sexta-feira, 19 de março de 2010

O solvente da Montanha - Como dizia o mestre Benito di Paula

A profecia do mestre Benito di Paula:

E quando ela cisma e vai embora
A montanha se desmancha
E o mais valente dos homens
Chora como criança

O homem sobe uma montanha e lá em cima, com frio, fome, falta de ar começa a questionar sobre sua decisão, seu desafio, sua aventura montanha acima. Começa a falar e ouve a voz da montanha. Ela o questiona sobre várias coisas e revela, através de um samba de Benito di Paula que ele tem um poder imenso guardado no seu bolso, um vidrinho com um conta gotas que tem um líquido muito potente capaz, com uma só gota, de derreter o Monte Everest, os Alpes, os Andes, o Pão de Açúcar, o Corcovado e toda a Serra do Mar... A montanha canta o samba "Como Dizia o Mestre" e o homem não acredita que nele tenha uma grave e terrível profecia e caberá a ele, pelo que disse a montanha, ser o guardião do vidrinho e o emissário da profecia do mestre Benito di Paula.
Uma viagem, uma escalada definitiva, um disputa de consciências, a descoberta de informações fundamentais e uma revelação que poderá mudar o curso da história.

Aqui, a cena 3 de "O Solvente da Montanha - Como dizia o mestre Benito di Paula".

O texto que escrevi esta semana enquanto não tinha nada mais importante para fazer. Ou foi a coisa mais importante que eu fiz enquanto tentava não pensar em coisas sem importância e sem futuro.


(...)

3– Um vidrinho com um líquido pleno de mistérios e perigos

Homem - Montanha

Homem – Mas quem foi que colocou isso aqui? O que é isso? Algum colírio para proteger meus olhos durante minha escalada ao topo do mundo?

Montanha – Cuidado! Não o abra!

Homem – O que tem aqui?

Montanha – Tenha muito cuidado! Não abra, não abra! É uma determinação final.

Homem – Mas o que tem aqui? Não me lembro de ter trazido nenhum tipo de colírio. Ainda mais com um conta gotas...

Montanha – Você pensa que por estar aqui um conta gotas não iria funcionar?

Homem – Não quero nem pensar, pois seria muita burrice se eu trouxesse algum remédio líquido. Ainda mais com conta gotas. Mas o que é isso? Como foi que colocou isso no meu bolso?

Montanha – Isso está com você há muito tempo.

Homem – Isso é o que? Significa o que isso?

Montanha – Isso é muito perigoso, isso tem que ter muito cuidado com sua manipulação.

Homem – Mas estou segurando esse vidrinho. Não manipulei nada.

Montanha – Tenha cuidado, não abra em hipótese nenhuma!

Homem – Mas então porque razão colocaram aqui nas minhas coisas. Aqui, como deixaram aqui no meu bolso?

Montanha – Isso o tem acompanhado pela vida toda, mas somente aqui, é que você poderia ter contato e conhecimento sobre seu conteúdo. Sobre sua importância e perigo.

Homem – Perigo! Isso aqui é perigoso? Mas, então, como foi que colocaram uma coisa perigosa no meu bolso. Logo no meu bolso, no meu salva-vida.

Montanha – Cuidado, é muito frágil!

Homem – Mas se é perigoso, como foram colocar numa embalagem assim tão frágil?

Montanha – Não poderia ser acondicionado num outro tipo de embalagem. Além do mais, tenho que esclarecer, o que tem nessa embalagem frágil, é uma solução que foi diluída em uma bilionésima fração, de uma bilionésima fração de um bilionésimo micrograma da molécula original diluída em quatro bilhões de micropartículas a partir do menor átomo que se conhece.

Homem – É mesmo? Tão potente assim? Tão forte assim?

Montanha – Sim, é muito mais potente do que você imagina.

Homem – E se tem todo esse poder, por que cargas d´água veio parar aqui no meu bolso?


O texto completo da peça está aqui.

Ouça aqui, o profético samba de Benito di Paula - Como dizia o Mestre.

Para ouvir no momento certo, na cena 4 da peça.



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