quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O ceguinho da esquina - um exercício de criação

Rodrigo Luciani e Ana Júlia
A quarta dupla de alunos do curso de Letras da UTFPR enviou-me o texto que produziu no nosso encontro do dia 01 de novembro, durante a aula com a professora Maurini Souza.

O texto tinha que conter detalhes fornecidos pelos outros colegas com relação a personagens, situações, locais, temas, objetos, ações. E o texto, é óbvio, tinha que sair com uma certa dose de "non-sense". O politicamente correto, é claro, não poderia ser considerado. Mas alguém escreve literatura ou dramaturgia com boas intenções?

O texto é dos alunos Rodrigo Luciani e Ana Júlia:

Em um banheiro químico, numa micareta, numa tarde chuvosa a moça está presa lá dentro, gritando por socorro.
Quando por ali passa um menino correndo e ouve o pranto da garota. Ele, percebendo o que se passava, tenta deseperadamente abrir a porta, mas não consegue.
Então ele corre para buscar ajuda.
A única pessoa que encontra é Nabuco Silveira, o ceguinho da esquina, baixo e forte, na altura dos 35 anos, belo e ajeitado.
O cego e o menino tentam abrir a pora, mas não conseguem. O menino revoltado grita: "Seu cego inútil, volta pra sua esquina engraxar sapatos, nem pra abrir uma porta você serve!", ao que o cego responde "Vai se foder, moleque mal educado" e vai embora.
De repente, a gritaria no banheiro silencia enquanto a chuva ainda caía lá fora. E a menina agora estava em um jardim bem cuidado, com roseiras, azaleias, uma cadeira de balanço quebrada e um banco de braça ao lado. A garota trajava um vestido branco e tinha um fio de nylon decorado com miçangas no pescoço. Mas, antes de dar seu último suspiro, ainda ouve o garoto gritar: "Esqueceu os óculos escuros, seu cego viado!"



Nenhum comentário:

Postar um comentário