIL DE SHAKESPEARE”, organizado pelas professoras Dra. Liana de Camargo Leão (UFPR), Dra. Célia Arns de Miranda (UFPR) e Dra. Anna Stegh Camati (UNIANDRADE), será realizado nos dias 22, 23, 26, 27 e 28 de abril de 2010 em Curitiba. É um evento que já se tornou um marco no calendário cultural da nossa cidade, tradicionalmente realizado na semana de 23 de abril, data do aniversário de nascimento e morte de William Shakespeare. É um empreendimento interinstitucional que conta com o apoio de universidades e instituições culturais, dentre elas: Universidade Federal do Paraná (UFPR), Centro Universitário Campos de Andrade (UNIANDRADE), Cultura Inglesa, Solar do Rosário e Faculdades Integradas do Brasil (UNIBRASIL). Todas as atividades são gratuitas uma vez que o objetivo principal do evento é divulgar e popularizar a obra de Shakespeare e introduzir o público participante no universo multifacetado do autor sob uma ótica contemporânea.

É dirigido não apenas ao meio acadêmico, professores, alunos de graduação e pós-graduação, mas também à comunidade em geral. Neste ano de 2010, além das palestras, minicursos e mesas-redondas, ainda estão programados dois lançamentos de obras que representam um acréscimo importante à bibliografia especializada de Shakespeare: no dia 22 de abril, na UNIANDRADE, será lançada a Revista Scripta Uniandrade nº 7, cujo dossiê temático é “Releituras contemporâneas de Shakespeare” e, no dia 28 de abril, no Solar do Rosário, o livro do Dr. Gustavo Franco, Shakespeare e a economia, será apresentado após a palestra de encerramento do evento.

Entre os palestrantes, contamos com a participação de professores atuantes na graduação e pós-graduação de diversas instituições brasileiras: Dra. Marlene Soares dos Santos (Professora Emérita da UFRJ); Dra Aimara da Cunha Resende (UFMG), Presidente e fundadora do Centro de Estudos Shakespeareanos no Brasil (CESh); Dr. José Roberto O´Shea (UFSC); Dra. Márcia Martins (PUC/ RJ); além dos professores e especialistas residentes em Curitiba, Dra. Anna Stegh Camati (UNIANDRADE), Dra. Célia Arns de Miranda (UFPR); Dra. Liana de Camargo Leão (UFPR); Dra. Cristiane Busato Smith (UNIANDRADE) e Dr. Caetano Galindo (UFPR). V

A quinta edição do "ABRIL DE SHAKESPEARE”, organizado pelas professoras Dra. Liana de Camargo Leão (UFPR), Dra. Célia Arns de Miranda (UFPR) e Dra. Anna Stegh Camati (UNIANDRADE), será realizado nos dias 22, 23, 26, 27 e 28 de abril de 2010 em Curitiba. É um evento que já se tornou um marco no calendário cultural da nossa cidade, tradicionalmente realizado na semana de 23 de abril, data do aniversário de nascimento e morte de William Shakespeare. É um empreendimento interinstitucional que conta com o apoio de universidades e instituições culturais, dentre elas: Universidade Federal do Paraná (UFPR), Centro Universitário Campos de Andrade (UNIANDRADE), Cultura Inglesa, Solar do Rosário e Faculdades Integradas do Brasil (UNIBRASIL). Todas as atividades são gratuitas uma vez que o objetivo principal do evento é divulgar e popularizar a obra de Shakespeare e introduzir o público participante no universo multifacetado do autor sob uma ótica contemporânea.

É dirigido não apenas ao meio acadêmico, professores, alunos de graduação e pós-graduação, mas também à comunidade em geral. Neste ano de 2010, além das palestras, minicursos e mesas-redondas, ainda estão programados dois lançamentos de obras que representam um acréscimo importante à bibliografia especializada de Shakespeare: no dia 22 de abril, na UNIANDRADE, será lançada a Revista Scripta Uniandrade, nº 7, cujo dossiê temático é “Releituras contemporâneas de Shakespeare” e, no dia 28 de abril, no Solar do Rosário, o livro do Dr. Gustavo Franco, Shakespeare e a economia, será apresentado após a palestra de encerramento do evento.

Entre os palestrantes, contamos com a participação de professores atuantes na graduação e pós-graduação de diversas instituições brasileiras: Dra. Marlene Soares dos Santos (Professora Emérita da UFRJ); Dra Aimara da Cunha Resende (UFMG), Presidente e fundadora do Centro de Estudos Shakespeareanos no Brasil (CESh); Dr. José Roberto O´Shea (UFSC); Dra. Márcia Martins (PUC/ RJ); além dos professores e especialistas residentes em Curitiba, Dra. Anna Stegh Camati (UNIANDRADE), Dra. Célia Arns de Miranda (UFPR); Dra. Liana de Camargo Leão (UFPR); Dra. Cristiane Busato Smith (UNIANDRADE) e Dr. Caetano Galindo (UFPR).


