sábado, 30 de janeiro de 2010

CBT leva Leminski a Paris

Márcio Abreu e Babaya no trabalho com os atores da CBT

Ensaio de cena da peça "Vida" com Rodrigo Ferrarini,
Ranieri Gonzáles, Giovana Soar e Nadja Naira

A CBT - Companhia Brasileira de Teatro, de Curitiba, participa em fevereiro, em Paris, do projeto "Distraídos, Venceremos", uma caminhada pela obra de Paulo Leminski, que será realizada junto com a Compagnie Jakart - Mugiscué, grupo francês com o qual a CBT tem realizado um intenso intercâmbio desde 2005.

A viagem para a França acontece nesta terça-feira, dia 2 de fevereiro e na quinta-feira (dia 4) tem início o trabalho com duração de três semanas onde os atores e diretores da CBT e da Jakart - Mugiscué vão se debruçar sobre a obra de Paulo Leminski, em oficinas e encontros.

No dia 20 de fevereiro, às 20 horas, na Maison de la Poésie, em Paris, será apresentado o espetáculo "Distraídos, divagamos" com resultado do trabalho de pesquisa e de estudos desenvolvido pelos atores brasileiros e franceses, que vão mostrar a força, a ironia e a irreverência do autor curitibano que faleceu em 1989. Antes, alunos dos Colégio Guillaume Budé de Paris e do Liceu Paulo Éluard de Saint-Denis mostrarão o resultado do trabalho que desenvolveram em oficinas com Thomas Quillardet sobre a obra de Paulo Leminski. A apresentação tem como título "Distraídos, desembarcamos". Após as duas apresentações, virá "Distraídos, divagamos", com música brasileira, textos e caipirinhas.

Ontem, em meio aos preparativos finais para a viagem à França, o diretor Márcio Abreu e a preparadora vocal Babaya trabalharam durante oito horas com os atores Ranieri Gonzáles, Giovana Soar, Nadja Naira e Rodrigo Ferrarini, ensaiando o texto "Vida", do próprio Márcio Abreu, que será apresentado em março durante o Festival de Teatro de Curitiba. Hoje e amanhã acontecem mais dois ensaios e, na terça-feira, a viagem para Paris. O grupo retorna no final de fevereiro a Curitiba e retoma os ensaios da peça "Vida".

A programação completa do evento em Paris na Maison de la Poésie, está neste link:


CBT - Companhia Brasileira de Teatro - Curitiba (PR)


Blog do Projeto Vida


Babaya - Escola de Canto - Belo Horizonte (MG)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Teatro radiofônico em 60 segundos

A Faculdade Católica do Ceará, através do seu curso de Jornalismo, desenvolveu algumas campanhas para rádio com "spots de 60 segundos" para alertar sobre problemas com alcoolismo, combate da dengue, informar sobre sustentabilidade. Não há informações sobre que rádios veicularam os "spots", mas devem ter sido veiculadas em rádios comunitárias. A orientação do trabalho dos alunos foi do professor Ismar Capistrano.

A título de colaboração, ouvi o "spot de 60 segundos" sobre alcoolismo e converti-o para um roteiro técnico de gravação. Assinalei, também, a evolução, em segundos, do tempo transcorrido em cada trecho do texto onde, entre as falas, há um trabalho de sonoplastia com inserção de sons de batidas e de coisas sendo quebradas e que acontecem simultâneamente com as falas dos dois personagens - o bêbado Dorgival e sua mulher Germana. O sotaque é bem nordestino. E, na parte final da gravação ouve-se a voz de um locutor que dá uma mensagem de alerta contra o alcoolismo. A gravação termina com vinheta de assinatura, uma mensagem e a informação de que a campanha é da Faculdade Católica do Ceará contra o alcoolismo. O texto utiliza cerca de 150 palavras para os diálogos e as mensagens dos dois locutores. Ao todo são 215 palavras.

Os spots podem ser ouvidos no site Radio Tube - A cidadania por todas as ondas

http://www.radiotube.org.br



Leia o roteiro:

Teatro radiofônico em 1 minuto

(Faculdade Católica do Ceará – campanha contra o Alcoolismo)

Spot de 60 segundos

(o sotaque é bem nordestino)

00:00

(som de batidas insistentes)

Bêbado – Ô Germana... Abra essa porta, muié... abre essa porta!

(som de batidas)

00:06

Germana – Pera aí, iiiii... Já tô indo... ô minha nossa senhora... Quem será uma hora dessa? Ave Maria...

00:13

(som de batidas)

Bêbado – Vamu logo... ô muié... ô... saco...

