quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cinco Cafés e Algumas Gotas de Afeto

Defeitos... cafés com defeitos nunca dão
boas bebidas. Grãos com defeitos, mesmo em cafés
de boas regiões, nunca dão boas bebidas.

No meu texto "Cinco Cafés e Algumas Gotas de Afeto", alguns encontros.

Cafeteria. Uma mulher vai ao encontro de um homem que seguiu um roteiro definido por ela para encontrá-la. É um tipo de jogo, um desafio, uma fuga da rotina ou o encontro de duas pessoas que se descobriram tão diferentes e incompatíveis. Quem deve submeter-se aos caprichos do outro. Cafeteria. Uma jovem espera pelo namorado. Eles se encontram. O café é o ponto de encontro e de discórdia. Cafeteria. Um homem fala do seu prazer pelo café e da impossibilidade que tem de experimentá-lo. E é através do café que ele identifica os potenciais e os talentos das pessoas. Cafeteria. Uma mulher e um homem se encontram, se reencontram, descobrem o que tem em comum e o muito que um nada tem a ver com o outro. Cafeteria. São várias, são cinco. E tantas histórias e personagens que aparentam ser o que não são e são o que aparentam não ser. Personagens: Dois homens e duas mulheres, um homem e uma mulher são jovens.

Uns diálogos da Cena 3:

Rubens – Fazia tempo que não nos encontrávamos!

Débora – Sim, a última vez foi naquele café...

Rubens – Desde então, como tem sido sua vida?

Débora – Desde então, tem sido diferente e a sua?

Rubens – Sua, sempre a sua?

Débora – A minha, sim, sempre a minha...

Rubens – Você não se preocupa com os outros?

Débora – Outros olhares, outras configurações do meu olhar

Rubens – Olhar para você e não reconhecer mais aquela mulher

Débora – Mulher, sinto-me outra mulher, mais forte...

Rubens – Forte como o café que você sempre gostou?

Débora – Gostou? Que nada... continuo gostando de novas combinações, sabores...

Rubens – Sabores é tudo o que lhe interessa...

Débora – Interessa sabores, lugares, cheiros, desafios, provocações...

Rubens – Provocações que você inicia e que, depois, desiste... só insinua e nada!

Débora – Nada do que foi será como agora...

Rubens – Agora é um tempo onde você não vive, não permanece. Está, depois não está mais,como se fosse apenas uma breve passagem.

Débora – Passagem, chegadas, partidas, malas, embarques, desembarques, destinos, e o mesmo roteiro de ir e vir, de estar, não permanecer

Rubens – Permanecer é difícil para quem não se vê real, nem se acredita íntegro...

Débora – Integro uma entidade onde seus membros são íntegros, todos. Íntegros na sua diversidade, nos seus estilos, manias, defeitos, sim, defeitos...

Rubens – Defeitos... café com defeitos nunca dão boas bebidas. Grãos com defeitos, mesmo em cafés de boas regiões, nunca dão boas bebidas.

Débora – Fiquei embebida com as novas combinações de sabores que a vida me tem presenteado.

Rubens – Presente, presente mesmo nunca estive. Sempre circulava por fora, tangenciando tudo, sem penetrar no essencial, nos sentimentos.

O texto completo está aqui ou no link:

http://recantodasletras.uol.com.br/roteirosdeteatro/2090289

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