sábado, 20 de agosto de 2011

Sorteio de camisetas e livretos

Os atores Felipe Custódio, Val Salles e Naiara Bastos
farão a leitura do texto "O dia em que morreu Leminski"
Na próxima quarta feira, dia 24 de agosto, após a leitura dramatizada da peça "O dia em que morreu Leminski", no auditório Paul Garfunkel, na Biblioteca Pública do Paraná, serão sorteadas camisetas em homenagem aos 67 anos de nascimento do poeta Paulo Leminski - o polaco-loco-paca - e livretos com o programa da leitura e o texto da peça de autoria de Rogério Viana.

A leitura terá a direção de Léo Moita e contará com os atores Val Salles (Marcelo Antero), Naiara Bastos (Lílian Pedrozo) e Felipe Custódio (Demétrio Trindade).

As camisetas a serem sorteadas foram frutos da "vaquinha" feita pelos apoiadores: Douglas Daronco, Rodrigo Madeira, Rosi Luza, Normam de Arruda Neto, Vera Carvalho e Rogério Viana. Os livretos tiveram sua impressão apoiada pelo escritório de advocacia Villaça de Veron. O material de divulgação da leitura foi apoiado pela Padrão (lojas nos shoppings Mueller e Palladium - em Curitiba e Ponta Grossa - e na praça Osório), CNA - Inglês definitivo - com unidades no Champagnat, Santa Felicidade, Boa Vista, Bom Retiro, Kennedy e Salgado Filho, pela Provence Boulangerie, Patisserie e Café, na Bruno Filgueira, e Teatro Rodrigo D´Oliveira. Os promotores do evento são: Expressão - Criação & Produção Cultural, Faccia Buffa - Projetos Culturais e Nova Forma - Assessoria e Desenvolvimento, Educação e Cultura.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Onde eu estava no dia em que Leminski morreu

Flávio Jacobsen nos conta onde estava no dia em Leminski morreu

Sangue de poeta

Eu tinha uns 21 anos. Aviões vinham em minha direção de cinco em cinco minutos. Passavam que passavam raspando o predinho de um andar onde eu estava de janela, digitando em um computador ainda antes do Windows, sem mouse e de tela escura com letrinhas esverdeadas. Eles vinham e era um ai ai ai. Sim, eu pensava em catástrofes assim muito antes do World Trade Center.

Em frente à base aérea, ali no Bacacha. Teco-tecos, jatinhos, zeros japoneses e falcões nazistas na minha imaginação. Toda sorte de aeroplanos que não me deram o azar da colisão, naquele trampinho-frila-da-puta de digitação que eu fazia pra engordar o magro salário que eu ganhava na Imprensa Oficial. A Imprensa era (é ainda) mais ali ladeira abaixo, no Cabral. Lá na Imprensa eu fazia o Nicolau. Mais prazer, menos grana. Mais poesia.

Dava arrepio e o cu fechava a cada avião que passava. Ás o livre. Cigarrinho pra relaxar. Rádio ligado. Estação Primeira. Sem Betina, nota em locução masculina: o poeta Paulo Leminski está precisando de sangue no hospital xis. Puta que o pariu.

Larguei a máquina pensando em ir correndo para o xis salvar o poeta, quando lembrei do xis da questão: um exame anterior havia meses  constatou que eu era mais magro que meu salário. Eu não podia doar sangue.

Fiquei mal. Meu maldito sangue não dava nem pro vampiro, nem pra polaquinha, nem pro poeta. Ainda mais pra um poeta de peso. O desgraçado tinha que ir embora naquele maldito dia no ano da graça de mil novecentos e oitenta e nove. A rima é o centro, porém se move.

A foto na primeira página do jornal fuzilou meus olhos na manhã seguinte. Não havia mais casacos nem cossacos como em Petrogrado aquele dia. Não havia mais distraídos, nem vencedores, nem vencidos. Chegou finalmente pra ele o dia em que tudo que dissesse fosse poesia. Agora é que são elas. Ele se foi.

