sábado, 27 de fevereiro de 2010

Viva Orlando! Morra Zapata!

Yo tengo hambre de libertad...

No dia em que Lula retornava a Cuba para o “beija mão” a Fidel e a seu irmão Raul, morria Zapata. No mesmo dia, aqui em Curitiba, eu terminava a tradução do monólogo “Noche de Verano Lejos de Los Andres... o dialogos com mi dentista”, da atriz e autora argentina Susana Lastreto, que é professora e diretora de teatro em Paris.

Antes de falar de Zapata, de Lula e dos “hermanos” Castro, um breve comentário sobre a mulher do monólogo – seria um pouco a própria Susana, como ela me revelou -, mas também, partes de outros imigrantes que foram para a França no começo dos anos 70 e com os quais ela conviveu na busca de um “destino extraordinário”.

A mulher nos conta sobre um pequeno grupo de teatro do qual ela participava e que tinha um francês que não gostava das palavras e nem de Racine, um brasileiro de nome João, professor de capoeira que financiava montagens de teatro vendendo drogas e dois atores cubanos. Lastreto desenhou os cubanos com uma acidez muito peculiar. Diz ela: Negrito Wladimir – um cantor cubano que pode escapar de seu país com as cordas vocais intactas e Beba, que passou tanto tempo escondida que já não sabe falar, porém é uma mímica genial. Até aí, parece que Lastreto quis, na sua crítica, estabelecer o perfil daqueles personagens como arquétipos construídos diante do seu olhar há mais de 30 anos bem longe dos Andes e no mesmo tempo em que conviveu com a classe artística e intelectual parisiense.

A cena narrada por Lastreto nos dá conta de uma certa noite em que ela e seus companheiros de cena apresentavam um espetáculo musical-revolucionário-bilingue e ao qual foi assistir um tal Júlio, aquele de cujo sobrenome ela não se lembra, mas que andou escrevendo algumas coisas sobre engarrafamento de carros na “auto estrada do sul” e, também, adorava brincar com o “jogo de amarelinha”. Sim, aquele Júlio imenso e de “olhos como imensas janelas negras e mãos de gigante”.

Diante de uma plateia formada por uns gatos pingados e a figura do tal Júlio, enquanto entoavam uma conhecida canção de protesto latino-americana, o francês, pragmático e desafinado, pergunta se ele, o Júlio ali presente, não seria um produtor que queria levá-lo para Hollywood. João, o capoeirista vendedor de maconha e outras cositas más, se estranha quando a mulher diz que o momento era “apoteótico”. E pergunta, apo... o quê? Que analfabeto, parece mentira, diz a mulher. Os atores precisavam se concentrar na apresentação. Beba, claro, não disse nada. Negrito Wladimir só tratou de perguntar: Será que ele pagou a entrada? Veio, então, o comentário da mulher: Negrito Wladimir, um eterno morto de fome!

Eu falava sobre a última visita de Lula a Cuba como chefe de estado brasileiro. E de toda a baboseira dele, todo deslubrado, diante do seu ídolo maior, el jefe e de su hermano Raúlzito. Lula, ao chegar a Cuba foi avisado da morte de Orlando Zapata, um dissidente cubano, um operário ou algo assim, que morreu depois de ter ficado 85 dias em greve de fome nos intermináveis cárceres cubanos. Lula, o midiático, uma grife de sucesso mundial, um ícone da esquerda convertida pelas leis do mercado, tratou de ficar na sua diante da presença de Raul e do outro Castro, aquele que vive às custas de sua própria sombra.

Sobre a morte do dissidente Orlando Zapata, Lula apenas disse que lamentava alguém morrer de fome, digo, de greve de fome, pois ele sabia o que era fazer greve de fome, quando apontava – ou quase apontava – para sua proeminente barriga. Veio, depois, com uma justificativa, aquela velha ladainha de desculpas, de que não recebera nenhuma carta oficial dos demais dissidentes cubanos para encontrar-se com eles. Queria que, antes, levassem a carta para o protocolo, para receber carimbo e fé. Lula esquecera toda sua militância. Quando era dissidente, aquele Lula em ascensão, recebeu em sua casa a visita de um chefe de estado, aquele ícone verde-oliva cucaracho, o próprio Fidel, lá pelas bandas do seu curral, digo, do seu ABC eleitoral, digo, residencial.