Outras informações no site do Solar do Rosário.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O altruismo e a "teoria do parentesco"


Admitir que a organização social é uma função do ser vivo é reconhecer que ela é, como tudo que vive, regida pelas leis da evolução e produzida pela seleção natural. Para M. Ghiselin, sociobiologista insígne, "a evolução da sociedade corresponde ao paradigma darwiniano na sua forma mais individualista [...] A economia da natureza é concorrencial de parte a parte. Compreender esta economia e o seu funcionamento é por em evidência as razões subjacentes dos fenômenos sociais. São os meios que permitem a um organismo obter vantagem à custa do outro [...] Se melindrar um altruísta, verá a raça de um hipócrita." Todo comportamento animal e, por isso, também todo o comportamento humano, se fundamenta no interesse individual.

Esse individualismo desenfreado, que os naturalistas designam pelo termo de altruísmo, consiste, com efeito, para os representantes de certas espécies, em sacrificar vantagens imediatas, e por vezes até a sua própria vida, a fim de obterem benefícios superiores. O exemplo citado com maior frequencia é o das abelhas obreiras que, ao picarem um intruso, pagam com a sua própria vida a defesa da colmeia. Os fundadores da teoria da evolução viam nesse comportamento a expressão da seleção de grupo, que contribui para o bem da espécie. A descoberta do genoma e do tesouro precioso que encerra, sob a forma de DNA, faz que se considere hoje a seleção individual como o verdadeiro motor da evolução. A frequência de um gene aumenta se ele fizer crescer o valor seletivo (ou seja, o número provável de filhos sobreviventes) daquele que o possui.

Nestas condições, como explicar o valor seletivo de indivíduos estéreis, como as abelhas obreiras? Este paradoxo é resolvido pela "teoria do parentesco", desenvolvida por W. Hamilton. O que conta não é tanto o animal em si mesmo, mas os seus bens, por outras palavras, o seu patrimônio genético, de que se trata de assegurar a perenidade.

[...] Bellum omnium contra omnes, "a guerra de todos contra todos" já dizia Hobbes. Em toda parte, aluta pela vida, a concorrência furiosa pelo proveito máximo e toda essa beligerância que, sem dúvida alguma, alegra o diabo, por uma banal ambição de notário: aumentar o seu patrimônio e transmití-lo aos seus herdeiros mais aptos.

[...] A seleção natural não corre atrás de um objetivo. Nisso, ela é comparável ao diabo, com que erradamente nos obstinamos em pretender que ele persiga um único desígnio: expandir o mal.

[...] O paradoxo é que uma tal ideologia, que exalta o valor individual e a lei do mais forte, acaba por considerar o indivíduo apenas como um acessório a serviço do DNA. Confesso que meu temperamento boêmio me leva a suspeitar do aspecto "pequeno comércio" dos meus cem mil genes e a preferir o risco de vender a minha alma ao diabo, mesmo sendo ele um adversário pouco recomendável da sociobiologia.

(A abelha e o notário - Jean-Didier Vincent in "A Carne e o Diabo" - pgs. 80-83 - Forum da Ciência - Publicações Europa-América - Portugal - 1997)

...

Recentemente eu invadi uma colméia. A princípio, as abelhas não me identificaram como invasor. Talvez me olhassem com um certo desdém. Não vai oferecer perigo a nenhum de nós. Eu invadi a tal colméia para aprender como se faz mel. Sim, mel. Um tipo de néctar que os Deuses do Olimpo deveriam adorar. Sistematicamente, todos os dias, eu trabalhava, trabalhava, trabalhava e via, ao lado das abelhas obreiras, que meu trabalho começava a apresentar resultados. Tira uma sujeirinha de uma flor, espanta um mosquito, carrega, com muito esforço, a seiva de belas e perfumadas flores, atravessa um lodaçal, passa por uma floresta repleta de lobos com capa de chapeuzinho vermelho, desvia daqueles narizes enormes ávidos por inebriantes substâncias. E a rotina, diária, de muito esforço, começava a se transformar em mel mesmo. Mas, confesso, meu mel não era igual ao dos outros. Não que, na aparência, fosse tão diferente assim, mas, não sei precisar, mas era mesmo diferente do que ali se produzia.

A chefe das abelhas obreiras, certa feita, convidou-me para trabalhar para ela. Para fazer o mesmo papel das abelhas obreiras. A abelha-rainha queria produzir um tipo de mel diferente do que estava acostumada a utilizar em sua alimentação. Ela dizia: o mel tem que ser diferente, tem que ser singular. A singularidade é a qualidade que exijo. E lá fui eu, na busca daquele tipo de mel tão ao gosto da abelha-rainha, mas, advertido pela chefe das abelhas obreiras, tive que rever meus métodos de produção de mel, aprendido a custa de muito sacrifício e horas, horas, infindáveis horas de leitura dos manuais, dos livros em várias línguas que ensinavam os truques e os segredos - diria até, o pulo do gato - de como produzir um mel de maior qualidade. O que a chefe das obreiras queria? Que eu, pelo menos, fizesse um "blend" mais próximo do que a colmeia produzia. Mas o "blend" que eu aprendera não tinha, digamos assim, o requinte, a consistência e as singulares qualidades do mel das então, minhas colegas de trabalho.

