sexta-feira, 3 de junho de 2011

Esta não é a banda mais famosa da cidade, mas é muito boa

A banda Sincopé toca amanhã no Bardo Tatára, avenida dos Estados, 810, no Água Verde. Vejam o vídeo muito engraçado que eles fizeram para divulgar o show.

Como motorista, a "loirinha" Gabriela Bruel, que nos momentos em que não anda de táxi, sabe fazer música e sempre é muito engraçada.

Estreia "Clarice matou os peixes"

No palco, os personagens Clarão, Clarito e Esclarecida, três divertidos “clowns”, relacionam entre si quem seria o culpado pela morte de dois inocentes peixinhos. Na trajetória da trama, para defenderem-se da acusação, recontam a ligação afetiva que cada personagem teve com os seus animais de estimação. A peça Clarice Matou os Peixes levanta a questão da relação com os bichos de estimação e o grande tabu entre os espetáculos direcionados a crianças: como lidar com o sentimento da perda e com a morte.

SERVIÇO:

CLARICE MATOU OS PEIXES
Direção: Letícia Guimarães
Elenco: Fabiana Ferreira, Simão Cunha e Blas Torres
Temporada: de 4 de junho a 10 de julho de 2011
Horário: sábados, às 18h e domingos às 16h, exceto dias 2 e 3 de julho que não haverá apresentação.
Local: Sala Raul Cruz, sede da Cia. do Abração. Rua Paulo Ildefonso Assumpção, 725. Bacacheri – Curitiba - PR
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: Livre, especialmente recomendada para crianças.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Vertigem, um instante antes do salto

O espetáculo Vertigem é uma obra original que traz para o palco o momento único onde um passo pode ser decisivo. O paradoxo entre a leveza e o peso de uma decisão nos aproximam do questionamento da frágil natureza do destino, do amor e da liberdade humana. Vertigem é o instante antes do salto, o momento que antecede a escolha. A sensação do corpo frente ao abismo que se abre sob os pés.

"O que é vertigem? Medo de cair? Mas por que temos vertigem num mirante cercado por uma balaustrada sólida? Vertigem não é medo de cair, é outra coisa. É a voz do vazio debaixo de nós, que nos atrai e nos envolve, é o desejo da queda do qual logo nos defendemos aterrorizados." (Milan Kundera) 

A Súbita Companhia de Teatro encontra inspiração em conceitos, manifestos e imagens do livro de Milan Kundera “A Insustentável Leveza do Ser” para a criação de seu mais novo espetáculo “Vertigem”.

SESC EMCENA
Espetáculo VERTIGEM, com a Súbita Companhia de Teatro
3, 4 e 5 de Junho de 2011 – Sexta e Sábado às 20h e Domingo às 19h
Teatro SESC da Esquina – Rua Visconde do Rio Branco, 969 – Mercês
Ingressos R$12 (inteira) -  R$ 6 (professor, estudante, acima de 60 anos) e R$ 3 (comerciário)


WORKSHOP DE TEATRO FÍSICO COM A SÚBITA COMPANHIA DE TEATRO 

No dia 06 de junho, a Súbita Companhia (visite o link) compartilha o seu processo de criação colaborativa, desenvolvido durante anos de pesquisa em diversos métodos que valorizam a fisicalidade do ator em cena e a relação do ator com a ação dramática. Os métodos estudados pela Súbita incluem Viewpoints, Suzuki, Dança Contemporânea e Composição de cena. 

O objetivo do workshop é instrumentalizar o corpo do artista para a cena, aprimorando seu conhecimento e sua consciência corporal para potencializar a presença cênica. Serão realizados exercícios de preparação e prontidão do corpo para a criação coletiva, exercícios de dança contemporânea para ampliação do repertório de movimento de cada participante e exercícios de improvisação coletiva que desenvolvem a espontaneidade da criatividade e da expressividade do gesto cênico. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas diretamente no Sac do SESC da Esquina.

06 de Junho de 2011 - Segunda das 13h30 às 17h30
30 vagas
Atendimento SAC (Serviço de Atendimento), de 2ª a 6ª, das 08h às 19h45, e sábado, das 09h às 12h45

SESC EMCENA

Em sua 2ª edição, o projeto SESC EMCENA tem o objetivo de incentivar e divulgar trabalhos de teatro e dança de grupos e companhias de Curitiba. Selecionados em Edital por profissionais da área e por profissionais do Sesc Paraná, este ano  04 grupos se apresentarão no Teatro do Sesc da Esquina .