O que tem Zapata a ver com Negrito Wladimir e Beba, os dois atores cubanos da peça de Susana Lastreto?

Zapata, quando falou além do que podia e muito aquém do que devia, foi preso. Claro, torturado, pero no mucho. Zapata, também negro, vestia o papel de Negrito Wladimir. Não por ser negro, por supuesto. Mas por ser cubano como este. Infelizmente um dissidente cubano que não conseguiu deixar seu país com as cordas vocais intactas. Zapata também era Beba - que nome mais incrível para entrar numa história sobre Lula, não concordam? E como Beba, Zapata “passou tanto tempo escondida que já não sabe falar”, porém, poderia ter feito alguns gestos, na mímica dos desvalidos e confinados por terem ousado pensar e falar o que não é do agrado da minoria que tiraniza aquele povo sitiado por um lindo oceano e pela omissão política e intelectual de tantos românticos revolucionários.

No que, também, Orlando Zapata é o Negrito Wladimir? Nos diz Susana: um eterno morto de fome. Sendo assim, Zapata não morreu. Como assim? Não se pode matar quem já está morto, não é mesmo? No que Zapata é Beba? Diz Susana: “tanto tempo escondida que já não sabe falar...” Quem tem que viver escondido não tem como falar, se expressar, pois perde a capacidade até de balbuciar. Zapata é Beba, então.

Aquela ilha encantada e decantada em prosa e verso é mesmo uma real ficção repleta de Negritos Wladimir e Bebas. De vez em quando, porém, é visitada por um brasileiro de nome João. Um mestre capoeira, que sabe fazer meneios de corpo e se contorcer para evitar levar pernadas. Sempre sai ileso, até dizem que ele tem uma blindagem especial. João, um brasileiro real, um joão-ninguém, que na sua ficção vende drogas tão mais potentes que a maconha pernambucana, alucinógenos mais poderosos que certos chás amazônicos, muito mais fortes e destrutivas que cachaça ou rum cubano. João, aquele, adora uma birita e faz mais fumaça que gelo seco ou um legítimo “havana”. O João brasileiro vende ilusões e sonhos. De vez em quando paga, com suas bravatas, umas bolsas famílias para sustentar vários espetáculos eleitorais, digo, teatrais.

João, o analfabeto que não conhece o que seja apoteótico, domina nos palcos do mundo a encenação da beleza pelo exótico e pelo discurso enfático. João, no entanto, não se vê solidário ao Negrito Wladimir ou a Beba. Embora estejam sempre no mesmo palco para apresentarem-se no espetáculo musical-revolucionário-bilingue, João não reconhece existirem problemas insolúveis para o ex-camarada Wladimir, el Negrito, nem para Beba, la cumparsita de noches de verano lejos de Cuba. João, valentão, falastrão, capoeirista de quatro costados, não dá suporte aos lamentos caribeños. Este João, não está nem aí para o que sofrem os hermanos de Cuba. A ele só interessa valorizar a palavra que não conhece, a fumaça que ele traga e o rum que ele tanto adora. Um mojito, por favor? Después, degustar a un Montecristo 4, si?

Aos mortos, a sepultura. Aos personagens, os livros, os palcos. Viva Orlando! Morra Zapata! E Lula? Lula continua sua peregrinação pelos palcos do mundo. Como ele mesmo no seu monólogo “Noche de Verano lejos de Brasil...y cerca de mis hermanos Castro”. Arriba!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Monólogo de Susana Lastreto - Tradução

Aventura de uma imigrante argentina que chega
a Paris para "viver seu destino extraordinário"

Site francês com notícia e capa do
livro com o texto "Noite de Verão..."

Traduzi, esta semana, o monólogo "Noite de Verão bem longe dos Andes... ou diálogo com meu dentista" da autora argentina radicada em Paris, Susana Lastreto, que é diretora do G.R.R.R - Groupe Rires, Rage et Résistance, atriz e professora da Escola Internacional de Teatro Jacques Lecoq.