Aquele zum-zum-zum, no entanto, começava a me incomodar. Como assim? A seiva que eu carrego não é a mesma? Não vem das mesmas flores? Ah, sua flor é uma flor mais simples, não percebe? Sim, eu sei. Mas flor, para mim, é flor. É uma flor matuta, meio caipira mesmo, não tinha nada refinado, não era uma papoula. Ah, as papoulas! Nem era uma rosa azul colombiana, ou uma similar vinda da Bolívia, do Peru, da Venezuela. Lembrei-me da Venezuela. Confesso que tremi. Logo uma flor venezuelana. Lá ainda se produz flor? Será que o comandante Cháves não estatizou a produção de flores por lá?

Colocando alguns questionamentos acerca do modo como se produzia o mel e como ele havia sido planejado para ser distribuído, comecei a notar que já não era mais tão bem aceito pelas abelhas obreiras, pela chefe das obreiras - havia duas chefias, uma sempre presente mas agindo só nos bastidores e outra, digamos, meramente figurativa e que assinava os lotes produzidos e dizia: Esse mel está conforme. Esse outro não. Esse está conforme, esse outro, não! Ah, havia me esquecido da abelha-rainha. Essa, empanturrada de mel, de polém e de uma geléia real especial que de vez em quando levavam a ela, não queria nem saber se havia alguma abelha fora do critério da colmeia. Muito menos se interessava se o mel de alguma era ou não diferente. Mel é mel se for singular. Qualidade é o que menos quero. Quero apenas mel singular, entenderam?

Bem, numa certa tarde começou a pegar fogo na colmeia. Um apicultor experiente foi lá e passou a fumegar aquela fumacinha que atrapalha a vida das colmeias, deixa as abelhas obreiras tontinhas e facilita a colheita do mel. A chefe das obreiras ligou-me. Venha me ajudar a apagar o incêndio, digo, ajude a diminuir o fogo, bem, venha até aqui e faça o papel de bombeiro. Espante, pelo amor de deus, até as 15 horas, esse apicultor que agora está nos atormentando. Sem ter nenhuma formação para atuar como bombeiro, ainda mais de uma colmeia fumegante, declinei do convite e... Bem, negar um favor, ou negar-se a fazer o papel de bombeiro era demais para a tal, eu disse, a tal colmeia, entenderam?

Depois de justificar minha negativa, a chefe das obreiras caiu de pau em mim. Disse que eu estava atravessando, que havia invadido a colmeia e coisa e tal. Como não estava muito contente com o método de trabalho e o sistema de avaliação da minha produção de mel - olha, produzi muito mel, muito mesmo, uns 8 galões com um blend meu, simplório, e dois galões com um blend franco-argentino - não me contive e mandei um beemail desaforado. Afinal, eu já me sentia fora mesmo da tal colmeia. O que eu ia perder? Acredito que nada. Pois eu já tinha os 10 galões de mel - com um blend simplório e com outro ulalá - eu não deixei por menos. Abri o bico e critiquei a colmeia, não as abelhas obreiras. Critiquei a chefe das obreiras e, indiretamente, deixei em suspensão o comportamento da abelha-rainha. Aquela, empanturrada, de novo, de pólem. Muito pólem...

Dias depois, anunciaram na imprensa oficial da colmeia que eu estava excluído das atividades produtivas de mel. Mais que isso, foi transmitido ao exército das abelhas obreiras, agora travestidas de militância armada, coisa e tal, e elas vieram em cima de mim com a conhecida fúria das abelhas. As que foram treinadas não apenas a produzir mel, mas a defender a colmeia com unhas e dentes e, me esqueci do detalhe, com o ferrão que trazem nas suas nádegasdasbundas. Que alvoroço, que suplício, que tragédia, que bafo! Que bafo, mano! Nem te conto!

Alguns dias se passaram e eu, que havia invadido a colmeia daquelas abelhas, fui olhar no espelho e percebi uma coisa que havia passado em branco. Eu bem que devia ter olhado antes para o espelho. Bem que eu devia mesmo. Foi então que notei uma coisa que, somente agora classifico como fundamental: de abelha eu não tenho nada. Nem ferrão nas nádegasdasbundas eu tenho. Nem sou chegado a pólem. Mel e geléia real, sim, são um tipo de alimento que está em minha dieta. Mas, a seiva que eu carregava, diariamente e levava para aquela fábrica de mel, não era transportada por mim como uma abelha. Sim, eu pegava das flores a tal seiva. Mas eu não tinha cara de abelha, nem de pretendente a chefe de obreiras, muito menos de abelha-rainha. Foi só depois dessas considerações tardias que eu vi que eu não era um parente das abelhas, nem de longe. Eu era apenas um beija-flor. Sim, um beija-flor, um cuitelinho que aprendeu a beijar flores e fazer da seiva de cada manhã seu diferente tipo de mel.