Confira a programação: 

03, 04 e 05 de junho - Vertigem
01, 02 e 03 de julho - O Butô de Mick Jagger
02, 03 e 04 de setembro - Próximas Distâncias
30 de setembro e 01 e 02 de outubro - Habitué 


quarta-feira, 1 de junho de 2011

No Paiol, a essência da música caipira

O Trio do Trem cantando "Soletrando" de Alvarenga e Ranchinho
(clique aqui para assistir ao vídeo)

 
Bom humor, ingenuidade e romantismo são alguns dos ingredientes da obra da dupla caipira Zé Mulato e Cassiano que se apresentam nesta sexta-feira e sábado, dias 3 e 4 de junho, sempre às 21 horas no Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº). Na ocasião o Trio do Trem – formado pelos músicos Oswaldo Rios, Nélio Spréa e Junior Bier – serão os anfitriões da mais autêntica dupla caipira do Brasil e prometem uma noite com muitos causos e, melhor de tudo, com muita música de raiz.

Esta apresentação marca a estréia um novo trabalho artístico formado no Paraná. O grupo Trio do Trem (uma brincadeira com o “trilho” do trem) apresenta uma seleção de canções caipiras com pitadas de humor, No palco três cantadores, três violas no peito e um punhado de causos engraçados inspirados nas duplas como Alvarenga e Ranchinho e Rolando Boldrin.

Na bagagem cada um dos violeiros traz uma história de dedicação à música caipira. Oswaldo é o fundador do grupo Viola Quebrada, Nélio é o criador do Festival de Música Raiz de Campo Largo e Júnior toca viola na Orquestra de Cordas do Conservatório de MPB de Curitiba. Eles identificam na trajetória de Zé Mulato e Cassiano os elementos necessários para aquilo que podemos chamar “uma tradição caipira”.

Fãs de Zé Mulato e Cassiano, os músicos do trio são conhecedores da obra Zé Mulato e Cassiano, identificam-se com seu estilo e consideram suas composições um verdadeiro manancial da cultura caipira. “A sofisticação e rara beleza presente em tantos gêneros musicais de nossa música tradicional vem ocupar, como nunca, os palcos e salas de concerto por todo país. Este show vai ao encontro à necessidade de promovermos a diversidade musical brasileira, atendendo a diversidade do público curitibano e promovendo a troca entre músicos locais e de outras regiões do Brasil”, comenta Oswaldo Rios.

Caipira de raiz

Os convidados Zé Mulato e Cassiano completaram recentemente trinta anos de carreira. São herdeiros de uma tradição que sintetiza o humor de duplas famosas das décadas de 20, 30 e 40, como Jararaca e Ratinho, Alvarenga e Ranchinho, entre outras. Eles são considerados a melhor e mais autêntica dupla caipira da atualidade. Afirmação feita pelo respeitado violeiro Roberto Correia. No repertório eles cantam de tudo um pouco, cururu, pagode, rumba, cateretê, moda de viola, guarânia, xote, polca, bolero, batuque e rasqueado. Todas as canções são de sua autoria. Um dos motivos do sucesso dos músicos é o fato de serem ótimos compositores do seu gênero.
Zé Mulato e Cassiano são hoje um exemplo a ser seguido pelos novos violeiros que buscam a autenticidade para plantar o seu trabalho na história da música de raiz brasileira. A harmonia da natureza dá o tom na música que soma melodia e ritmo às batidas do coração de quem toca por amor a canção do homem da terra. Ouvir "causos" contados por Zé Mulato e Cassiano é garantia de desopilar o fígado e dar alegria à vida. Com simplicidade e ironia, eles misturam as cenas rurais a muitas críticas sociais e políticas.

As apresentações, que fazem parte do edital de Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba, pretendem dar continuidade a um largo movimento que vem se evidenciando em inúmeras regiões do Brasil de valorização da Música Raiz.

Serviço
Trio do Trem convida Zé Mulato e Cassiano. 
Show de música caipira. 
Sexta e sábado, dias 3 e 4 de junho, às 21 horas no Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº). 
Ingressos R$15 e R$7,50 (meia-entrada). 
Informações: (41) 3213-1340. 
Classificação: Livre.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Só pode ser!

Nossa História tratada como se fosse "estória da Carochinha"
Notícia publicada no site do Yahoo! Leia a matéria clicando aqui.