Susana escreveu o texto e o publicou em língua francesa em 2007 e, em 2008 fez sua versão para o espanhol. Foi a partir do texto em espanhol, que ela me enviou, que eu traduzi para o português. O monólogo conta a aventura de uma imigrante argentina que chega a Paris para "viver seu destino extraordinário" e se vê envolvida com muitos problemas - o tratamento de seus dentes, a falta de documentos, os tais papéis, a busca da felicidade, o casamento sem amor que garantiria os tais papéis, o sub emprego, o encontro com o teatro, com Cortázar e Sartre, com outros imigrantes - até um brasileiro, de nome João, professor de capoeira e que vendia drogas para financiar a montagem de espetáculos de teatro. O texto conta sobre a família na Argentina e a conversa que tem com seu dentista e com vários personagens que ajudaram a personagem a manter-se viva e lúcida.

Mais sobre Susana Lastreto e "Noite de Verão bem longe dos Andes..." (material em francês)

Aqui, uma parte inicial do texto.

Mulher

Toda a vida sonhei em fazer isto: sair do palco justamente antes do começo do espetáculo, sentar-me na plateia, assim, com vocês, - em geral há muitas poltronas vazias – (senta-se junto a um espectador) … e esperar. Ver o que acontece. Porque se vocês estão aqui sentados esperando, é que vai acontecer algo, não é?

(espera um pouco)

Porém não acontece nada! Absolutamente nada! (dá muita risada da situação e ri um pouco) E se apagarmos as luzes? Também sempre sonhei em fazer isto: dizer “apagão” e que todas as luzes se apaguem, e esperar o que acontece... Apagão!

(a sala e o palco se apagam simultaneamente)

Ah, porém é esta a melhor maneira de começar! Que maravilha! Na escuridão se pode sonhar, imaginar...

(o músico faz um som desagradável)

Ai, não, por favor, não! Parece com a broca do meu dentista, que horror! (o músico faz o som de um vento que sopra cada vez mais forte) Ah, isso sim... escutem... é o vento que sopra sobre a planície, em meu país. Imaginem uma planície imensa ao pé de picos nevados... E uma tropa de cavalos selvagens galopando com suas crinas ao vento... E nuvens fugindo, pelos brancos arranhando o horizonte...

(o músico para de fazer sons e olha para a mulher desconsolado sem saber que ruido deve fazer, já que as nuvens são silenciosas... a mulher sorri)

O trem!

(o músico, feliz, começa a fazer o ruído de um trem que se aproxima, o resfolegar da locomotiva. É um trem antigo...)

(...)

Outros textos clique aqui.




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Atormente estreia "Orégano" no Festival de Curitiba

Janaína Ferreira, André Daniel,
Pedro Ganesh e Leandro Martim


A Cia. Atormente de Teatro estréia "Orégano", em março, no Festival de Teatro de Curitiba, espetáculo de Teatro do Absurdo do dramaturgo argentino Sérgio Lobo, no Mini-Guaira.


Atuando e atormentando desde 2006, composta por atores formados pela Universidade Federal do Paraná e da Faculdade de Artes do Paraná, a companhia de teatro Atormente surge da energia de transformação de seus integrantes, pesquisadores e artistas, que acreditam em uma sociedade diferente, justa, sem preconceitos e fraterna. O nome do grupo é a junção de duas palavras: Ator, elemento que transforma e se transforma através da arte, e Mente, que nos remete a reflexão, pensamento. Atormente também significa atormentar, incomodar, fazer com que o indivíduo saia da inércia e passividade em que se encontra. O nosso trabalho, em sua maioria composto por dramaturgia própria, embora levado a sério é pautado no prazer e na ludicidade. Estamos aqui para fazer rir, chorar, brincar e por vezes causar mal estar, incômodo e inquietação. Nossa verdade absoluta é que não existem verdades absolutas. Temos consciência da transitoriedade das coisas, assim como é transitória a nossa vida sobre a Terra. Por este motivo o individualismo, o egoísmo e o preconceito não cabem em nossas ações. Pensamos no coletivo, e vivemos o coletivo.



Soda Cáustica com Farinha” (2006)

Infância que não volta mais” (2007).

A Mãe” (2007).

Fragmentos” (2008).

A Viagem de um Barquinho” (2009)

"Estatutos do Homem" (2009)


A proposta de trabalho da Companhia Atormente de Teatro mescla o entretenimento e a ludicidade, próprios da magia cênica e contempla uma perspectiva crítica, fundamentada nos princípios do teatro dialético e político, comprometidos com o combate a toda e qualquer injustiça.