De onde veio isso?

Tenho tentado ler textos de autores novos. Novos para mim, sobretudo. Mas há sempre uma enorme dificuldade para se encontrar textos de novos autores publicados - não só em livros, mas, também, acessíveis na internet. Há comunidades de dramaturgia no ORKUT, por exemplo, onde não se tem acesso a novos textos, mas tenta-se discutir sobre eles. Falar sobre uma coisa sem ter a coisa para se pegar, sentir nas mãos, avaliar com os olhos, sentir na boca o gosto de tais e certas palavras, cenas. Sentir o cheiro (provável) de tal personagem, ouvi-lo assoprar no seu ouvido uma inconfidência. Bem, isso é mesmo impossível.

Ler novos autores é essencial. Divulgar o trabalho dele, muito mais. Encenar, então, nem se fala. Reli, esta semana, o livro "Ler o Teatro Contemporâneo", do Ryngaert. O autor francês, claro, trata de questões do teatro francês em particular, com citações de autores europeus. Mas creio que o que possamos tirar de lições sobre a problemática francesa, não nos será, ao todo inútil. Até porque, há certas citações de vários autores que Ryngaert nos mostra que podem - e como podem - nos ajudar a entender um pouco sobre a dramaturgia e a arte que ela é.

Num dos trechos que li, o diretor e autor Antoine Vitez, aborda a questão da representação do novo e do desafio que é encenar o "irrepresentável". Diz Vitez:

"[...] O teatro é um campo de forças, muito pequeno, mas em que se encena sempre a história da sociedade e que, apesar de sua exiguidade, serve de modelo para a vida das pessoas, espectadores ou não. Laboratório dos comportamentos humanos, conservatório dos gestos e das vozes, lugar de experiência para novos gestos, novas maneiras de falar - como sonhava Meyerhold - para que o homem comum mude, quem sabe? Afinal de contas, a tarefa do teatro é protestar contra uma imagem humana repercutida à exaustão pela interpretação unificada dos autores tal como é apreendida em todas as telas de televisão do mundo. Ele o consegue, apesar da desproporção de forças."

Aqui, no Brasil, falando bem genericamente, há várias formas de teatro, os tais campos de força, também. Um teatro, de grande público - agora é a vez dos grandes musicais -, é aquele feito por produções onde se tem no elenco atores bonitinhos e atrizes gostosinhas que estão diariamente nas novelas globais. Há um teatro de grande público, também, feito por atores e atrizes de talento, mas, na grande maioria, também com suas imagens vinculadas a novelas, casos especiais, séries televisivas. Há outras formas de produção do nosso teatro, no nível nacional, mas sempre e quase sempre mesmo, vinculado ao eixo Rio-São Paulo, claro onde há o maior público e onde se concentram, também, as maiores aplicações de verbas oriundas das leis de incentivo, em especial da Lei Rouanet, a que mais aplica dinheiro em estrelas globais e nos espetáculos em que elas participam.

Bem, a questão é o desafio de encenar - vamos particularizar, aqui, estando em Curitiba, no estado do Paraná, região sul do Brasil - e de fazer teatro com novos autores e com a velha falta de verba, de incentivo e de oportunidades.

Se não houver novos autores, como poderá haver novos diretores, novos figurinistas, novos cenógrafos, novos iluminadores e, sobretudo, novos atores e atrizes? Há teatros suficientes para um crescimento na oferta desses "novos"?

Acredito que, aqui em Curitiba, haja suficientes espaços, locais, instalações e teatros mesmo que se prestem para acolher e mostrar um "novo" teatro curitibano. Mas como é que se dá a cessão desses espaços? Alguém poderá me ajudar a entender a mecânica, ou se preferirem e se existir, uma política para isso? Poderia ser, também, uma forma viciada de cessão dos espaços teatrais disponíveis em Curitiba? Com ou sem alguns privilégios? Jeitinho, talvez?

Parece-me - e essa convicção não está totalmente me dominando - que fazer teatro em Curitiba é um exercício de anulação de algumas características do que possa ser a "atividade teatral" como um todo. A famosa figura do "produtor independente" desapareceu. Ah... Não é um problema só de Curitiba, só do Paraná, claro! Que isso fique bem explicado, ok? Quem quer fazer teatro aqui, tem que pertencer a um grupo, pra começo de conversa. Se for ator ou atriz, tem que estar num grupo ou, para sobreviver de sua arte, tem que fazer um teste aqui, um teste ali, pegar uns bicos como locutor, dublador, manipulador de bonecos, fazer casting para comerciais de TV, muito de vez em quando, para cinema, agora criou-se - recentemente - a possibilidade de participação em produções locais de TV. E viver saltando de produção em produção e seja o que Deus quiser, não é mesmo? Correndo tanto assim em busca do "pão nosso de cada dia" o ator e a atriz ficam sem tempo para namorar (será?) e para ler "novos" textos. Ou não? Para estudar e conhecer um pouco mais sobre dramaturgia, como é mesmo isso?

