Revista de teatrología, técnicas y reflexión sobre la práctica teatral iberoamericana Editada por el Centro Latinoamericano de Creación e Investigación Teatral, CELCIT SEGUNDA ÉPOCA / AÑO 18 / NÚMERO 35-36 / 2009 / ISSN 1851-023X
Apresento, aqui, parte do texto e quem desejar receber a versão integral (são 10 páginas), poderei encaminhar aos interessados por e-mail. A versão está no formato PDF.
O entretenimento morreu
Sobre Teatro, o Espectador e a Besta
Por Gustavo Ott
Tradução de Rogério Viana
Um aluno pergunta a seu mestre, segundo Zen: A gente sofrerá muito quando se acabar o mundo? E o mestre responde: “A maioria não sofrerá, porque neste momento, quase todos estarão falando de Filosofia”. Então, o aluno, surpreso, indaga: “E o resto?” “O resto passará muito mal – continuou o mestre – porque estarão discutindo sobre Religião e Política”. “E os que não discutem nem falam nada?”, inquiriu finalmente o aluno. Então, o mestre abriu os olhos e com preocupação respondeu: “Esses, temo, sentirão a Dor Maior; sentirão a Grande Dor; a Dor Indescritível”.
Como Badoiu, quero crer que há um período no final do século XX que podemos chamar como de Restauração. Começou ao final da Renovação ou Revolução dos anos 60 e abarcou os 70, 80, e grande parte dos 90 impondo credos em economia, as relações com o poder e os movimentos artísticos, declarando, entre outras coisas, impossíveis as utopias, o fim da história e a glorificação do preceito. No teatro vivenciou a cena como espetáculo; a palavra estava morta e uma imagem, se dizia, valia mais que cem tomos de livros. Na Restauração teve fim a Guerra Fria e Fukuyama assim pode gritar que “a história havia terminado”.
Começou o Entretenimento – antes distração – em direção a uma proposta visual “com alma” e dali ao mundo das sensações e sentimentos pessoais profundos num evidente triunfo dos valores da classe média, que era, julgávamos, a base do nosso público. Um público sugestionado para si mesmo, coração e mercado para o melhor e o pior de nossa obra. Foi a beatificação de Hauser, a ideologia individualista, a ação do protagonista pelo sentido do poeta. Foi nos dito, desde os mestres mais cultos até os improvisados, que escrever era, fundamentalmente, criar personagens e contar histórias. E quase nada mais.
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