terça-feira, 26 de julho de 2011

Orinoco estreia no Novelas Curitibanas




ORINOCO

Considerado o pai da dramaturgia contemporânea mexicana, Emílio Carbalido tem seu texto “Orinoco” encenado pela A Armadilha - cia. de teatro.

A peça conta a história de duas vedetes de variedades chamadas Mina e Fifi. As duas viajam a bordo do barco cargueiro Stella Maris para cumprir um contrato num campo petroleiro às margens do Rio Orinoco, na Venezuela. Entre ensaios dos números musicais e algumas discussões, elas se dão conta de que a tripulação sumiu.

Fifi é a representação máxima do sonho e do otimismo, enquanto Mina - mais madura e experimentada - é amarga em relação à vida e as perspectivas de futuro e sempre puxará Fifi para um sentido de realidade, uma vez que seus sonhos foram aniquilados.

Orinoco é, por várias razões, a metáfora da dialética de qualquer ser humano. Todos travamos uma dura batalha entre a esperança imaginativa que nos diz que tudo é possível e o sentido de realidade que nos assenta os pés no chão.

A peça possui em sua estrutura, um drama individual (das duas vedetes à deriva) e um drama coletivo (que pode se abrir para os artistas desempregados, para uma classe social ou até mesmo para os países latino-americanos). É neste ponto que se baseia a adaptação. Dentro deste texto, por vezes cômico, por vezes poético, se encontra um forte viés político - longe de tratar de geopolítica especificamente, mas de uma noção contemporânea de política. A dialética das duas personagens entre utopia e realidade se apresenta na própria proposição do espetáculo - duas artistas sendo transportadas como carga. A arte e o ser humano tratados como mercadoria. Ao longo da peça, Fifi e Mina discutem sobre que tipo de show elas irão realizar e a que tipo de performance elas estão dispostas a fazer. Carballido expõe as barbaridades do mundo pós-moderno na medida em que discute a dignidade, a esperança, o direito à esperança, o papel da arte, o respeito ao artista e o poder acachapante do mercado.


Texto: Emilio Carballido
Direção: Diego Fortes
Elenco: Maureen Miranda e Raquel Rizzo
Direção Musical: Gilson Fukushima
Trilha Original: Josemar Artigas
Músicos: Carlos Miranda, Josemar Artigas e Val Ofilio
Direção de Movimento: Eliane Campelli
Iluminação: Erica Mityko
Figurinos: Maureen Miranda
Cenário: Sérgio Richter
Produção: Erica Mityko
Realização: A Armadilha


Teatro Novelas Curitibanas
28 de julho a 28 de agosto
de quinta a domingo: 20h
entrada franca

Maureen Miranda e Raquel Rizzo, em Orinoco

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