O ator e a atriz, também, passam a fazer o papel do produtor, do administrador, e do seu próprio "manager", agente ou empresário. Assim, fica muito estafante ser tudo isso e, além do mais, ter que decorar textos, correr atrás de grana, ajudar a compor o cenário, figurino, iluminação, entregar panfletos por aí, fazer uma "política de boa vizinhança" e assistir aos espetáculos dos amigos e dos desafetos também, etc e tal. Tempo para leituras, só dos textos que serão encenados, certo? Ou não é assim que acontece? Se me ajudarem, poderei ter uma visão melhor disso.

Vendo a tal atividade teatral como um todo. Passemos para outro item. Importante sim. Muito importante. Hoje, para se executar a função de "produtor", tem que ser um expert e bem informado profissional que saiba desvendar os caminhos dos "editais" e, tendo sorte, de emplacar uma "produção" que poderá ser custeada pelo "poder público" e ser encenada num espaço público, no caso um teatro oficial, da prefeitura, por exemplo. Anula-se, assim, uma força e uma possível e importante habilidade profissional bem específica que é a do "produtor", profissional e autônomo. Autosuficiente, eu diria. Existem, aqui, produtores como atividade profissional? Ou os produtores são "tarefeiros"? Tem que fazer isso, aquilo, aquilo outro... e levantar a produção, e fim?

Talvez o diretor - os mais renomados não, com certeza - ainda tenha que meter a sua colher em outras questões, afeitas ao seu trabalho, claro, mas alheias a ele por não ter que ser o motivo de sua principal atenção. Talvez. E, assim, além de todo o trabalho que um diretor tem, muitos deles são também autores. Alguns atores, também. Multifuncionais, ótimos por serem tantas coisas. Outros, trabalhando no controverso - para mim é - sistema do "processo colaborativo", acabam tendo olhos apenas para o que eles escrevem, para o que os demais integrantes do seu grupo sugerem como colaboração para o texto final e acabam não tendo nem tempo, nem oportunidade, de discutirem os textos de quem?

Então... Não é sobre novos autores que eu estava falando? Sim.

A defesa e a necessidade de novos autores será feita por mim, claro - advogando em causa própria com certeza - e por autores e diretores que trataram disso em várias épocas e situações e cujos conteúdos foram registrados no livro "Ler o Teatro Contemporâneo". No capítulo V - O autor, o texto e a cena, Ryngaert reproduz textos, cartas e comentários de autores consagrados sobre o papel do autor, do texto e da cena. Encontrei nele um trecho bem interessante do Bernard-Marie Koltés, onde ele "defende" a encenação de novos autores, se opondo às montagens de autores pra lá de consagrados.

Diz Koltés (...) Acho que os diretores montam demais teatro de "repertório". Um diretor se julga heróico quando monta um autor atual no meio de seis Shakespeare ou Tchekov ou Marivaux ou Brecht. Não é verdade que autores que tem cem ou duzentos ou trezentos anos contam histórias atuais; sempre se podem encontrar equivalências; mas não, não se farão achar que as histórias de amor de Lisette e Arlequim são contemporâneas. Hoje se fala de amor de outra forma, portanto não é o mesmo. [...] Sou o primeiro a admirar Tchekov, Shakespeare, Marivaux e a tentar aprender com eles. Mas, mesmo que nossa época não tenha autores dessa qualidade, acho que é preferível encenar um autor contemporâneo, com todos os seus defeitos, a encenar dez Shakespeare. [...] Ninguém, sobretudo os diretores, tem o direito de dizer que não há autores. É claro que não são conhecidos, já que não são montados e que se considera uma sorte extraordinária ser encenado atualmente em boas condições; ao passo que, mesmo assim, é a coisa menos importante. Como vocês querem que os atores melhorem se não lhes é pedido nada, se não há um esforço para aproveitar o melhor do que eles fazem? Os autores de nossa época são tão bons quantos os diretores de nossa época. (citação sobre Un hangar à l´Ouest, in Roberto Zucco, Minuit, 1990).

É preciso falar mais alguma coisa?

Bem, volto a utilizar as palavras de Antoine Vitez:

[...] "Esse protesto das aparências deve se estender ao protesto das escritas. O texto de teatro só terá valor para nós se inesperado e - precisamente - irrepresentável. A obra dramática é um enigma que o teatro deve resolver. às vezes ele leva muito tempo para isso. No começo, ninguém sabia como encenar Claudel, nem Tchekov, mas é o ter de encenar o impossível que transforma a cena e a interpretação do ator; assim, o poeta dramático está na origem das transformações formais do teatro; sua solidão, sua inexperiência, sua própria irresponsabilidade nos são preciosas. O que temos por fazer com autores experientes que preveem os efeitos de iluminação e a inclinação dos assoalhos? O poeta não sabe nada, não prevê nada, a encenação cabe apenas aos artitas. Então, com o tempo, Claudel, que achávamos obscuro, torna-se claro; Tchekov, que achávamos lânguido, aparece vivo e sucinto".