Nossa opção pela presente peça justifica-se por seu caráter subversivo e questionador. Este é o segundo trabalho, em que a CIA Atormente, apropria-se da categoria subversiva para compor seu enredo e sua trajetória enquanto coletivo cênico e pesquisador. No Ano de 2006, a peça “Soda cáustica com farinha” desempenhou esta função questionadora para os espectadores adultos, experiência que transpomos e propomos para o público do Festival de Curitiba.


ORÉGANO


Orégano é, sem dúvida, um dos maiores sucessos do dramaturgo argentino Sérgio Lobo, estreou na cidade de Santa Fé em 2004 e a partir daí foram uma sucessão de apresentações em toda a Argentina. Como em outras obras, localizamos neste texto uma das principais características do autor, a irresistível atração pelo caos. Neste contexto, porém, o caos transcende à simples desordem, para atingir o “[i]limitado que antecede e teria propiciando a geração do mundo”. Orégano, é uma crítica ao autoritarismo, a futilidade a ao preconceito. Utilizando como linguagem cênica o teatro do absurdo, os personagens apaixonantes desta peça nos conduzem a reflexões profundas sobre o nosso papel na sociedade e nossas relações dentro e fora do âmbito familiar.


Sinopse do site do Festival


Orégano é uma peça inteligente de Sérgio Lobo, irreverente dramaturgo argentino.

A peça conta a história de uma família fracassada e seus vários conflitos. A Cia Atormente de Teatro através do teatro do absurdo e do humor ácido faz uma crítica a sociedade das aparências, ao preconceito e ao autoritarismo. Logo no início da peça se percebe que esta não é uma família convencional que no decorrer do espetáculo caminha para o surreal.


SERVIÇO:

"Orégano" de Sérgio Lobo

Cia. Atormente de Teatro

Datas: 17/03 - 15:00, 18/03 - 18:00, 19/03 - 21:00, 20/03 - 12:00
Gênero: Teatro do Absurdo
Preços: R$ 10,00 e R$ 5,00
Local: Mini Guaíra



FICHA TÉCNICA:


Texto: Sérgio Lobo
Direção: Camila Borges
Elenco: André Daniel, Janaína Ferreira, Leandro Martin e Pedro Ganesh
Figurinos: Concepção da Cia. Atormente
Cenários: Camila Borges
Preparação Vocal: Pedro Gonçalves
Sonoplastia: Pedro Gonçalves




Vida, história de vidas prosaicas

Giovana Soar, Rodrigo Ferrarini, Ranieri González e Nadja Naira

O novo espetáculo da CBT - Companhia Brasileira de Teatro será VIDA e vai estrear no Festival de Teatro de Curitiba, no Teatro José Maria Santos. Conheça um pouco sobre VIDA, texto de Márcio Abreu que dirige a montagem.

SINOPSE DE VIDA

Exilados numa cidade imaginária, dois homens e duas mulheres fazem parte de uma banda que ensaia para uma apresentação comemorativa do jubileu da cidade. Fechados numa sala vazia, convivem entre si e revelam comportamentos, relações, conflitos e histórias de suas vidas prosaicas, repletas de humor, sensibilidade e um sentido de transformação.

Com um argumento simples, a nova criação da Companhia Brasileira de Teatro, trás para a cena o resultado de um longo período de pesquisas sobre a obra do poeta curitibano Paulo Leminski. A peça não é a adaptação de uma obra literária, mas sim um texto original escrito a partir da experiência de leitura e de convivência criativa com os textos do autor e suas referências.

VIDA tem sua estréia nacional no Festival de Curitiba e dá continuidade ao trabalho da Companhia Brasileira de Teatro, que é patrocinada pela Petrobras.

FICHA TÉCNICA

Elenco: Giovana Soar

Nadja Naira

Ranieri Gonzalez

Rodrigo Ferrarini

Texto e Direção: Marcio Abreu

Dramaturgia: Giovana Soar, Marcio Abreu e Nadja Naira

Processo colaborativo: Giovana Soar, Marcio Abreu, Nadja Naira, Ranieri Gonzalez e Rodrigo Ferrarini