Possível comentário de uma adolescente diante da fala do Sarney numa exposição no Senado Federal, ontem. Seria cômico se não fosse mesmo trágico. Apagar da história um fato como o "Impeachment de Collor" é dar um tapa em nossa cara, aquela que pintamos de verde e amarelo e que agora tem que ficar vermelha pela ofensa, pela agressão à nossa memória e à História que escrevemos.

A descoberta de um sonho da infância

Montagem argentina de "Tiempo de Aguas" em  2008:
A velha é interpretada pela atriz Maria Ester Mazza 
e a Jovem por Griselda Gugliati


Na parte final do texto "Tempo das Águas", da autora argentina Patricia Zangaro e que fiz a tradução, a personagem da Velha revela para a personagem da Jovem um sonho que teve quando era criança. O texto aparece assim:

(...)


Velha – Mas não posso. Não reconheço as letras. Como no sonho.
Jovem – Que sonho?
Velha – O último sonho... antes que deixasse de dormir.
Jovem – Nunca me contou este sonho.
Velha – Sonhei que a água havia levado para o outro lado da montanha tudo o que eu havia escrito quando era uma menina.
Jovem – Então não estava perdido!
Velha – Não. Cruzava a montanha e se encontrasse estes escritos, as portas de um mundo se abririam para mim...
Jovem – Que tipo de mundo!
Velha – Somente saberia ao abrir aquelas portas...
Jovem – E o que fez?
Velha – Sonhei que cruzava a montanha, mas no final do caminho um corvo comia meus olhos.
Jovem – Então acordou?
Velha – Não. Uma menina que brincava no vale escutou meus gemidos e se aproximou para curar minhas feridas. Perguntou-me de onde vinha e por que havia cruzado a montanha. Quando eu lhe contei meu sonho ficou assombrada.
Jovem – Por quê?
Velha – Ela havia sonhado que quando fosse velha um novo mundo se revelaria do outro lado do vale.
Jovem – Era você mesma?
Velha – Talvez. Compreendi que aquela revelação me esperava do outro lado e voltei a cruzar a montanha. Quando cheguei a minha casa, encontrei todos meus livros abertos em uma página, mas eu estava cega para lê-los.
Jovem – Não pode reconhecer seus próprios livros?
Velha – Não.
Jovem – Mas os livros estavam abertos...
Velha – Todos.
A Velha e a Jovem olham demoradamente para a entrada.
Jovem – Alguém, então, poderá lê-los...
Velha – Sim. Alguém, quem sabe, contemple algum dia aquela visão...
A Jovem, muito fraca, tenta se levantar.
Jovem – Tem lápis e papel?
Velha – Em algum canto... O que vai fazer?
Jovem – Estou sentindo vontade de escrever...
Velha – A seu pai?
Jovem – Não... Agora meu pai se foi debaixo da água...
Escuridão




Sobre a montagem da versão original em espanhol de "Tiempo de Aguas", veja detalhes aqui.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Tempo das Águas", um tempo de chuva, de livros e de lembranças

Na fala da Jovem: Não... Agora meu pai se foi debaixo da água...
Terminei de traduzir o sexto texto da autora argentina Patricia Zangaro: "Tiempo de Aguas". É uma peça de teatro onde duas mulheres - uma velha e uma jovem - falam de coisas relacionadas ao passado, à leitura de livros, à escrita. Falam da impossibilidade de atravessarem para o outro lado de um vale que está inundado por uma chuva, uma tempestade, que pode durar mais de cinco anos. Deste lado, as duas sozinhas. Do outro, o que deixaram - famílias, amores, dores, pesares, lembranças, o que é bom e o que sempre foi ruim, muito ruim.
A tradução de "Tempo das Águas" poderá interessar a alguém. A mim, interessou muito. Além da tradução em si, do ato de encontrar as palavras corretas e da emoção exata de cada frase e intenção das duas personagens, "Tempo das Águas" mexeu comigo por se tratar de um assunto sempre presente em minha vida. A perda de alguém importante logo após você - no caso eu - ter lido um livro. Há exatos 40 anos - foi no dia 27 de maio de 1971 - que perdi meu pai, então com 49 anos, que morreu logo após eu ter lido para ele um trecho de um dos seus livros preferidos: "Sermões", do padre Antonio Vieira.

Quem se interessar pela leitura de "Tempo das Águas" pode solicitar que enviarei o arquivo em PDF.