Aos novos autores que estão surgindo, vai aqui a minha sugestão, talvez seja mesmo um pedido, um apelo:

Não deixem seus textos nas mãos de um só interessado. Mesmo que esse interessado seja muito interessado. Deixem seus textos espalhados por todos os lados. Não custa, de vez em quando, mandar imprimir uma cópia e levar até aquele produtor, para aquele outro diretor, para aquele grupo, para aquela atriz que você acha fantástica, para aquele outro que ninguém quer nada com ele, sabe, aquele? Então, esparrame, difunda, semeie seus textos em vários campos, vença as resistências. Se quer escrever e se quer ver que seu texto seja encenado, vista sua melhor cara de pau e dê a cara para bater. Deixe que batam mesmo, mas não perca a oportunidade de tentar, dar a oportunidade para que um diretor, novo ou experiente, consagrado ou mesmo esquecido, comprovadamente talentoso ou um mito somente, que todos eles possam ter acessível a suas mãos o seu texto. Tentem, também, mostrar seus textos para novos atores e atrizes. Faço-os lerem coisas do aqui, do nascido aqui, de gente como eles, que andam pelas mesmas calçadas, que se vestem nas mesmas lojas, nos mesmos brexós, que frequentem os mesmos bares, supermercados, que tomem os mesmos ônibus. Assim, quem sabe, um dia um deles pegue o seu texto e diga: De onde veio isso?


Para interessados:


terça-feira, 13 de abril de 2010

Entrelaçamento, diálogos, diálogos, diálogos

Você já deve ter presenciado diálogos bem díspares numa fila de banco, ou no caixa de um supermercado, ou numa festa cheia de pessoas, não é? Se esses diálogos fossem colocados num texto de teatro, como ficariam?

No seu livro "Uma escrita do cotidiano", Michel Vinaver ensina que esse "entrelaçamento" pode dar sentido se construído progressivamente sem que nada fosse dado de imediato. Diz Vinaver: "O fluxo do cotidiano arrasta materiais descontínuos, disformes, indiferentes, sem causa nem efeito. O ato de escrita não consiste em ordená-los, mas em combiná-los, tal como são, brutos, por meio de cruzamentos encavalados uns nos outros. É o entrelaçamento que permite aos materiais se separarem para se reencontrarem, que introduz intervalos e espaçamentos. Pouco a pouco tudo começa a piscar".

Entrelaçando diálogos, um exercício:

Mulher - Vim de ônibus e parei no ponto errado...

Homem - Eu avisei para meu filho que o cheque não tinha fundo.

Rapaz - O dono da loja não queria vender fiado.

Moça - O senhor vai levar tudo, sozinho?

Mulher 2 - A senhora está com gripe? Não tomou a vacina?

Mulher - Será que vai dar tempo?

Rapaz - O que tenho que fazer?

Homem - Você esperava o quê?

Moça - Posso por numa sacola mais forte.

Mulher 2 - É rápido e não doi nada. Tomei ontem.

Rapaz - Vou aliviar naquele velho...

Mulher - Você viu só o que o motoqueiro fez?

Moça - Acho que vai dar certo.

Mulher 2 - Amanheci boa. Nem tussi mais.

Homem - Dei um safanão no safado.

Moça - É mesmo? Onde?

Mulher - Alguém já chamou a polícia?

Homem - Escolheu a pessoa errada...

Moça - A sacola salvou ele...

Quanto mais personagens, mais complexo fica o entrelaçamento. Esse jogo do autor com o leitor faz do subtendido a peça que, mais na frente, poderá dar pistas, desvendar alguma coisa.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um telefonema, um e-mail e uma lata de banha

Mas, de vez em quando, me dá saudade de cozinhar
com banha. Daquelas que vinham em latas de 20 quilos.
Mas eu penso no tal homem e meu olhar solidário de
criança me diz para não comprar,
de ninguém, uma lata de banha.

Durante várias semanas ele esperou um telefonema. Ele queria mesmo que além do telefonema viesse um e-mail antes. Não veio. Nada. Nas últimas 48 horas ele ficou grudado no monitor de seu computador. Abria e fechava sua conta de e-mail. Várias vezes. Nenhuma mensagem. Zero. O ouvido ligado nos dois telefones. O celular bem ao lado do monitor do computador. O telefone fixo, à direita, ao alcance da mão. Bastava espichar um pouco. Nada. Nenhum som diferente. Ele continua esperando e não havia som nenhum nessa espera. Talvez o coração batesse mais aceleradamente. Talvez. Mas não sentia nada além da respiração, vez ou outra, mais profunda. A inquietude dele por um telefonema. Ou um e-mail.

A inquietude era mesmo real. O que o deixava inquieto, porém atento, atento demais, o que era? Ele não queria mesmo o tal telefonema, ou um possível e-mail. Não era isso que ele queria. Tudo era bem mais simples que um telefonema ou um mero e-mail. Ele queria o que não é muito comum nesses tempos de cada um por si... Queria atenção. Talvez não atenção. Queria algo um pouco mais complexo. Queria pertencer. A quê? Pertencer não é algo tão simples. Para pertencer, além de atenção, alguém deve reconhecer o outro. Se não reconhece, não presta atenção e, portanto, não dá, ao outro o sentido necessário e vital do pertencimento. Se alguém pede atenção, pode fazê-lo por muitos jeitos. Uns até engraçados.