Trilha sonora: André Abujamra

Músico: Gustavo Proença

Preparação Vocal: Babaya

Iluminação: Nadja Naira

Assistente de iluminação: Mithiko

Cenário e Figurino: Fernando Marés

Cenotécnico: Sérgio Richter

Contra-regra: Rodrigo Hayalla

Ilustração: Solda

Design Gráfico: Adriana Alegria

Fotografia: Elenize Dezgeniski

Captação e edição de vídeo: Marlon de Toledo

Assessoria de Imprensa: F C Comunicação

Tradução dos textos: Anna Podlesna Guarize, Irina Starostina

Administração: Lica Capovilla

Produção Executiva: Cássia Damasceno

Assistentes de Produção: Mithiko

Estagiário de Produção: Rodrigo Hayalla

Criação e Realização: Companhia Brasileira de Teatro

www.companhiabrasileira.art.br

SERVIÇO

Mostra do Festival de Teatro de Curitiba: dias 19, 20 e 21 de março as 21h

Teatro José Maria Santos

Ingressos: R$ 45,00 e $ 22,50

Teatro José Maria Santos - 41 3322 7150

Xarope para a tosse com efeito colateral: falar o que pensam e o que sentem seus usuários

A tosse invadiu certa cidade

Um farmacêutico desenvolveu um Xarope que
tem o efeito colateral de fazer as pessoas falarem o
que pensam e o que sentem

A Cia. Ganesh deTteatro começou suas atividades em 2006 realizando trabalhos de pesquisa teatral em espaços alternativos tais como “Quarto de Hotel”, texto de Roberto Freire encenado no 15º Festival de Teatro de Curitiba em um quarto do Hotel Bristol Brasil 500 (2006) “Saída de Emergência” de Airen Wormhoudt encenada na saída de Emergência do Memorial de Curitiba na 16º edição do Festival de Teatro (2007), “Elevador” de Humberto Gomes realizada no elevador do Centro de Convenções de Curitiba na 17º edição do Festival de Teatro (2008).

O idealizador da Ganesh, Humberto Gomes, ator, diretor, pesquisador, dramaturgo e professor na área de interpretação, pós-graduado em Fundamentos do Ensino do Teatro - coleciona cerca de 40 espetáculos dirigidos em dez anos de carreira, além dos trabalhos realizados no interior de São Paulo tais como: oficinas e workshops de intercâmbios culturais pela Secretaria do Estado e Cultura e coordenação do Núcleo de Teatro do CEC Brasital na cidade de São Roque (SP).

A Ganesh tem como prioridade o público e os caminhos de como atingi-lo não só pela reflexão, mas instigá-lo a mudar parâmetros, atitudes, valorizando-o como ser humano que direta ou indiretamente possa vir a enxergar-se em cena e tornar-se melhor. Por esse motivo ela tem como foco em sua proposta de trabalho artístico os espaços alternativos, propiciando ao público esta vivência muito próxima da história.

Xarope para acabar com a tosse

É o trabalho que a Cia. Ganesh de Teatro vai apresentar no Festival de Teatro de Curitiba em março de 2010.

Sinopse do espetáculo

A tosse é o primeiro sintoma de um engasgamento crônico que invadiu certa cidade. As pessoas não conseguem verbalizar, expurgar. A epidemia se alastrou com muita facilidade, causando pânico e isolamento. Isso levou um farmacêutico desenvolver o tal “xarope para acabar com a tosse”, ele só não contava com a tamanha repercussão do antídoto muito menos com seus efeitos.

Apresentação

Estamos cada vez mais engasgados com as desagradáveis cenas e acontecimentos do dia-a-dia. Como reflexo a isso estamos cada vez mais desacreditados com a humanidade e com possibilidade de um futuro melhor. O projeto “Xarope Para Acabar Com a Tosse” aborda a seguinte problemática: O que sairia de nossas bocas se falássemos o que nos engasga?

Em uma Farmácia misteriosa, um farmacêutico desenvolveu um Xarope que tem com efeito colateral: fazer as pessoas falarem o que pensam e sentem. O resultado desse xarope será apresentado ao público na Chá e Arte, apoiadora de projetos anteriores da Cia. A loja “terapêutica” receberá o elenco de atores disponíveis a estimular o publico a falar o que pensa.
O espetáculo estréia no Festival de Teatro de Curitiba, grande vitrine de linguagens de encenação teatral com repercussão nacional.

Proposta de interatividade

O espetáculo tem como objetivo retratar a sociedade contemporânea. Pretende-se propor através da internet a participação do público na construção do roteiro. Este poderá enviar a produção do espetáculo depoimentos e histórias a respeito do que as engasga, desta forma teremos um espetáculo interativo do começo ao fim, tanto na construção das cenas, como na linguagem/forma de encenação.