00:18

Germana – É tú Dorgival? Pode ficar do lado de fora... Bora, bora, bora... Que aqui em casa no estado que você está não entra... mas num é nem morto!

00:26

Bêbado – Má...mas, Germana! Óia... Germana...Você não me faça raiva não, Germana! Cê qué apanhá,é? Ou você deixa eu entrá dentro de casa ou eu lhe quebro na porrada!

00:35

Germana – Ei, calma, ei calma, calma, calma...

(som de coisas quebrando)

Tu me bateu... (abafado e sumindo)

00:38

Locutor – Setenta por cento das pessoas que ingerem bebidas alcoólicas acabam criando conflitos em casa. Portanto, se você é um alcoólatra, cuidado! Você pode estar acabando com a vida de sua família.

00:50

Locutora – Alcoolismo traz infelicidade. Traga coisas boas para sua vida.

00:57

Locutora – Uma campanha da Faculdade Católica do Ceará contra o alcoolismo.

00:60

(termina)

Os famigerados 60 segundos

Nas antigas rádios ou nas modernas,
"spot" é imagem para ser ouvida

O Núcleo de Dramaturgia fez uma proposta para a Rádio Lumem FM - que é vinculada à PUC Paraná - para produzir pequenas peças dramatúrgicas para rádio e utilizando 60 segundos, famigerados 60 segundos, ou, como queiram 1 minutinho só.

Quem nunca trabalhou para rádio ou para TV, produzindo textos para os famosos comerciais, fica um pouco difícil entender a dinâmica dos 60 segundos. Em TV, conta-se com o recurso da imagem e, muitas vezes, quase não há palavras, portanto, inexiste o texto (narrado, claro) mas o texto sempre vai existir, no caso dos comerciais de 60 segundos, para que o redator ou autor indique, com palavras, o que pretende mostrar, como vai mostrar e, tendo algum tipo de narração, o que vai correr, simultâneamente no áudio daquele material.

Para produzir para rádio, a peça tem que partir da ideia de que o ouvinte vai ter que "imaginar" o que vai ouvir. Portanto, a riqueza está no que se vai sugerir nos famigerados 60 segundos.

Não encontrei, ainda, na internet, exemplos de textos dramatúrgicos produzidos dentro do formato de 60 segundos, mas a publicidade pode nos auxiliar a entender algumas coisas que devem ser superadas quando se pretende escrever e comunicar algo em 60 segundos. E as palavras tem que aparecer com precisão, sem mais nem menos...

Visitem este site e verão muitos exemplos do que de melhor se faz no Brasil com os tais "spots" de 60 segundos. Só tem coisa boa, podem acreditar!

Ao abrir, vejam CATEGORIAS e cliquem em spot



quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Passarinho na muda não pia...

É, o ditado popular tem mesmo uma verdade incontestável. Muitas vezes é melhor ficar só observando, escondido. Disfarçado, mimetizado como se fosse uma folha, uma flor. Nunca como uma fruta. Passarinho maior come fruta. Uma folha, que é comida de formiga, a gente muda de lugar e permanece quietinho. Flor só atrai beija-flor. Ah... eles são inofensivos. Um beijo sempre é bem vindo. Passarinho na muda não pia... E a razão desse ditado é de uma clareza ímpar: quando as penas do passarinho caem, ele fica sem penas para abrir as asas e voar. Então, se piar, vem seu predador é vupt. Leva-o no bico com a maior facilidade. Assim, tem certas horas que é melhor usar a tática do passarinho na muda (de mudança de penas). E ficar quietinho, só observando. No seu canto. Deixando o corpo transformar a penugem em novas e fortes penas. Uma pena nova, mais forte, nos permitirá voar mais alto. Que o diga o gavião, a águia, o condor.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Poesia, teatro e futebol no site do "Coxa"


O texto que publiquei aqui sobre a morte do Chico Sarno, que foi bi-campeão paranaense nos anos 70 como técnico do Coritiba, saiu, hoje, na capa do site oficial do "Coxa" na seção "Clipping".

Chico Sarno inspirou minha peça "Manhas, Mutretas e o Escambau" e o personagem Francisco, numa das cenas, fala sobre sua paixão pelo Coxa, pelo Paraná e pela igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, lá no Alto da Glória, em frente ao estádio Couto Pereira.

Está na Cena 5, o hipotético encontro do ex-técnico Francisco com seu amigo Kruger:

(...)