Uma vez um cara roubou uma lata de banha numa pequena cidade do interior do Paraná. Sabe o que o delegado da cidade fez? O homem ficou duas horas caminhando com a lata de banha na cabeça, dando voltas e mais voltas na quadra onde ficava o armazém do qual ele pegara a lata de banha. Não é engraçado? Não, de engraçado não tem nada. É triste. O cara, o tal homem, roubou a lata de banha. E ele não queria atenção. Ele queria é um emprego. Um salário. Um trabalho. Alguma coisa que pudesse dar a ele dinheiro suficiente para ele, naquela época, ir no armazém e comprar a lata de banha. Também poderia comprar arroz, feijão, açúcar, cebola, linguiça, um pedaço de carne seca, sal. Pimenta. Farinha. Farinha de trigo, não. Ele poderia querer só farinha de mandioca. No máximo, farinha de milho, fubá... essas coisas que dá para fazer polenta. Poderia também comprar azeite de oliva. Umas 200 gramas de azeitonas pretas, daquelas bem grandonas e perfumadas.

Mas o que tem o tal pertencimento com a história do homem que roubou uma lata de banha?Como o homem não pertencia ao mundo normal do trabalho, como ele fora, de algum modo, excluído do mundo, da sociedade, do trabalho com carteira assinada, dessas coisas, ele, ao roubar tinha dado um aviso. Pessoal, pessoal, eu preciso de um trabalho. Nem que seja, apenas para carregar latas de banha na cabeça. Então, ele, mesmo carregando, naquela tarde tão distante no tempo, sentiu um pouco o quão difícil é pertencer. E quanto é fácil ser criticado, ser menosprezado, ser excluído da vida.

E o que o homem fez? Olha. Pelo que eu posso imaginar, ele nunca mais passou por aquela quadra, muito menos entrou mais naquele armazém. E qual é o sentido dessa história? Ainda bem que hoje eu só cozinho com azeite de oliva. Mas, de vez em quando, me dá saudade de cozinhar com banha. Daquelas que vinham em latas de 20 quilos. Mas eu penso no tal homem e meu olhar solidário de criança me diz para não comprar, de ninguém, uma lata de banha.

Diálogos impossíveis dentro de uma realidade possível

Você sabe para onde vai?

A princípio, sim.

Então, sabe.

Mas posso não ir para onde imaginei.

Imaginou?

Sim. Mas não vou para lá.

Mudou ou preferiu escolher outro lugar?

Nem uma, nem outra.

Não é questão de mudança, muito menos de escolha.

Agora você sabe para onde vai?

Agora, não.

Mas como? É absurdo assim...

Nem tanto, nem tanto...

Na primeira pergunta, você disse que a princípio sim.

Na segunda, disse agora não.

E agora?

Eu vou.

Para onde?

Para onde não tinha pensado antes. Prefiro ir por onde não imaginassem que eu iria.

Então não vai para lá?

Não. Nem para cá...

Vai para onde?

Vou por onde eu vou.

Sem rumo, é isso?

Você não devia se preocupar pelas minhas escolhas.

É que você diz uma coisa, acaba indicando uma outra e vai numa direção completamente diferente.

Não posso, sempre, caminhar pelo lado previsível do caminho.

Mas para lá é para lá. Para o outro lado, é o outro lado.

Mas eu posso voar e chegarei onde desejo.

Com que asas?

Eu penso, não penso?

Sim, então sabe que não voa.

Mas eu imagino, não imagino?

Mas isso não torna o caminho real.

Mas eu tenho coragem.

Mas isso não facilita a jornada.

Mas eu tenho fé.

Não me consta que você seja um homem de fé.

Mas eu acredito numa estranha força que vez ou outra aparece estar em mim.

Mas isso não facilita em nada os embates de sua vida.

Mas eu não existo.

E eu não sei?

Então...

Comecei a escrever um nome e surgiu o seu

Mas as duas letras, dos dois nomes estão na
mesma linha de teclas. Separadas por duas letras.

Comecei a escrever um nome e surgiu o seu. Havia pensado nele antes? Não. Não? Não. Um nome é só um nome. É? Pode ser. Pode? Sim. Sim? Como surgiu meu nome, então? Comecei a escrever um nome e surgiu o seu. Não havia pensado nele. Nem se seria um nome de mulher. Poderia ser um nome de homem. Talvez fosse de algum antepassado. Seria de um filho, ou de um neto. Comecei a escrever um nome e surgiu o seu. É apenas o que posso dizer neste momento.

A primeira letra foi por puro acaso. O dedo deslizou para o lado esquerdo. Era uma letra que estava no território direito do teclado. Minha mão direita deslizou para a esquerda, quase no limite da última letra que tenho que digitar com meu dedo indicador da mão esquerda. Você não está sendo correto. Não. Meu nome não começa com nenhuma letra que está no lado direito do seu teclado.

