"Se o dramaturgo não escreve todos
os dias, está morto", diz Caballero
O autor venezuelano Néstor Caballero escreveu um diário, em julho de 2003, e narrou com poesia e bom humor, o que enfrentou para ver, literalmente, novamente a dramaturgia no seu dia-a-dia.
Ele é o autor do texto - De onde vem a Dramaturgia? - publicado na edição 25 (2004) da Revista Teatro CELCIT, publicada na Argentina. Fiz a tradução e foi divertido ver os caminhos que Néstor teve que percorrer para ter a dramaturgia ao seu lado. Uma coisa é certa, e antecipando o que ele escreveu: "Para viver, tem que escrever. Deve-se escrever sempre, todos os dias, mesmo que seja uma linha, uma frase. Se o dramaturgo não escreve todos os dias, está morto".
Aqui, o começo do diário:
De onde vem a Dramaturgia?
(dramaturgo venezuelano)
Como bordado em fio de ternura chega o mês de julho. Olho pela janela e não vejo, o dia é como um bater de asas de avezinhas luminosas.
A dramaturgia deixa palavras faladas no ar, para que todos as escutem, as vejam, as apalpem, as respirem, as saboreiem e, por que não, as cuspam se for preciso.
O cerne da dramaturgia é a alma. Se a literatura dramática não tem sua raiz na alma, a palavra, na dramaturgia, murcha.
Escrever teatro é atravessar aros de fogo. A alma se purifica, é verdade, porém o corpo, esgotado, fica em dívida, consumido.
Quem quiser o texto integral, acesse-o aqui. Para comentá-lo, envie-me e-mail para
rogeriobviana@yahoo.com.br
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