segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

2010 está aí. A borboleta vai logo voar?


Hoje é o quarto dia do ano de 2010. Uma segunda-feira. Daqui a dois dias - dia de Reis - temos que desmontar os presépios. Os presentes que ganhamos no natal passado já é passado. O que ganhamos, agradecemos. O que imaginávamos ganhar mas não nos foram dados, melhor é esquecer. Nada de lamentar o que não veio, nem chegou como esperado. Cada coisa no seu tempo. E o tempo, a partir dessa primeira segunda-feira do ano da graça de 2010, é de uma nova espera. Diz um ditado que "quem espera sempre alcança". Então é melhor continuar esperando. Esperando o trem, esperando vem, esperando, esperando. O que o futuro nos reserva? Uma contínua esperança? Uma espera imorredoura? Uma fé que não se abate? Um desejo que permanece? Diante disso tudo, para mim, uma certeza: continuar o trabalho, não esmorecer, perseverar (esse é um termo bem cristão, não é?). Insistir, digo eu. Teimar. Continuar a dar a cara para bater. Não se abater em cada percalço. Levantar, cair de novo, tirar a poeira. Olhar para o objetivo. Seguir em frente. Insistir, teimar, novamente dar a cara para bater. Não se abater por pouco. O muito que for nunca será suficiente para derrotar quem acredita no poder de sua teimosia. Vocês poderão perguntar: Vale a pena insistir? Teimar vale a pena? Continuar mesmo quando tudo se apresenta igual e difícil? Não sei se eu tenho uma receita para minha inabalável certeza de que algo diferente poderá acontecer em breve. O em breve, eu sei, eu sei, nem sempre é tão breve assim. Mas se eu desistir, será que ficará melhor? Não, não creio que fique melhor se eu deixar de acreditar em mudanças, em uma transformação que teima em não vir. O tempo meu não é o tempo de uma borboleta. Pode ser que, ainda crisálida, a borboleta pense que já se passaram quase 100 anos e ela ainda lá, uma massa disforme, um vôo que parece nunca ser possível. Mas ela fica lá, na espera. Ciente de que o tempo é tão lento, vem tão arrastado e nunca vem aquela hora em que ela, pela força da natureza, deixa aquela casca toda enrugada e feia para ganhar asas belas e coloridas e, num instante, começa a voar junto a milhares de outras borboletas como ela. Mas se ela é uma borboleta igual a tantas, o que vale, então, a longa espera? O que vale para a borboleta não é ser parecida, idêntica a outras milhares de borboletas. O que vale é que ela, única, mesmo com as mesmas cores, com o mesmo formato, com a mesma delicadeza, soube esperar, como nenhuma outra, o momento de sua mudança. E mudada, soube como ninguém, abrir suas asas e voar. Livre, sem nada para impedir que ela subisse, subisse, subisse. E olhasse, lá de cima, aquele mundo onde ninguém podia imaginar que ela ia enxergar de um jeito tão particular, tão seu, tão desafiador.

Um comentário:

  1. Belas palavras...
    O maior encanto da borboleta é a capacidade de transformação.
    Sejamos como ela, a cada instante, a cada momento da vida.

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