segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Tempo das Águas", um tempo de chuva, de livros e de lembranças

Na fala da Jovem: Não... Agora meu pai se foi debaixo da água...
Terminei de traduzir o sexto texto da autora argentina Patricia Zangaro: "Tiempo de Aguas". É uma peça de teatro onde duas mulheres - uma velha e uma jovem - falam de coisas relacionadas ao passado, à leitura de livros, à escrita. Falam da impossibilidade de atravessarem para o outro lado de um vale que está inundado por uma chuva, uma tempestade, que pode durar mais de cinco anos. Deste lado, as duas sozinhas. Do outro, o que deixaram - famílias, amores, dores, pesares, lembranças, o que é bom e o que sempre foi ruim, muito ruim.
A tradução de "Tempo das Águas" poderá interessar a alguém. A mim, interessou muito. Além da tradução em si, do ato de encontrar as palavras corretas e da emoção exata de cada frase e intenção das duas personagens, "Tempo das Águas" mexeu comigo por se tratar de um assunto sempre presente em minha vida. A perda de alguém importante logo após você - no caso eu - ter lido um livro. Há exatos 40 anos - foi no dia 27 de maio de 1971 - que perdi meu pai, então com 49 anos, que morreu logo após eu ter lido para ele um trecho de um dos seus livros preferidos: "Sermões", do padre Antonio Vieira.

Quem se interessar pela leitura de "Tempo das Águas" pode solicitar que enviarei o arquivo em PDF.

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