Ficha Técnica

Texto/Direção: Humberto Gomes
Elenco: Airen Wormhoudt, Ana Glória Braga, George Sada,Gustavo Saulle, Luiz Brambilla, Simone Hidalgo.
Diretor de Produção: Adriana Madeira
Assistente de Produção: Ana Glória Braga
Figurino: Adriana Madeira
Cenário: Humberto Gomes
Assessoria Vocal: Cinthya Giuliana
Assessoria Corporal: Airen Wormhoudt/Simone Hidalgo
Assessoria Psicológica: Marcio Vegas
Assessoria de Imprensa: Gustavo Saulle

Estamos disponíveis para qualquer esclarecimento.

Cia. Ganesh de Teatro

ciaganesh@gmail.com

Gustavo Saulle – Assessor de Imprensa - 9932 4436

Adriana Madeira – Produtora - 9141 9165

Ana Glória Braga – Assistente de Produção - 8807 0661


Notícias do Damaceno e da Oficina de Dramaturgia

Aqui, as mais recentes informações do Damaceno

O Marcos Damaceno enviou e-mail para o grupo do Núcleo de Dramaturgia SESI Paraná, assim:

Caros,
Informo em que pé estão alguns projetos:

- Rádio-Teatro: Agradeço as "pílulas" enviadas. Depois de uma série de reuniões com a Lumen, ficou acordado em se produzir uma sequência de 9 episódios, baseados no texto Como se eu fosse o mundo, do Paulo Zwolinski. Após esta primeira experiência será analisado a possibilidade de novas parcerias entre o Núcleo e a Lumen.

- Oficinas no interior: Por hora o projeto está em suspenso. Mas irá se concretizar. Devo dar andamento a está idéia no mês de março.

Estou com todos currículos enviados e devo retornar sobre o assunto em breve.

- A lista da turma avançada sairá na próxima semana.

Desculpem a demora, ou mesmo falta, em dar retornos.

O Pretto estará junto na produção do Núcleo a partir de agora (além de também estar fazendo a assistência de direção da montagem)

Então, qualquer coisa, prettogaliotto@hotmail.com;

Abs
Damaceno

OUTRO E-MAIL DO DAMACENO

Rogério,

Os ensaios da peça do Paulo já estão acontecendo, de segunda a quarta aqui em casa. (*)

Sobre as leituras cada diretor é responsável pelos ensaios e eventual produção.

Abs
Damacenno

(*)Damaceno se refere a peça Como se eu fosse o mundo, do Paulo Zwolinski que será encenada durante o Festival de Teatro de Curitiba. As leituras são dos outros cinco textos produzidos pela Oficina de Dramaturgia e que serão apresentadas também no período do FTC.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Inesquecível! Márcio Abreu fala do evento em Paris

Claire Lapeyre-Mazerat e Nadja Naira: Leminski em duas línguas

Leminski é saudado em "bleu, blanc et rouge"
e pelas cores de nossa bandeira.
À esquerda (de verde), Rodrigo Ferrarini, Erica,
Caroline (com a camiseta da bandeira do Brasil)
Ranieri González e Adrien.


Márcio Abreu enviou-me um e-mail e comentou, rapidamente, sobre o evento realizado no sábado, dia 20 de fevereiro, na Maison de la Poésie, em Paris, quando ele e os atores da CBT - Companhia Brasileira de Teatro - Ranieri González, Nadja Naira, Giovana Soar e Rodrigo Ferrarini, em conjunto com o diretor Thomas Quillardet e atores da Compagnie Jakart - Mugiscué, apresentaram o espetáculo "Distraídos, Venceremos" (Distraits, Nous Vaincrons), com textos de Paulo Leminski.

A mensagem do Márcio Abreu:

"O evento foi inesquecivel. Cerca de 20 atores dizendo textos do LMSK por todo o espaço do teatro, dizendo em duas linguas, cantando, recriando, enfim... diversas formas de "traduçao" e de cenas. O publico respondeu de maneira entusiasmada. Casa lotada, gente pra fora. Uma celebraçao que foi até às 3 e meia da manha, com uma rave no palco da Maison de la Poésie."

Ao retornarem a Curitiba, neste final de semana, Márcio Abreu e os atores da CBT retomam os ensaios da peça "Vida" que será apresentada no Festival de Teatro de Curitiba.