Acho que engordei uns quinze quilos desde então. Agora dou pra doador (êpa!). Emagreci mais um tanto. Engordei de novo. Amei, casei, descasei. Escrevi, publiquei, gravei. Casei, descasei e amei de novo. Sempre novo, toquei instrumentos e corações. Briguei. Tentei. Atentei. Viajei. Apareci e desapareci mais de metro. Dancei. Bebi, fumei e cheirei. Subi, desci, fui e fiquei. Dele, nunca esqueci. Nunca esquecerei.

Naquele dia, de noite, só chorei. Depois, cantei, cantei, cantei.

Flávio Jacobsen

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Preparando a leitura de "O dia em que morreu Leminski"

No palco, Felipe Custódio, Val Salles e Naiara Bastos recebem orientações do
jovem diretor Léo Moita, que nasceu três meses antes da morte de Leminski
No palco do auditório Paul Garfunkel, na Biblioteca Pública do Paraná, hoje, pela manhã, o trabalho do diretor Léo Moita e dos atores Felipe Custódio, Val Salles e Naiara Bastos foi intenso na preparação para a leitura dramática do texto "O dia em que morreu Leminski", de Rogério Viana, que acontecerá naquele espaço na próxima quarta feira, dia 24 de agosto.

Moita, que nasceu exatos três meses antes da morte de Leminski (ocorrida em 7 de junho de 1989), pretende apresentar os personagens Demétrio Trindade, Lílian Pedrozo e Marcelo Antero, representados por Felipe Custódio, Naiara Bastos e Val Salles, num ambiente onde uma importante mudança está para acontecer, mostrando a preocupação do escritor Trindade em transportar seus livros para um lugar "seguro e seco". Naquele dia, quando uma mudança vai acontecer, Trindade é visitado pelos personagens Lílian Pedrozo e Marcelo Antero que o confrontam com lembranças do passado e com fatos que marcaram a trajetória daquele escritor que está prestes a deixar de ser poeta para se transformar em poesia, um escritor que caminha para se transformar num livro.

A escolha do dia 24 de agosto (dia em que Leminski completaria 67 anos), a Biblioteca Pública do Paraná, o auditório Paul Garfunkel, seu pequeno palco e um piano que passa boa parte do seu tempo coberto por uma capa preta, se relacionam diretamente com o texto de Rogério Viana e aparecem em detalhes que podem ser conferidos nos diálogos e nos monólogos apresentados pelos três personagens do texto teatral.
Val Salles, Naiara Bastos e Felipe Custódio (na frente)
Léo Moita e Varlei Janei (fundo)

Os atores com o autor Rogério Viana e o diretor Léo Moita
Léo Moita, Varlei Janei, Naiara Bastos, Felipe Custódio e Val Salles
Felipe Custódio, Naiara Bastos e Val Salles






segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ensaio da leitura de "O dia em que morreu Leminski" no auditório da BPP

Hoje pela manhã, no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, o diretor Léo Moita e os atores Val Salles, Naiara Bastos e Felipe Custódio participaram de um ensaio para a leitura do texto "O dia em que morreu Leminski", de Rogério Viana, que será realizada no dia 24 de agosto, quarta feira da próxima semana, a partir das 17h45 naquele espaço.

Léo Moita observa Felipe Custódio, Naiara Bastos e Val Salles

domingo, 14 de agosto de 2011

Saiu hoje no Caderno G da Gazeta do Povo

Felipe Custódio, Naiara Bastos e Val Salles

Publicado em "O que vem por aí", hoje no CADERNO G, da Gazeta do Povo, nota sobre a leitura de O DIA EM QUE MORREU LEMINSKI.


Leitura
O Dia em Que Morreu Leminski
O dramaturgo Rogério Viana apresenta no dia 24 de agosto – dia em que o poeta curitibano Paulo Leminski completaria 67 anos – a leitura dramática do texto O Dia em Que Morreu Leminski. Com direção de Léo Moita, o trabalho tem no elenco Val Salles (como Marcelo Antero), Naiara Bastos (Lílian Pedrozo) e Felipe Custódio (Demétrio Trindade). O resultado servirá de termômetro para uma futura montagem.
Serviço
O Dia em Que Morreu Leminski. Biblioteca Pública do Paraná – Auditório Paul Garfunkel (R. Cândido Lopes, 133),             (41) 3221-4900      . Dia 24, às 17h45. Entrada franca.