Assim, não podia ter escrito meu nome com seu dedo indicador da mão direita. Nem poderia ser com qualquer outro dedo dessa mão. Você se esqueceu que eu escrevo, melhor dizendo, que eu digito com todos os dedos das duas mãos. Sou de tempos em que as pessoas tinham aula de datilografia. Hoje ninguém quase pratica a datilografia. Hoje todos digitam, apenas. Uns só com dois dedos.

O indicador de uma mão e o indicador da outra. Eu, não. Eu digito, datilografo, com todos os dedos e o dedão é usado para acionar a barra de espaço. Quando estou digitando palavras com a mão esquerda, a barra é acionada com o dedão da direita. Quando há palavras com a mão direita, eu posso usar a tal barra com a mão esquerda. Entendeu? Agora você tem um referencial maior para saber que seu nome foi escrito conforme eu disse.

O nome de sua mãe você escreve com que mão? E o do seu pai? De suas irmãs? Dos seus filhos, dos seus netos, da sua mulher? Com qual mão? A mãe, o nome da mãe é digitado com a mão direita. O pai, com a esquerda. Mas as duas letras, dos dois nomes estão na mesma linha de teclas. Separadas por duas letras. Uma do meu nome e a outra do nome do meu avô materno. Interessante é que o nome do meu avô paterno também está na mesma linha de teclas.

Sim, mas e meu nome? Não explicou. Expliquei sim. Meu dedo indicador da mão direita deslizou para o lado esquerdo do teclado e... pronto. Aparecia a primeira letra do seu nome. Não é uma letra, para mim, comum para nomes femininos. Conheço poucas mulheres cujos nomes comecem com essa letra. Letra que está ao lado da letra do nome de minha filha do meio. Por coincidência, veja só – é só pular mais três teclas que tem a primeira letra do nome da minha filha mais velha.

Os nomes, quando nascem, são difíceis da gente explicar. Meu nome, eu sei. Era o nome do avô do meu pai. E meu pai foi além, juntou o nome do avô dele com o nome do meu avô, o pai dele, entendeu? Então tenho o nome do meu bisavô e do meu avô. E o sobrenome do meu avô materno, na verdade, um sobrenome emprestado pelo padrinho do pai de minha mãe, que na família dela foi utilizado apenas por ela e por outra filha mais nova do meu avô.

Não tenho registro de nenhum outro neto do meu avô materno que tenha o mesmo nome que o meu. Mas sei que tenho um primo que tem o mesmo nome que meu avô materno, mas ele não usa o sobrenome dele e sim o sobrenome que meu tio, irmão de minha mãe, usa. Nomes são coisas de família. Há muitos nomes que aparecem por influência de nomes de artistas ou de jogadores de futebol. Hoje em dia é muito comum utilizar nomes de personagens de telenovelas. Já não vejo, mais, a citação de personagens de livros.

Antigamente as famílias usavam, tinham costume, de usar nomes de personagens de livros. Hoje... bem, fiquei sabendo que o porteiro do meu prédio registrou o nome da filha dele com o nome de uma daquelas moças que ficavam balançando a bunda num desses programas de televisão. Não que ele gostasse da moça, ou da bunda dela, mas gostou do nome. Como? Não, não registrei o nome, mas também não me lembro da bunda da tal moça, que, aliás, nem sei que cara tem.

Foi difícil completar o meu nome? Olha, tenho que confessar que foi. Pois, até agora, ainda não sei se a segunda letra dele seria com essa ou com aquela outra letra. Mas o som, dependendo da pronúncia, poderia ser o mesmo. Ou não. Terei que pesquisar melhor. Ah! Agora você me confundiu! Não, por favor. Não entenda assim. Não é que eu esteja confundindo-a. Apenas não sei mesmo explicar como foi que apareceu seu nome e nem qual a referência dele para existir.

Você acredita que nossa mente percorra caminhos que sequer imaginamos possíveis? Sim, é mesmo! Tem vezes que estou pensando uma coisa e basta colocar o dedo no tal teclado que surge uma letra, depois vem outra, há um espaço, outras letras. E pronto! Surgiu um primeiro parágrafo. Comecei a escrever um nome e surgiu o seu.

E, aqui, tenho que terminar, pois eu sei que há poucas pessoas interessadas em saber por que cargas d´água eu comecei a escrever a frase e antes de surgir um nome surgiu isso que agora eu termino. O nome? Quer mesmo saber? Olha, eu não sei se depois da primeira letra “H” vem um “a” ou um “e”. Se você me ajudar, hei de contar uma história a partir dele. Um abraço e até outro dia.

domingo, 11 de abril de 2010

Brincando com o Wordle


Brinquei com a ferramenta WORDLE e a apliquei
em um dos monólogos do meu texto
"Parent(es)is-Fábula para seis ou mais vozes".

Wordle: Prólogo na Sala de Máquinas

Brinquem com a ferramenta RANDOMIZE. É bem legal.