
No Aeroporto de Piracicaba: Rogério Viana, José Mindlin (então Secretário de Cultura do Governo de São Paulo), Adilson Maluf (de costas, então prefeito de Piracicaba) e Luiz Antonio Lopes Fagundes (Fagundinho), Diretor da Coordenadoria de Turismo de Piracicaba (agosto de 1975 - Piracicaba - SP)

No II Salão de Humor - Claude Moliterni (Ed. Dargaud - França),
Zélio, Fagundinho e Rogério Viana (agosto de 1975 - Piracicaba - SP)

No II Salão de Humor - Antonio Roberto Cera, Zélio, Fagundinho
e Rogério Viana (agosto de 1975 - Piracicaba - SP)
O primeiro Salão de Humor de Piracicaba (1974) nasceu de uma idéia do jornalista e bancário Antonio Roberto Cera, o Cerinha e foi, digamos assim, apropriada pelo professor e funcionário da Secretaria Estadual de Educação, Alceu Marozzi Righetto. Mesmo sendo o autor intelectual da idéia, Cerinha não participou da organização efetiva do primeiro salão. Ambos eram colaboradores do falecido jornal "O Diário" (Piracicaba). Alceu, com o apoio do mesmo Fagundinho, em meados de 1974 foi com outros piracicabanos (dentre eles o Adolpho Carlos Françoso de Queiroz, o Adolfinho) para o Rio de Janeiro, onde buscaram apoio com o pessoal do jornal "O Pasquim" - Ziraldo, Jaguar, Millôr Fernandes, e outros. Meses depois, acontecia no prédio de um antigo banco, na praça central de Piracicaba, o primeiro Salão de Humor de Piracicaba e que tinha como cartaz, uma ilustração do Zélio.
O apoio de Mindlin ao II Salão de Humor de Piracicaba, através de verba da Secretaria de Cultura do governo paulista, foi importante e graças a ele, mesmo naqueles anos "bravos" onde imperava uma forte censura à imprensa - quase não existiam cartunistas, chargistas e caricaturistas na imprensa brasileira da época - Mindlin acreditou na iniciativa dos piracicabanos e o mais importante Salão de Humor da América Latina, um dos mais importantes do Mundo pode, hoje, comemorar sua 37a. edição em agosto de 2010. O inestimável apoio de Mindlin ao Salão de Humor de Piracicaba, infelizmente não foi destacado num livro (vejam só!) que registrou os 30 anos daquele salão e que foi produzido pelo Paulo Caruso e com apoio do Governo de São Paulo (Gestão do Geraldo Alkmin). Uma importante presença no II Salão de Humor de Piracicaba foi a do escritor e editor Claude Moliterni, da editora Dargoud, da França.
A morte de José Mindlin, ocorrida ontem, em São Paulo, é uma grande perda para a cultura brasileira, mas o legado que ele deixou vai muito além da maravilhosa coleção, a biblioteca inteira que ele formou e que, há pouco tempo doou para a USP. Mindlin deixa como maior herança, não os mais de 40 mil volumes que ele colecionou a partir dos seus 13 anos (foram mais de 82 anos colecionando livros), e sim o que é fundamental, o amor incondicional ao livro.
Mindlin sempre foi um homem de visão. O que ele apoiava dava certo. Foi assim com sua biblioteca, depois com sua empresa - a Metal Leve - coincidentemente uma empresa nascida de um ramo da grande indústria de pistões Mahle, na Alemanha e cujo herdeiro - Ernst Mahle - que não tinha vocação para os negócios da família Mahle, no começo dos anos 50 mudou-se para São Paulo para estudar composição e regência com H. J. Koelheutter e acabou casando-se com Cidinha Pinto Mahle, sua colega de estudos de música em São Paulo e com a qual fundou, em Piracicaba, a Escola de Música de Piracicaba, instituição que hoje está vinculada à Universidade Metodista de Piracicaba - Unimep. Os Mahle venderam a Metal Leve para Mindlin e ele a consolidou como grande empresa brasileira na produção de peças (pistões) para automóveis.
O salão de humor foi criado, idealizado e realizado por Alceu Marozi Righetto, e se não fosse ele, muitos ajudaram, mas se não fosse ele, talvez o Salão não tivesse sequer saído do papel... Alceu também foi o criador da banda do bule, e, foi o único em Piracicaba a chamar para ele a responsabilidade de terminar a construção do Teatro Municipal da cidade, considerado por todos como um "elefante branco". palmas para Alceu... O resto é tudo papagaio de pirata !!!
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