domingo, 10 de abril de 2011

"Um Lugar Estratégico", tradução de texto de Gracia Morales, autora espanhola

A ponte é um lugar estratégico que faz voar fora da realidade.
Conclui, na tarde de sábado, dia 9 de abril, a tradução do segundo texto - Um Lugar Estratégico - que me foi enviado pela professora, atriz e autora espanhola (de Granada) Gracia Morales. O texto ganhou, na Espanha, o prêmio Miguel Romero Esteo, em 2003.

Um Lugar Estratégico

O texto trata do encontro, numa ponte que se divide por uma linha fronteiriça e que separa duas comunidades inimigas, de um casal pertencente a estas duas comunidades e que chegam a esse lugar proibido e símbolo do rompimento da guerra e que estabelece um diálogo cheio de desconfiança, receio e rancor sobre o outro, fruto do isolamento e do desconhecimento mútuos.

O leito do rio está seco e o desejo de que volte a levar água, representa a esperança de mudar a situação. Se enfrentam otimismo e ceticismo nas posturas de ambos personagens, também a agressividade, representada pela mulher, frente ao desejo conciliador do homem. Estes sentimentos se intercambiam ao longo do texto.

A ponte é apresentada como "um lugar estratégico" que faz voar (sonhar) fora da realidade ou, pelo menos, fora de uma série de regras estritas e preestabelecidas; um lugar simbólico (o simbolismo joga um papel primordial na linguagem dramática do texto) onde o tempo passa de outro jeito, numa espécie de torvelinho que comunica passado, presente e futuro, testemunha de todas as guerras e sobrevivente delas. As feridas de guerras passadas, que ameaçam constantemente com a possibilidade de voltarem, são difíceis de cicatrizar, porém falar sobre elas é um primeiro passo, cheio de esperança.

O casal protagonista mostra as intervenções de outros casais no mesmo espaço, porém em tempos diferentes: no passado, um casal de soldados inimigos com a missão de explodir a ponte; no futuro, um casal de adolescentes apaixonados simboliza a possibilidade de que algo está mudando. Toda a história aparece atravessada pela rítmica intervenção de uma personagem, a Andarilha, que não pertence a nenhum lugar, não conhece fronteiras e transita como quer pela ponte, cruzando fronteiras espaciais e temporais. À margem de regras, tenta pescar, porém só consegue pescar no rio botas de números e cores distintas, que não formam nunca um par, até que... o vento começa a mudar.

O texto

As pessoas interessadas em lerem "Um Lugar Estratégico" poderão solicitar o texto pelo e-mail:
rogeriobviana@yahoo.com.br

Ele será enviado no formato PDF.

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