quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Manson Superstar - Últimas apresentações no "Novelas Curitibanas"

Andrew Knoll concorre como melhor ator ao
troféu "Gralha Azul" como Charles Manson

MANSON SUPERSTAR conta a história de Charles Manson que em 1969 ordenou que um grupo de jovens seguidores matasse a atriz Sharon Tate, grávida de oito meses e meio do diretor Roman Polanski. A história que chocou o mundo todo quarenta anos atrás é resgatada pela Vigor Mortis por suas inúmeras peculiaridades. “Quanto mais você pesquisa sobre a história da ‘família manson’ , mais você quer investigar”, afirma o diretor Paulo Biscaia Filho, “E de fato existem dezenas e dezenas de documentários e livros sobre o assunto. E o que desejamos montar é um documentário cênico. Uma peça-documentário-musical”. Quem se assustar com a palavra “musical” na expressão, não pense que a Vigor Mortis está se deslocando completamente de gênero. A música entra nesta peça de formas curiosas. “Não estamos fazendo um musical per se. Ou seja, algo onde a música vem de uma dimensão imaginária. Aqui a música entra fazendo parte da cena. Manson queria ser um músico de sucesso e a música está sempre presente em sua vida. Não só não quisemos ignorar este aspecto, mas também desejamos potencializar algo que poderia dar uma nova imagem a esta história.”


Além da música, a peça traz outro elemento incomum: os personagens falam em inglês com legendas em português. “Há poucas falas”, diz o diretor, “a maior parte do que é ‘dito’ , é ‘cantado’, mas o que não é cantado deveria ter a sonoridade do ambiente. Por isso optamos por manter a língua original do material. As palavras não são tão importantes quanto a atmosfera neste caso. Existem citações célebres de Manson, é fato, mas isso pode ficar para o público pesquisar depois do espetáculo. Seria um pleonasmo a gente trabalhar estes elementos aqui.”



Quem mais tem textos é o ator Leandro Daniel Colombo (De “Cachorro Manco Show”, “Morgue Story” e vencedor do Troféu Gralha Azul por “Pincéis e Facas”) que interpreta o cineasta Roman Polanski, que voltou às manchetes recentemente por conta de sua apreensão na Suiça e possibilidade de extradição para os EUA para ser julgado e preso por ter mantido relações sexuais com uma garota de 13 anos em 1978. Andrew Knoll (ator do premiado curta “Com as Próprias Mãos” e da montagem “Jesus Vem de Hanover”) encarna o carismático e assustador Manson em uma interpretação onde ele literalmente canta, toca, dança e representa. O elenco ainda tem Carolina Fauquemont como Sharon Tate, Wagner Corrêa como Jay Sebring (o ex namorado de Sharon que também foi assassinado junto com ela), e os integrantes da ‘família manson’ Tex Watson, Patricia Krenwinkel, Leslie Van Houten e Susan Atkins que são interpretados respectivamente por Marco Novack, Ana Clara Fischer, Michelle Pucci e Rafaella Marques. O cenário é de Paulo Vinícius e a produção é de Tânia Araújo.


IDOLATRIA


“Essa história me persegue literalmente desde que eu nasci.”, elabora Biscaia, “Tate estava grávida de oito meses e meio no dia em que foi morta, 9 de agosto de 1969. Eu nasci vinte dias depois. Sempre fiquei fascinado com a história. Em como esses garotos se deixaram levar por um líder como Manson. Em um dos testemunhos Atkins diz que não havia limites para o que ela faria por ele. E foi isso o que aconteceu. Eles mataram pessoas sem absolutamente nenhum motivo e com requintes de crueldade. Escreveram com o sangue das vítimas e desferiram um quantidade absurda de facadas. Só Sharon Tate recebeu 16 facadas, mas seus amigos receberam mais de 50. De onde vem essa idolatria? Que necessidade é essa de idolatrar alguém e fazer tudo o que fossem comandados a fazer?”.


MANSON SUPERSTAR é uma peca que fala exatamente sobre isso : a necessidade de ídolos. O próprio Manson teve como justificativa das mortes uma música dos Beatles (os mesmos que disseram que eram mais populares de Cristo). A canção Helter Skelter, foi interpretada por Manson como uma profecia de uma guerra racial que faria com que todas as guerras terminassem. A sua ‘família’, um grupo de jovens hippies que na maioria fugiram de casa para se juntar a comunidade de Manson, acreditou piamente na tal profecia. “É por isso que a peça tem essa estrutura não de musical, mas quase como de um show de rock. Não importa a qualidade ou a verdade do que o rockstar faz, seus fãs o idolatram cegamente”, explica Biscaia.


As músicas da peça incluem não apenas composições do próprio Charles Manson, como também canções da época e outras mais contemporâneas. “Na seleção musical, não me preocupei com verossimilhança cronológica, mas com o sentido das letras e a atmosfera da música. Para se ter uma idéia eu já começo a peça com um clássico da banda punk Dead Kennedys”.


NOVOS TERRENOS


“O melhor de MANSON SUPERSTAR para mim e a Vigor Mortis é que estamos entrando em novos terrenos. Esta peça não tem nada a ver esteticamente com outras montagens nossas. Para início de conversa, não tínhamos um texto no sentido formal do texto teatral. Eu já escrevi e dirigi textos tradicionais diversas vezes e estava querendo tentar algo diferente. Começamos fazendo uma pesquisa aprofundada da história de Manson/Tate e depois o elenco estava com repertório de sobra para propor cenas. O que eu fiz foi amarrar estas propostas em um roteiro dentro de uma proposta estética com parâmetros claros. No entanto pode-se dizer com certeza absoluta que esta é uma peça ‘de companhia’ e não ‘de diretor‘, se você tem a necessidade de rotular desse forma. O que mais importa é que a Vigor Mortis está se arriscando por outras linguagens e com isso a gente vai aprendendo e amadurecendo. Isso é gratificante a todos.


MANSON SUPERSTAR é realizada com recursos do Fundo Municipal de Cultura através do Edital de Programação do Teatro Novelas Curitibanas da Fundação Cultural de Curitiba.


Últimas apresentações nesta semana no Teatro Novelas Curitibanas

Quinta à Sábado 21h e Domingo 19h.

O Ingresso é uma lata de leite em pó.

NÃO PERCA. CHEGUE CEDO AO TEATRO

Indicação de MELHOR ATOR para Andrew Knoll para o Troféu Gralha Azul.

Direção Paulo Biscaia Filho
Direção Musical :Gilson Fukushima
Produção : Tânia Araujo
Iluminação : Wagner Correa
Cenário e Figurinos: Paulo Vinicius
Adereços:Thiago Di Giovanni
Arte do Cartaz: José Aguiar
Foto : Andrea Paccini

Estrelando:

Andrew Knoll - Charles Manson
Leandro Daniel Colombo - Roman Polanski
Carolina Fauquemont - Sharon Tate
Wagner Correa -Jay Sebring
Michelle Pucci -Leslie van Houten
Marco Novack - Tex Watson
Rafaella Marques- Susan Atkins
Ana Clara Fischer -Patricia Krenwinkel

Impróprio para menores de 18 anos

MAIS INFORMAÇÕES:


Teatro Novelas Curitibanas

Rua Carlos Cavalcanti,1222
São Francisco
Telefone: (41)3213-7525

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