Quando Lewis Carroll (pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson) acertou com o editor Alexander Macmillan, em 1864, para publicar o livro “Alice no País das Maravilhas”, discutiram quem poderia ilustrar o livro, cujo original tinha desenhos do próprio Lewis. Foi apresentado a ele o ilustrador da revista Punch, John Tenniel. Era o estilo de desenho que ele desejava. O livro inicial tinha outro título, menos páginas e Lewis, ao conversar com Tenniel decidiu amplia-lo, mudando, de imediato o seu nome de “As Aventuras de Alice sob a Terra” para “Alice no País das Maravilhas”, com o dobro das páginas iniciais.
Lewis levou a sério a idéia de ampliar seu livro. Foi assim que “a história do Rato ficou bem diferente, o Chá Louco não existia antes e a cena do julgamento, no final do livro, que ocupava duas páginas na primeira versão, foi transformada em dois capítulos de 26 páginas”, segundo revela Morton N. Cohen, autor de “Lewis Carrol – Uma biografia”, publicado pela Editora Record em 1998 (669 páginas). O exemplar eu comprei numa liquidação das Livrarias Curitiba, bem baratinho, no ano passado.
Os primeiros dois mil livros que foram publicados em junho de 1865 não agradaram nem a Lewis nem a Tenniel. Mesmo arcando com o prejuízo de
A venda foi espantosa. Em 1898, ano da morte de Lewis Carrol, a Macmillan colocara no mercado mais de 150 mil exemplares de “Alice no País das Maravilhas” e mais de cem mil de “Alice Através do Espelho”, a continuação da saga daquela menina aventureira.
Tenniel fazia "cartoons" políticos na revista inglesa Punch. Ele obrigou Lewis Carrol a eliminar um capítulo do livro "Alice Através do Espelho" porque, ao tentar ilustrá-lo, decidiu que "um marimbondo de peruca é algo que está completamente fora do domínio da arte", segundo Cohen.
O filme de Tim Burton chega ao Brasil no próximo mês. Em recente entrevista, Tim Burton diz que seu “Alice” não é uma alegoria sobre a volta à infância, nem um filme para crianças. Para ele, o interesse é explorar histórias nas quais os personagens compreendem a vida a partir de um ponto de vista novo e estranho. Assim, Burton interpretou os personagens de Lewis Carrol com esse “novo e estranho ponto de vista”. Os personagens de Burton no filme nasceram da leitura do diretor sobre os desenhos originais de Tenniel, respeitando o espírito dos personagens que se transformaram em autênticos ícones.
INFORMAÇÕES ÚTEIS
(ou guia para quem é mais curioso do que eu)
Pesquisei sobre o livro com a biografia de Lewis Carroll e o site da Livrarias Curitiba indica que o preço agora é sob consulta.
Aqui, um pouco sobre o livro de Morton N. Cohen editado pela Record.
Sobre John Tenniel e suas ilustrações da primeira edição de "Alice No País das Maravilhas", veja aqui.
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