CENA 5

Francisco – Kruger – Tales - Menino

(Toque do telefone. Toca algumas vezes e para)

(Francisco levanta-se da cadeira de rodas e fica em pé. Entram pela rede, Kruger (amigo de Francisco). Depois, Tales e, por último o Menino)

Francisco – Você por aqui, Kruger? Quanto tempo? Não esperava receber sua visita, meu querido amigo!

(Kruger e Francisco, se abraçam demoradamente. Depois se olham e sorriem)

Kruger – Eu vim convidá-lo para dirigir o Coxa!

Francisco – É mesmo? Você se lembrou de mim, querido amigo?

Kruger – Sim, a gente não esquece dos amigos e não se esquece mesmo dos amigos competentes, dos amigos competentes e éticos como você, Francisco!

Francisco – Você nem imagina o quanto eu fico feliz em ser convidado para dirigir o Coxa. Além do mais, eu adoro Curitiba. Adoro o Paraná, adoro os paranaenses. Adoro o povo que vive no Paraná, meu querido Kruger!

(pausa)

Eu adoro Curitiba, meu querido doutor Léo Kruger.

(pausa)

Eu adoro Curitiba... O frio de lá sempre me fez bem.

(pausa)

O frio de Curitiba, sempre intenso e forte, escanhoa nosso perfil! Em outros lugares, o frio machuca, chega até a cortar o rosto da gente.

(pausa)

A sombra dos pinheirais do Paraná abraça-me com o mesmo formato dos raios do sol.

(Francisco abraça Kruger)

Kruger – Vamos voltar ao Paraná, Francisco? Você vai gostar de ser treinador do Coxa!

Francisco – Que bom poder voltar a Curitiba, meu amigo Kruger. Que bom ser treinador do Coxa, lá no Alto da Glória!

(pausa)

Aquela igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é um pedaço do céu aqui na terra! Vou me sentir amparado neste novo trabalho estando perto daquele lugar de fé e de esperança.

(Kruger sai quando Tales se aproxima)

(...)

O texto completo pode ser lido aqui:

domingo, 24 de janeiro de 2010

Se Madonna fosse o "Chapeleiro Maluco"

Johnny Depp - Madonna - Chapeleiro Maluco, uma fusão

Desde a primeira vez que vi a foto de Johnny Depp como o "Chapeleiro Maluco" do filme "Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, percebi uma semelhança incrível dele com a Madonna. O olhar, o sorriso e, principalmente, os dentes levemente separados.
Hoje busquei na internet uma foto bem de frente de Madonna e comparei-a com a foto do "Chapeleiro Maluco" de Johnny Depp. Realmente a semelhança é enorme. Usando um programa de edição de imagens fiz uma fusão dos dois rostos - Madonna e o "Chapeleiro Maluco" e o resultado, para comparar, é o que está aí em cima.
Não alterei nada no rosto da Madonna, apenas deixei seus olhos e sua boca (da foto que aparece no meio) e mantive a maquiagem aplicada no Johnny Depp para que ele se tornasse o "Chapeleiro Maluco".

O nariz de Madonna, pelo ângulo da foto, parece ser um pouco maior que o do Depp, que tem um nariz mais delicado, me parece. A fusão foi feita colocando os dois olhos e a boca na mesma proporção nas duas fotos. Não me ative a deixar os olhos da Madonna mais próximos do original de Johnny Depp, apenas apliquei-os sobre a forte maquiagem do olho original do "Chapeleiro Maluco". Com a boca, também, deixei-a com a cor original do baton de Madonna.

Será que é mesmo muito parecido?

O primeiro livro, o primeiro disco: Alice

Livro e disco de "Alice", presente inesquecível

Eu ainda morava na cidade de Lucélia, interior de São Paulo, devia ser o ano de 1953 ou 1954. Foi antes de minha família mudar-se para o Paraná, em 1955. Ganhei, no meu aniversário de 5 ou 6 anos, um álbum colorido de "Alice no Pais das Maravilhas" com os desenhos do filme de Walt Disney e um disco (já era de um material colorido) com sua trilha sonora. Foi o primeiro livro e o primeiro disco que ganhei em minha vida. Ele ficou guardado um certo tempo em minha casa, mas, depois, minhas quatro irmãs mais novas trataram, literalmente, de fazer a tal Alice e um gato de sorriso assustador, sumirem. Tempos depois assisti ao filme. Confesso que o livro me encantou mais. Algumas cenas do filme me assustaram. Eu fiquei com um medo danado daquele gato e da tal rainha. Um terror.
Estou muito curioso para assistir ao filme do Tim Burton, prevista para chegar em março próximo e com tecnologia 3D.

Aqui uma pequena amostra do filme: